Deputados repercutem participação de artistas em manifestação no Rio
Durante Reunião Ordinária desta terça (23), parlamentares também abordaram desdobramentos da Operação Rejeito e discurso de Lula na ONU.
A participação de artistas em manifestação no Rio de Janeiro, no último domingo (21/9/25), contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e o projeto de anistia para condenados pelo 8 de janeiro de 2023, foi um dos assuntos discutidos pelos deputados em Reunião Ordinária de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) desta terça-feira (23).
O deputado Caporezzo (PL) criticou show de artistas como Gilberto Gil, Caetano Veloso, Djavan e Chico Buarque durante a manifestação. Ele destacou que os mesmos artistas já participaram de manifestação, durante a ditadura, pela anistia e fim da censura. “Que falta de coerência”, afirmou.
O parlamentar acrescentou: “Por que quem cometeu crimes graves naquela época merecia anistia e quem participou do 8/1 recentemente não?”
Na mesma linha, o deputado Eduardo Azevedo (PL) reprovou a participação dos cantores, acusando-os de serem beneficiários da Lei Rouanet (norma de incentivo fiscal a pessoas físicas e jurídicas que apoiam projetos culturais).
Ele também criticou os investimentos feitos pelo governo federal para a realização da 30ª Conferência das Partes (COP30), que acontecerá em Belém (PA), em novembro. O deputado disse que tem recebido demandas se secretários municipais de saúde e de pessoas de todo o Estado pela falta de medicamentos, de responsabilidade da União. Também criticou problemas em rodovias federais e a cobrança excessiva de pedágios. “O governo federal está desperdiçando rios de dinheiro nessa COP 30. Poderia pegar esse dinheiro e ser convertido para a população”, afirmou
No contraponto, Doutor Jean Freire (PT) elogiou tanto as manifestações de domingo, quanto a participação dos cantores que estiveram em Copacabana. “Enfrentaram a ditadura e agora defendem a democracia”, destacou. Em resposta ao deputado Caporezzo, o deputado afirmou que os artistas foram anistiados por lutarem contra a ditadura, ao contrário dos que estão presos pelos atos de 8 de janeiro “que atentaram contra a democracia”.
O deputado ironizou as críticas feitas ao discurso do presidente Lula, ressaltando os elogios recebidos por ele do presidente estadunidense, Donald Trump. “Bastaram 39 segundos para o presidente americano reconhecer que Lula é um cara legal”, provocou.
Ele também pediu um minuto de silêncio por dois moradores do Vale do Jequitinhonha: Juarez Pereira da Silva, do Município de Jequitinhonha, e Ernane Pereira Arruda, o Naninha, de Cachoeira de Pajeú.
Operação Rejeito
Já o deputado Bruno Engler (PL) subiu à tribuna para se defender do fato de terem associado seu nome à Operação Rejeito, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na semana passada. A operação revelou um esquema bilionário de corrupção envolvendo gestores públicos estaduais e mineradoras.
Ele destacou que seu nome foi ligado ao caso porque teria sido citado no relatório da PF que pediriam ao parlamentar pedido de vista ao projeto de lei para o tombamento da Serra do Curral, cartão-postal de Belo Horizonte, de forma a postergar a apreciação.
“Mas eu não pratiquei nenhum ato para atrasar a tramitação dessa matéria. Ela foi baixada em diligência a pedido do relator, que não fui eu”, explicou.
Segundo o parlamentar, o mesmo relatório apontou que a organização tinha interesse de barrar projetos sobre a preservação da Serra do Botafogo, em Ouro Preto (Região Central), os PLs 1.116 e 1.117/23. Ele acrescentou ter opinado pela legalidade das duas matérias durante apreciação pela Comissão de Constituição e Justiça.
“A esquerda me escolhe como alvo porque sou uma pedra no pé quando a pauta é ideológica”, afirmou.
Ele também comentou sobre discurso do presidente Lula na Organização das Nações Unidas (ONU), o qual classificou como desastroso. Em sua opinião, na ocasião, o presidente teria atacado o Estado de Israel ao dizer que ele pratica genocídio em Gaza.

