Deputados da oposição criticam privatização da Copasa
Parlamentares lamentam aprovação em 1º turno do PL 4.380/25 no Plenário, em votação ocorrida na manhã desta terça-feira (2).
A privatização da Copasa foi criticada por deputados do PT durante a Reunião Ordinária de Plenário realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na tarde desta terça-feira (2/12/25). Eles lamentaram a aprovação em 1º turno, na manhã desta terça (1º), do Projeto de Lei (PL) 4.380/25, do governador Romeu Zema, que autoriza as medidas de desestatização da companhia.
O deputado Ricardo Campos (PT) considerou um retrocesso a decisão do Governo do Estado de vender a empresa de saneamento. “Tentamos mostrar que existem condições para colocar água potável na casa de todo cidadão mineiro”, afirmou.
Ele lamentou a rejeição de emendas de sua autoria ao PL 4.380/25. Essas sugestões de alterações no projeto tinham o objetivo de vedar reajustes da tarifa de água acima da inflação e de garantir a continuidade do programa Pró-Mananciais, que protege nascentes, barraginhas e áreas de proteção ambiental pertencentes à Copasa.
O deputado Leleco Pimentel (PT) também criticou a decisão do governador Romeu Zema (Novo) de privatizar a Copasa. Ele comparou Zema ao Conde de Assumar, governador da capitania de São Paulo e Minas do Ouro que, na sua avaliação, foi uma figura autoritária e temida pela população mais humilde.
“Entre tantas maldades, ele mandou atear fogo em mais de 400 moradias no local hoje conhecido como Morro da Queimada, sítio arqueológico situado pouco acima da Praça Tiradentes, em Ouro Preto”, relatou.
Para Leleco Pimentel, Zema é herdeiro da “cultura de hostilidades”, marca registrada do mandatário que reprimiu diversas revoltas contra a Coroa Portuguesa no início do século XVIII. “São dois governos baseados na barbárie, na imposição do medo e na retirada de direitos”, comparou.
O deputado Doutor Jean Freire (PT) também criticou a aprovação em 1º turno do PL 4.380/25. “O dia do aniversário de Minas Gerais é para ganhar presentes, não para perder uma grande patrimônio como esse”, criticou, referindo-se ao dia 2 de dezembro, data considerada o aniversário civil do Estado, por ser o marco da instalação da capitania das Minas Gerais, em 1720.
Já o deputado Eduardo Azevedo (PL) criticou a decisão de parlamentares do PT e do Psol de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar o fim do referendo popular para a privatização da Copasa, conforme dispõe a Emenda à Constituição 117, aprovada pela ALMG e promulgada no dia 19 de novembro.
Na opinião do deputado, esse questionamento é antidemocrático e hipócrita. “Quando perdem uma votação, eles não se conformam e recorrem ao STF. Essa atitude enfraquece o Poder Legislativo”, afirmou.
Vídeo com Zema é alvo de críticas
Por sua vez, o deputado Cristiano Silveira (PT) criticou o governador Romeu Zema por ter soltado um rojão em um post nas redes sociais. O vídeo foi publicado no último sábado (29/11) para ironizar o PT, após decisão da 13ª Vara Cível de Brasília que julgou improcedente uma ação do partido que pediu uma indenização de R$ 30 mil por uma fala do governador culpando a legenda pelas fraudes na previdência social.
Cristiano Silveira lembrou que os fogos de artifício com barulho são proibidos em Belo Horizonte. Segundo o parlamentar, o PT vai ingressar com uma ação judicial para que Zema seja responsabilizado. Como ele lembrou, a legislação municipal é importante para proteger autistas, idosos, pessoas com deficiência e animais. “Veja a sensibilidade desse sujeito”, criticou.
Deputados do PL defendem Bolsonaro
Já o deputado Caporezzo (PL) criticou a decisão do STF de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro preso preventivamente em uma cela na Polícia Federal, em Brasília. No seu entendimento, Bolsonaro deveria cumprir pena em casa, em razão da sua idade e do seu estado de saúde. “Esse idoso não será posto naquele local que lhe é devido pelo direito brasileiro porque existe um temor da Suprema Corte de que ele venha interferir nas eleições”, reclamou.
Ele foi apoiado pelo deputado Bruno Engler (PL), que considerou a prisão de Bolsonaro um “absurdo jurídico”. Ele também defendeu que o ex-presidente deveria cumprir pena em casa ou em um hospital. “Por que Jair Bolsonaro não pode ter influência sobre o processo eleitoral? A intenção da prisão é eliminar Bolsonaro do jogo político”, lamentou.
Tribunal de Contas encaminha ofícios
Ainda na Reunião Ordinária desta terça-feira (2), foram recebidos dois ofícios do Tribunal de Contas do Estado.
O primeiro pede a retirada de tramitação do PL 3.949/25, que altera cargos na estrutura do órgão. O segundo encaminha uma emenda ao Projeto de Lei Complementar (PLC) 76/25, que faz diversas alterações no Ministério Público junto ao Tribunal de Contas. Essa emenda altera o nível de escolaridade para o provimento de cargos nesse órgão.