O ato de manifestantes que queimaram pneus em frente ao prédio onde mora o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Tadeu Leite (MDB), foi repudiado por parlamentares durante a Reunião Ordinária de Plenário desta terça-feira (4/11/25).

Deputados da oposição e da base governista condenaram a atitude de pessoas mascaradas, que protestaram contra a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição 24/23, que acaba com a necessidade de realizar um referendo popular para a privatização da Copasa.

O líder do bloco oposicionista Democracia e Luta, deputado Ulysses Gomes (PT), manifestou sua discordância com o ato dos manifestantes e reforçou seu apoio ao presidente da ALMG. “Ele é um amigo, um colega, um parceiro e, sobretudo, um defensor dos interesses de Minas Gerais”, afirmou.

Os deputados Leleco Pimentel (PT), Doutor Jean Freire (PT), Cristiano Silveira (PT) e Ricardo Campos (PT) também condenaram o ato e reiteraram sua defesa da atuação de Tadeu Leite.

Na base governista, as manifestações de solidariedade ao presidente da ALMG partiram dos deputados Duarte Bechir (PSD) e Bosco (Cidadania).

Bosco, que é vice-líder do Governo, ressaltou que a atuação de Tadeu Leite foi fundamental para as negociações do Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag). “Ele é, sem dúvida alguma, um dos presidentes do Parlamento mineiro mais democráticos. Sabe ouvir todos os partidos e constrói pontes entre a Assembleia e os Poderes constituídos”, afirmou.

Também houve manifestações de apoio ao presidente da ALMG entre os deputados do PL. O líder da bancada, deputado Bruno Engler, defendeu a responsabilização das pessoas que praticaram o ato, que ele considerou criminoso e condenável.

O vice-líder do PL, deputado Caporezzo, também manifestou solidariedade a Tadeu Leite, assim como o deputado Lincoln Drumond (PL). “Se não fosse por ele, não existiria nem o Propag”, comentou. O deputado Eduardo Azevedo (PL) considerou a atitude dos manifestantes “grosseira, invasiva e completamente sem respeito”.

Megaoperação policial no RJ divide opiniões

A megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos na última terça-feira (28), também motivou discursos de deputados em Plenário. O deputado Caporezzo considerou brilhante a atuação dos policiais. “O criminoso pratica o mal porque gosta, e você não vence uma pessoa armada com flores; você vence com tiro”, afirmou.

O deputado Bruno Engler também defendeu a megaoperação e lamentou as mortes de quatro policiais nos confrontos com os criminosos. “São pessoas honestas que perderam suas vidas em nome da segurança pública”, disse.

Já o deputado Eduardo Azevedo criticou a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, por, segundo ele, defender assistência do governo federal às famílias dos mortos na megaoperação. “O governo está avaliando a possibilidade de amparar familiares de bandidos. Por que não dar amparo às famílias dos policiais que morreram?”, questionou.

Por outro lado, o deputado Ricardo Campos argumentou que os mortos na megaoperação são pessoas pobres, negras, periféricas, que tiveram suas vidas ceifadas sem uma condenação transitada em julgado. “A dor dessas mães com certeza é imensurável”, afirmou.

O deputado Cristiano Silveira defendeu que as operações policiais deveriam ser feitas com planejamento e inteligência, de modo a reduzir a mortalidade. “É preciso estudar, infiltrar, cruzar dados financeiros e ser certeiro; ter baixa letalidade e alta eficiência”, comentou.

Tragédia de Mariana completa dez anos

Os dez anos da tragédia de Mariana foram lembrados pelo deputado Leleco Pimentel. Ele lembrou que o rompimento da barragem da Samarco deixou 20 pessoas mortas e um rastro de destruição ambiental na bacia do Rio Doce, com graves consequências econômicas e sociais presenciadas até os dias atuais.

Ele lamentou que nenhuma pessoa foi presa até hoje, enquanto pescadores e agricultores continuam lutando pela reparação de suas perdas.

O deputado Cristiano Silveira também lembrou os dez anos da tragédia de Mariana. “Se não houver aprimoramento nos processos minerários, novos fatos como esse continuarão a ocorrer”, alertou.

Resposta a questão de ordem

Ainda durante a Reunião Ordinária de Plenário, foi comunicado que a resposta da Presidência da ALMG a uma questão de ordem formulada pelo deputado Ulysses Gomes (PT) foi publicada no Diário do Legislativo desta terça-feira (4). A questão de ordem foi considerada improcedente.

PEC do referendo já pode ser votada em 2º turno

Na Reunião Extraordinária realizada na noite desta terça (4), foi encerrada a discussão da PEC 24/23 em 2º turno. Foram convocadas reuniões de Plenário para votação da matéria nesta quarta-feira (5), às 9 horas, às 14h e às 18h.