O deputado Cristiano Silveira (PT) subiu à tribuna do Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira (29/11/22), para cobrar providências da Polícia Civil e do governo em relação às ameaças sofridas por uma professora da rede estadual em Carrancas (Sul de Minas).

Segundo o parlamentar, uma pessoa que se identificou como aluna da escola em que a professora trabalha invadiu o seu perfil em uma rede social e postou ameaças, inclusive de um possível massacre na instituição de ensino.

A professora procurou a polícia, registrou ocorrência e acionou a Ouvidoria. Cristiano Silveira também encaminhou um ofício à corporação, solicitando investigações, mas ambos não obtiveram nenhum retorno até o momento, conforme informou.

“A professora tem duas filhas, um esposo; se algo acontecer, o que o Estado vai fazer? Não temos um sistema de inteligência, delegacia especializada em crimes cibernéticos? O que o Estado está fazendo diante da ameaça concreta de um massacre”, questionou Cristiano Silveira.

Ele lembrou a tragédia ocorrida em Aracruz (ES), na última semana, quando um adolescente atirou contra professores e alunos, matando quatro pessoas, e de atentados semelhantes nos últimos três meses em Sobral (CE) e Barreiras (BA).

Para o deputado, o ódio é a herança deixada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro, “que sempre promoveu a violência, a intolerância e o armamentismo”. Nesse sentido, ele associou a ascensão da extrema-direita com outro caso de violência nas escolas, nesta terça-feira (29).

A Escola Municipal José Silvino Diniz, em Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte), foi alvo de ataques com referências nazistas. Uma exposição para o Dia da Consciência Negra foi totalmente destruída. “Espanta a letargia da Justiça, da polícia, do Estado para tratar desses casos. O Brasil não aguenta mais tanto ódio”, concluiu o seu discurso.

Homenagem

Na mesma reunião de Plenário, foi realizado um minuto de silêncio em memória do ex-presidente da ALMG Antônio Soares Dias, que morreu nesta terça-feira (29), aos 77 anos. Eleito em 1975 pela Aliança Renovadora Nacional (Arena), o parlamentar presidiu a Casa entre 1977 e 1979.

Após o mandato na Assembleia, Antônio Dias foi eleito em 1979 para a Câmara dos Deputados, onde permaneceu por dois mandados como deputado federal, até 1987, quando já havia mudado para o Partido Democrático Social (PDS).