Comissão especial avaliza indicados ao Conselho Estadual de Educação
Seis profissionais passaram por sabatina nesta terça (19); indicações seguem para apreciação do Plenário.
Deputados questionaram, nesta terça-feira (19/8/25), seis indicados pelo governador Romeu Zema (Novo) a compor o Conselho Estadual de Educação sobre formas de capacitar docentes e gestores escolares, ampliar a formação profissional e tecnológica de estudantes, fomentar a inclusão nas escolas e evitar a evasão.
A sabatina na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) foi conduzida por comissão especial criada para apreciar as indicações de Andréa Cristina Dungas Santos, Emerson Luiz de Castro, Jacqueline da Silva Gonçalves, Bruna Caroline Morato Israel, Maxwell Boaventura Barbosa e Kamila Pagel de Oliveira.
Ao final da arguição, a comissão especial aprovou pareceres favoráveis às indicações, emitidos pelo relator e presidente da comissão, deputado Leonídio Bouças (PSDB). As indicações seguem agora para apreciação do Plenário em turno único.
Apagão na formação de docentes
O parlamentar Leonídio Bouças perguntou para Andréa Santos, mestre em Educação Escolar e Profissão Docente pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e servidora efetiva da Secretaria de Estado de Educação (SEE) desde 2006, sobre um possível apagão na formação de docentes e como o conselho poderia atuar para minimizar o problema.
Segundo a indicada, a área já vive um apagão e o conselho está atento a isso. Ela disse que há projeto do governo federal para preparar docentes para educação profissional técnica de nível médio por meio de uma pós-graduação.
Já o deputado Rodrigo Lopes (União) perguntou a Jaqueline Gonçalves, doutora e mestre em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e professora da Faculdade de Educação dessa instituição de ensino, sobre a falta de capacitação de professores para lidar com a questão tecnológica.
Como lembrou, há uns anos, kits de robótica foram distribuídos para instituições de ensino e não foram usados, tendo em vista o desconhecimento da área por docentes.
Jaqueline Gonçalves respondeu que se preocupa muito com a formação docente e atua nessa área desde 2002, quando lecionou no Veredas, um programa já extinto de formação superior de professores da 1ª a 4ª série do ensino fundamental em exercício na rede pública de Minas Gerais.
Como comentou, é um desafio promover essa qualificação, sobretudo com o desenvolvimento tecnológico atual, mas o conselho reflete sobre como melhorar processos para garantir uma formação mais adequada de docentes. “Do que adianta você ter a materialidade, se o professor não está capacitado a usá-la?”, questionou.
Capacitação para gestores de escolas
O mesmo parlamentar, deputado Rodrigo Lopes, perguntou a Kamila Pagel sobre a necessidade de capacitação preparatória para quem almeja atuar na gestão de escolas. Ela é doutora e mestre em Administração pela UFMG e atualmente é diretora da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro (FJP), onde leciona na graduação e pós-graduação.
Para ela, o gestor escolar deve entender de educação e também da gestão de processos e pessoas. “É um desafio conciliar todos esses papéis”, disse. Nesse sentido, defendeu a capacitação desses diretores.
Ela comentou que o conselho atua na normatização e acompanhamento com olhar prioritário para o docente. Nesse escopo, pode propor formas de estimular a capacitação.
Educação profissional e tecnológica
Presente na reunião, o deputado Charles Santos (Republicanos) questionou Emerson de Castro sobre como o conselho pode atuar para a promoção da educação profissional. Para o indicado, o conselho tem responsabilidade normativa na promoção de políticas públicas alinhadas ao Plano Nacional de Educação, tendo como um dos focos a educação profissional e tecnológica.
Ele é advogado, professor universitário desde 1998 e mestre em Direito pela Faculdade Milton Campos. É também conselheiro do Conselho de Educação e Treinamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Inclusão nas escolas
O deputado Leonídio Bouças questionou Bruna Morato sobre como as escolas vão lidar com um número cada vez maior de crianças e adolescentes que precisam de atendimento diferenciado.
Para a indicada, além da garantia ao acesso, a discussão deve ir no sentido de melhorar a qualidade da oferta a alunos com esse tipo de demanda para a inclusão ser real, de fato.
Em sua opinião, muitas vezes, o modelo atual com sala de recursos e atendimento individualizado não chega aos estudantes ou, se chega, onera muito a instituição. Ela defendeu estudo de toda a normativa estadual e federal sobre o tema, bem como escuta de pessoas com deficiência ou altas habilidades, seus familiares e especialistas.
Bruna Morato é doutoranda e mestre em Educação pela UFMG, com atuação em educação inclusiva há cerca de 20 anos.
Maxwell Boaventura foi sabatinado pelo deputado Charles Santos. Ele quis saber como deve ser o enfrentamento à evasão escolar. Na opinião do indicado, a questão passa pelo apoio das comunidades as quais deveriam abraçar as escolas e contribuir, assim, para a sensação de pertencimento do aluno àquele espaço.
Advogado, ele também é pós-graduado em Direito do Trabalho, com atuação no Conselho de Educação de Contagem (RMBH).
