Comissão destaca luta de povo indígena Tuxá Bragagá
Direitos Humanos aborda, nesta quinta (23), tese de doutorado sobre luta da comunidade do Norte de Minas por identidade e território.
A luta do povo indígena Tuxá Setsor Bragagá pela manutenção de sua identidade e território pauta audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quinta-feira (23/10/25), a partir das 14 horas, no Plenarinho I.
A comunidade está localizada nos Municípios de Pirapora e Buritizeiro, no Norte de Minas, e é tema da tese de doutorado “Pisar o toré”, de autoria de Reginaldo Cordeiro dos Santos Junior.
“Trata-se de um estudo de caráter etnobiográfico que, ao narrar a trajetória de Mestre Roque Tuxá e de sua família, ilumina a luta do povo Tuxá Setsor Bragagá pela territorialização e pelo reconhecimento de sua identidade indígena no Norte de Minas Gerais”, explica o requerimento para a audiência, assinado pela vice-presidenta da Comissão de Direitos Humanos, deputada Andréia de Jesus (PT).
De acordo com a parlamentar, um dos objetivos da audiência é dar visibilidade e debater o estudo, que, segundo o requerimento, revela o modo como a memória, a espiritualidade e as práticas culturais — como o toré, os rituais e a oralidade — operam como fundamentos de resistência diante da histórica invisibilização imposta pela ideologia colonialista.
A deputada Andréia de Jesus relata ainda no requerimento recente episódio de racismo sofrido pelo autor da tese. O pesquisador e doutor Reginaldo Cordeiro dos Santos Junior foi perseguido por um segurança no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mesmo após se identificar.
“Esse ato de intimidação expõe como práticas discriminatórias ainda operam para cercear a liberdade acadêmica e a dignidade de pesquisadores negros e indígenas”, denuncia a parlamentar.
Para a audiência desta quinta-feira (23), estão confirmadas presenças de representantes do povo indígena Tuxá Setsor Bragagá e da comunidade acadêmica da UFMG. Foram ainda convidados membros do Ministério Público de Minas Gerais e da Defensoria Pública do Estado, além da Comissão Estadual de Povos Tradicionais de Matriz Africana.
