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Comissão de Administração visita o Parque das Águas de Caxambu

Objetivo é verificar a infraestrutura da atração turística, que precisa de restauração e está sob responsabilidade da Codemge, do Governo do Estado.

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A necessidade de restauração da infraestrutura do Parque das Águas de Caxambu (Sul) e o fracasso das tentativas do Governo do Estado em atrair um parceiro privado para gerenciar a atração turística são o pano de fundo de uma visita que a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) fará ao local, nesta sexta-feira (28/11/25), a partir das 9 horas.

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A visita foi solicitada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), que também irá, às 16 horas do mesmo dia, à Câmara Municipal de Caxambu. O objetivo é fazer uma entrega simbólica da Lei 24.793, de 2024, que reconhece como de relevante interesse cultural do Estado a coleta e o uso tradicionais das águas das fontes hidrogeológicas pela população dos Municípios de Cambuquira, Caxambu, Lambari, Conceição do Rio Verde, São Lourenço, Caldas e Poços de Caldas, todos no Sul de Minas.

A Lei 24.793 é derivada do Projeto de Lei (PL) 3.952/22, da própria deputada Beatriz Cerqueira. O projeto foi aprovado de forma definitiva pelo Plenário da ALMG em 14 de maio de 2024.

O Parque das Águas de Caxambu é oficialmente chamado de Parque das Águas Dr. Lisandro Carneiro Guimarães. O prefeito da cidade, Luiz Henrique Diorio de Souza, e o presidente da Câmara Municipal, vereador Mário Luiz Alves, confirmaram participação na visita, assim como representantes de diversas entidades ambientais e comunitárias do município e região.

Restauração do parque vem sendo cobrada há mais de um ano

A necessidade de restauração do parque é uma cobrança antiga dos moradores de Caxambu, que já vem sendo debatida na Assembleia há bastante tempo, assim como a intenção do Governo do Estado em privatizar a gestão da atração turística.

O principal debate realizado na Assembleia Legislativa sobre o assunto aconteceu há pouco mais de um ano, em 7 de novembro de 2024. Foi uma audiência pública da própria Comissão de Administração, também requerida pela deputada Beatriz Cerqueira. Na ocasião, autoridades municipais e representantes da sociedade civil reivindicaram um compromisso e um cronograma para as obras de recuperação do Parque das Águas de Caxambu.

A deputada Beatriz Cerqueira diz que o Estado não pode condicionar a recuperação do parque à sua privatização, e que o governo precisa assumir as suas responsabilidades em relação a um patrimônio cultural, paisagístico e histórico de Caxambu e de Minas Gerais.

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Os participantes da reunião realizada há um ano já relataram problemas como a degradação de diversos espaços e equipamentos, ainda que o parque seja um patrimônio tombado tanto em nível estadual quanto municipal, e conhecido por suas águas minerais terapêuticas. Toda a área hoje pertence à Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), empresa do Governo do Estado.

Abrangendo 210 mil m², o Parque das Águas é composto por gêiser, lago, coreto, esculturas e outros elementos paisagísticos, além de 12 fontes de águas minerais, cada uma com propriedades diferentes.

Durante a audiência pública realizada na Assembleia, alguns participantes se queixaram que, desde 2017, quando a Codemge assumiu o parque, não houve investimento no restauro das fontes. 

Helger Marra Lopes, diretor de Mercados e Ativos da Codemge, afirmou que a empresa investiu R$ 30 milhões em diversas obras, tais como a reforma do prédio do balneário, do telhado do espaço de eventos, piscina, saunas e vestiários; recuperação do piso do geiser, restauração de três fontes, reforma do toboágua e dos jardins, e cercamento do parque.

Edital de concessão elaborado pelo Estado não deu certo

A própria direção da Codemge admite a necessidade de mais investimentos e vem tentando atrair parceiros da iniciativa privada para levar o projeto de restauração adiante. Em julho de 2024, foi lançado edital para concessão do parque, mas apenas uma empresa preencheu todos os requisitos. A abertura dos envelopes ocorreu em 16 de abril de 2025. 

Em junho de 2025, a Codemge informou que a única empresa que havia cumprido todos os requisitos da concorrência foi inabilitada. O motivo foi que "o atestado de qualificação técnica profissional apresentado pela licitante considerava profissional que, naquela época, ainda estava efetivamente ligada aos quadros da Codemge".

A estatal comunicou que não houve fraude no processo licitatório, mas que a empresa Massahud Construtora Ltda., que tem sede em Alfenas (Sul), foi desclassificada porque o atestado apresentado "configuraria infringência dos princípios constitucionais da impessoalidade, moralidade e probidade administrativa" e conflito de interesses envolvendo os agentes públicos.

Municípios mineiros - Caxambu
“Nós que vivemos sempre tensionados em relação à minério-dependência em várias regiões do nosso Estado, quando nós temos patrimônios importantíssimos, que fazem parte do modo de vida de uma comunidade, de um pertencimento desta comunidade, do fomento ao turismo em uma região, nós precisamos cuidar e preservar.” 
Beatriz Cerqueira
Dep. Beatriz Cerqueira

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