Assembleia realiza reunião sobre a importância da dança afro em Minas
Entre os convidados estão o fundador e integrantes da Companhia Bataka, uma das referências deste estilo de dança em Minas.
28/11/2023 - 13:35Em abril de 2020, faleceu a coreógrafa negra Marlene Silva, provavelmente a maior referência histórica da dança afro-brasileira em Minas Gerais. A importância deste estilo de dança para o cenário cultural mineiro é o tema da audiência pública que a Comissão de Cultura realiza nesta quarta-feira (29/11/23), a partir das 16 horas, no Auditório do andar SE da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
A reunião foi requerida pela deputada Macaé Evaristo (PT). Ela ressalta a importância que Marlene Silva teve na formação de inúmeros bailarinos que ainda hoje seguem trabalhando pela construção de uma linguagem afro mineira para dança.
Matéria publicada pelo Portal Uai, por ocasião do falecimento de Marlene Silva, recorda sua importância para a consolidação da dança afro como uma tradição cultural mineira. É uma história que começou em 1974, quando a coreógrafa nascida em Belo Horizonte decidiu retornar à Capital mineira depois de iniciar sua carreira na cidade do Rio de Janeiro.
Na época, ela havia alcançado notoriedade pela participação no filme "Xica da Silva", do diretor Cacá Diegues, em que atuaram a atriz Zezé Motta e o ator Walmor Chagas. Inicialmente, Marlene Silva deu aulas no estúdio de Dulce Beltrão. Na década de 80, criou a primeira escola e grupo de dança afro de Minas Gerais, a Cia DançArte.
Um dos convidados da audiência pública pode ser apontado como um dos muitos herdeiros culturais de Marlene Silva. O coreógrafo, pesquisador, professor e ator Evandro dos Passos Xavier foi muito influenciado pela pioneira da dança afro em Minas. Em 1982, dois anos após conhecer Marlene Silva, Evandro Passos fundou a Companhia Bataka, em Belo Horizonte, que se firmou como uma das principais companhias de dança do Estado.
Também estão convidados para a audiência pública a coreógrafa Patrícia de Alencar, da Companhia Bataka; o bailarino Wallace Vieira, da mesma Companhia; e a pedagoga Marilda da Silva Cordeiro, que é também professora e pesquisadora de dança afro. Marilda Cordeiro é filha da Dona Valdete, liderança histórica do Alto Vera Cruz.