Pronunciamentos

DEPUTADO ENES CÂNDIDO (REPUBLICANOS), presidente "ad hoc", autor do requerimento que deu origem à homenagem

Discurso

Presta homenagem à Beneficência Social Bom Samaritano pelo 77º aniversário de sua fundação.
Reunião 42ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 12/11/2025
Página 2, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 13704 de 2025

42ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 10/11/2025

Palavras do presidente (deputado Enes Cândido)

Antes de ir à tribuna fazer o meu pronunciamento, eu queria dar honra a quem deve ter honra. Eu estou aqui ladeado do pastor Neirson e do Sr. Elson Reis, que viveram a história dessa instituição desde os seus primórdios, com a pedra fundamental, as pessoas que oravam, as pessoas que ainda faziam as feijoadas para que aquele prédio fosse construído. Há uma pessoa que não está aqui em cima e já foi deputado nesta Casa. Eu quero fazer com que ele seja agora honrado e venha fazer parte desse dispositivo, o ex-deputado desta Casa Renato Fraga Valentim. Assistir a um vídeo institucional como nós o fizemos agora, Renato… É fácil bater palmas, ver a estrutura, ver a tecnologia a que o paciente do SUS tem acesso lá no interior. Mas só o senhor sabe, assim como o Elson e o pastor Neirson, o que vocês passaram lá atrás. Eu ainda era criança, e vocês já estavam nessa missão de tornar esse hospital o que ele é hoje. O restante eu vou falar de lá.

Vou tentar fazer um discurso menos político e mais técnico, tentando não me emocionar numa noite tão especial para mim e que materializa uma série de fatores. Estar aqui hoje e ter um mandato na Assembleia Legislativa, eu devo, primeiro, a Deus, e segundo, a essa instituição, que profissionalmente me fez crescer, me tornou um profissional reconhecido não só em Governador Valadares. A urna, nas duas eleições para vereador, responde por si só. Em 2022, como gerente do hospital e vereador de Governador Valadares com mais de 70 mil votos, sem ser prefeito… Quem acompanha política sabe que o natural é vereador virar prefeito e, depois de um ou dois mandatos, conseguir ser deputado. No entanto, Deus proveu que eu ganhasse aquela eleição, em 2022.

Quero deixar aqui, de público, minha gratidão a essa instituição, à Beneficência, ao hospital a oportunidade de fazer parte do corpo de colaboradores durante muitos anos. Eu ainda me sinto um colaborador hoje de uma forma diferente, não mais batendo o dedo, às 7 horas da manhã, e o Sr. Elson me chamando a atenção. Na verdade, eram às 7h15min, e não às 7 horas. O senhor lembra disso? Aqui se chega às 7 horas e não às 7h15min. Esse é o Sr. Elson, Renato. (– Ri.) Dr. Gerson, agradeça à Dra. Letícia. Obrigado pela representatividade da Polícia Civil, obrigado pela presença. Importante a Polícia Civil estar aqui representada pelo senhor.

Eu quero aqui agradecer, Sr. Elson, a dedicação, a energia e a vida que o senhor dedicou à instituição. Hoje o senhor está lá, faz parte da Supad e está aqui, neste ato, representando o nosso superintendente e a superintendência em si – leve o nosso abraço ao Elvis. Nós é que temos que agradecer a vocês por toda a dedicação lá na instituição. O pastor Neilson me pegou no colo e foi amigo pessoal do meu pai, que faleceu em 1985. Eles eram amigos de evangelismo, então o pastor me conhece desde a concepção da Nora-Ney e do Enes Cândido Damacena – levo o mesmo nome do meu pai. Quando eu o abracei na hora que subiu, falei: “O senhor está aqui hoje, na Assembleia, materializando toda uma vida. Porque o senhor me conhece desde a infância. Conhece a minha história e a história da minha família.” Então, pastor, obrigado por ainda estar dedicando o seu tempo. O senhor tem uma igreja grande para gerir e várias congregações, a Igreja Batista do Calvário, onde fui batizado. Na época, era o pastor Edvaldo Fernandes Cardoso e hoje é o senhor o pastor presidente.

Quero fazer outros agradecimentos. Acho que o pastor Marcílio veio também, não é mesmo? Está ali. É importante pessoalmente, politicamente e institucionalmente. É um misto de emoções que eu vivo aqui hoje. É o Renato, como eu falei antes de chamá-lo aqui. Nós devemos ao senhor a coragem, a visão que quase ninguém teria. Coragem de ainda, lá atrás, ir até o Sr. Milton Soldani Afonso pedir um dinheiro emprestado porque, senão, o hospital não abriria. Algumas pessoas já ouviram essa história e não vou falar aqui hoje, senão vou me delongar demais no discurso. É o homem que pensava fora da caixa, que pensava acima do seu tempo e é por isso que esse vídeo institucional nos traz aqui hoje. É uma sensação de dever cumprido. O senhor tem o dever cumprido. Pode bater no peito e falar assim: “Eu sou samaritano. Fui eu que sonhei junto com outros homens”. Outros homens oraram, outros homens executaram, outros homens agiram e outras mulheres também.

Eu me lembro da minha falecida avó, Edir Pereira Xavier, que fazia parte da Assembleia Geral e me levava aos domingos, às 15 horas, para orar lá em cima do monte, onde hoje é a instituição verticalizada, o Hospital Bom Samaritano.

Sintam-se aqui todos cumprimentados: colaboradores, políticos, sociedade civil, que aceitaram o convite desta reunião especial, para que possamos parabenizar a beneficência e o hospital. Para quem não sabe, eu sou enfermeiro de formação. Trabalhei em uma outra instituição antes de ir para o Hospital Bom Samaritano, mas foi lá que, de fato, o corpo diretivo me deu a condição de aprender não só a tratar o paciente do SUS, mas também da saúde suplementar. E muito do que eu vivi no dia a dia lá no Hospital Samaritano me deu aqui hoje, no Parlamento mineiro, uma cadeira, uma destreza de lidar com as situações do dia a dia não só aqui. Porque aqui é o institucional Casa das leis de Minas Gerais, mas o deputado não trabalha apenas aqui, ainda mais um deputado municipalista como eu. Trabalho muito mais lá nas secretarias de Estado do que dentro do Parlamento, apesar de eu me considerar um bom legislador. Eu sou um deputado que finaliza, no mês que vem, o terceiro ano do primeiro mandato. Tenho vários projetos de lei que já foram votados, aprovados e sancionados pelo governador Romeu Zema. Mas o meu trabalho é pegar a demanda do Hospital Bom Samaritano, dos hospitais da minha região, do meu município onde sou apoiado, e discutir com o secretário, principalmente com o secretário de Estado de Saúde. A saúde é o foco do meu mandato. Eu sou um deputado da saúde. Quero ser reconhecido como um deputado que trabalha pela saúde, que sabe o que está falando.

Reconheço que o que me permite hoje sentar à frente do Dr. Fábio, discutir com ele um assunto com mais destreza e explicar o que acontece lá na ponta, faz a diferença. Não que o meu colega deputado não consiga também recursos para o hospital ou o município que apoia; mas é diferente. Devo isso ao Hospital Bom Samaritano, pelo conhecimento que adquiri nos anos em que trabalhei lá. Cheguei lá em 2012. Como dizem, o hospital já estava nos trilhos; fui apenas mais um agente colaborador, como continuo sendo agora, no mandato. São mais de R$50.000.000,00 indicados, entre emendas impositivas, investimentos em obras e equipamentos, apenas para o Hospital Bom Samaritano de Governador Valadares. Sou questionado por isto: “Por que essa quantidade de recursos?”. Porque, dos cento e poucos municípios onde tenho apoio, oitenta e quatro são atendidos ali a todo o tempo.

No vídeo institucional, vimos as altas complexidades para as quais o hospital é credenciado via Ministério da Saúde. E os pacientes chegam ali o tempo todo. São mais de 2 mil atendimentos por dia, incluindo os terceirizados. Ou seja, estou aqui em busca de garantir que a D. Maria, a D. Joana e o Sr. Zé tenham cada vez mais acesso. O meu mandato é voltado para isto: como proporcionar mais acesso ao paciente. Preciso investir em instituições que tenham seriedade, que tenham homens cristãos e com temor a Deus à sua frente e que queiram o tempo todo que a D. Maria, a D. Joana e o Sr. Zé cheguem lá e tenham acesso de qualidade. Hoje mostramos um vídeo que nos traz uma cama e um carrinho de anestesia de alto padrão. Se houver algum cirurgião aqui, que não me deixe mentir. O nosso bloco cirúrgico não deixa a desejar para nenhum bloco dos grandes centros, como Belo Horizonte. Estamos no interior, mas com mentalidade de capital.

Hoje o Hospital Samaritano oferece acesso com alta qualidade, e o principal: ao paciente do SUS. Sou defensor do SUS. Acredito no SUS. E quem acredita no SUS tem que acreditar em entidades como o Hospital Bom Samaritano e a Beneficência Social Bom Samaritano. E, para chegar ao ponto que chegou, estamos aqui, numa homenagem, em Belo Horizonte, na capital mineira, no Parlamento mineiro, como enfermeiro, hoje deputado e ex-funcionário. Neste momento, temos 30 leitos de plantão na UTI. Temos as técnicas de enfermagem, a menina da higienização, a menina da internação, da cozinha, do serviço de nutrição e dietética, todos no plantão. O plantão não fecha. Funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana. Não é fácil. Isso tem custo. Com a tabela do SUS – não vou entrar nesse mérito –, a conta não fecha. Atendi 100 pacientes, recebi apenas do SUS, e preciso de pelo menos mais 40% a 50% daquele valor para que a conta feche. O salário está em dia, assim como as obrigações, porque os técnicos estão sempre lá, mas existe a política, a boa política para equilibrar a balança.

Foi para isto que eu vim para cá, ou seja, para abençoar entidades, como o Hospital Bom Samaritano, que me ajudaram a estar aqui. E, claro, mais do que isso: eu mesmo já fiz duas cirurgias lá. Uma hora pode ser eu mesmo o paciente ou um de nós, que estamos aqui. Estamos falando que estamos trabalhando: vocês lá na ponta, dentro da entidade, e eu aqui, pensando naquele paciente que não tem condição de pagar. Esse tem que ser o nosso objetivo. Eu tenho que sair de casa para vir para a Assembleia trabalhar ou fazer política de base, e vocês, que trabalham lá, sabem que ninguém está indo lá chupar picolé e tomar sorvete. Quem quer fazer isso vai à sorveteria. Eu vou lá em busca de um atendimento. E, via de regra, são mais de 90% de atendimento SUS, dentro de uma obrigação só de 60%, o que precisa sempre ser lembrado.

No mais, quero que Deus abençoe essa entidade e que possamos ter vida longa para comemorar não só os 77 anos de sua fundação e os 25 anos do hospital, mas muito mais tempo ainda. Que Deus me dê saúde, quem sabe mais mandatos, para continuar abençoando; e que abençoe homens, para que possamos ter novos Renatos Fragas, novos Neirsons Alves, novos Elsons Reis, gente que quer que aquela entidade continue de pé. Aquela entidade não é desses três homens que estão aqui; aquela entidade não é minha; aquela entidade é de Governador Valadares, é da região Leste, é de Minas Gerais. Nós precisamos de homens como os três citados. Precisamos de homens como o Dr. Rômulo, que está ali; como os pastores da Assembleia Geral, que não são só pastores na igreja deles, são pastores que intercedem, que jejuam, que oram por aquela entidade. Ore quem tem que orar. Há quem pense: “Ah, mas eu sou só a irmã de oração”. Não é só isso.

Nós sabemos que a nossa luta não é só contra a carne e contra o sangue. Há um universo espiritual que cuida daquela entidade. E quem vive o dia a dia ali sabe disso. O normal é as santas casas e as entidades estarem passando por dificuldade. Não que lá não passe; passa, sim, mas não falta o azeite na botija, não falta a farinha, porque, quando a gente abre o recipiente, ela está multiplicada.

Para terminar, quero dizer que sinto isso no dia a dia; sinto o que o mandato faz e o que vocês fazem, enquanto colaboradores, além de orar, além de executar e além de trabalhar. A nossa medida é sempre recalcada, sacudida e transbordante, porque há homens de Deus na frente daquela entidade. Que Deus nos abençoe! Deus, abençoe cada um que está à frente disso.

Não menos importante é a menina que retira o lixo para você chegar ao bloco, Dr. Tiago, e operar a mama, o abdômen ou tirar a pinta com câncer do rosto do paciente que não tem condição de ter o acesso. Ela é tão importante quanto o senhor, porque, se o local não estiver limpo, o senhor mesmo vai falar: “Não vou nem desgerminar minha mão. Eu não entro nessa sala”. É preciso que seja feita a assepsia; a sala precisa estar limpa. Não é isso, Ricardo? O Ricardo hoje é o diretor, o gerente do centro cirúrgico.

Então, da menina da recepção, da menina da higienização ao cirurgião, que Deus abençoe cada um de vocês. Estou fazendo a minha parte aqui, onde Deus me colocou como colaborador. Só não estou mais com a carteira assinada porque isso não é permitido, mas espero que vocês tenham feito, estejam fazendo e continuem fazendo o que precisa ser feito no seu cargo diretivo, de gerente ou de colaborador. Que Deus abençoe a Beneficência Social Bom Samaritano, o Hospital Bom Samaritano, o Hospital de Ibirité, os nossos respectivos prefeitos dos municípios onde esses dois hospitais estão alocados, a Assembleia Legislativa, o nosso governo, o nosso Brasil e Minas Gerais. Que Deus nos abençoe! Obrigado pela presença de cada um.

Eu não sou muito de me alongar em discursos, mas acho que hoje eu merecia um pouco mais de tempo para fazer essa fala toda. Que Deus nos abençoe e abençoe essa entidade tão importante para Minas Gerais! Boa noite.