32ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 5/11/2025

Palavras do deputado Betão

O deputado Betão – Obrigado. Bom dia, presidente, deputadas e deputados, público presente, trabalhadores e trabalhadoras da Copasa e movimentos sociais que estão chegando, ocupando a Praça da Assembleia, que hoje vão travar muitas lutas aqui, neste Parlamento. Espero que a gente consiga, durante o dia, convencer as deputadas e os deputados da base a sair desta discussão. Já dissemos aqui, em várias oportunidades, que é um verdadeiro atraso para o Estado de Minas Gerais tentar privatizar uma empresa pública, ainda mais uma empresa de saneamento. Ouvi alguns deputados dizerem que existe um monopólio da Copasa em relação ao saneamento, mas o monopólio é uma condição natural de uma empresa de saneamento como essa, gente. Não há condições de se passar pelas ruas com três encanamentos diferentes e a população escolher um ou outro, assim como faz com a internet, por exemplo. Imaginem a quantidade de buracos que se abririam na cidade? O que estão tentando fazer, o que o governo Zema está tentando fazer, é tirar esse monopólio, que pertence hoje a uma empresa pública, uma empresa estatal, e passá-lo para o capital privado. Essa discussão nos remete a outra discussão que tem acontecido pelo mundo afora, o que tivemos oportunidade de falar isso aqui várias vezes. As empresas de saneamento e de energia que foram privatizadas em diversos países estão sendo reestatizadas porque já viram que essa experiência não dá certo, deputado. Levaram 20 anos para chegar a essa conclusão. E nós vamos ter que passar 20 anos fazendo experiência para reestatizar novamente a empresa? Não é possível, deputado Doutor Wilson Batista, que estejamos indo por um caminho em que vários países e várias cidades do mundo afora já estão voltando. Estamos fazendo uma experiência ao contrário. Não é possível! Além disso, também sabemos que os novos proprietários de empresas que sofrem processo de privatização eliminam praticamente 30% dos empregos. Nós estamos deixando vários trabalhadores e várias trabalhadoras em uma condição de risco enorme caso aconteça esse processo de demissão. Foi isso que aconteceu em São Paulo e foi isso que aconteceu no Rio de Janeiro, mas as pessoas, os nossos deputados da base do governo, não veem como uma preocupação o fato de tirarem o emprego de 30% desses trabalhadores – 30% ou mais. Então essa experiência equivocada, deputadas e deputados, já está provada que não funciona em nenhuma parte do mundo. E a preocupação que a gente precisa ter com essas trabalhadoras e esses trabalhadores é fundamental para que interrompamos essa discussão. Não precisamos agradar o mercado; não precisamos agradar o governador Zema. Precisamos agradar as trabalhadoras e os trabalhadores dessa empresa. É a população de Minas Gerais que vai pagar mais caro. Portanto, presidente, sugiro que seja colocada na ata que foi lida a forte mobilização das trabalhadoras e dos trabalhadores ocorrida ontem, aqui, na Assembleia Legislativa.