DEPUTADO EDUARDO AZEVEDO (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 06/11/2025
Página 23, Coluna 1
Aparteante LINCOLN DRUMOND
Indexação
Proposições citadas PEC 24 de 2023
72ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 4/11/2025
Palavras do deputado Eduardo Azevedo
O deputado Eduardo Azevedo – Sr. Presidente Duarte Bechir, todos os servidores da Casa, pessoas que nos acompanham pela TV Assembleia, pessoas que estão aqui em Plenário, demais deputados, nosso cordial boa-tarde. Continuando a nossa fala, faço coro com o colega que me antecedeu em apoio ao nosso presidente, diante da manifestação indevida que ocorreu recentemente na porta de sua casa. Entendemos que o local de debate é o Parlamento; o lugar é este aqui, o Plenário da Assembleia. Isso é de dar repulsa e nojo. Há uma baixaria quando as pessoas perdem o foco e levam tudo para o lado pessoal, fazendo manifestação contra uma pessoa que, durante todo o seu mandato, conduziu os trabalhos nesta Casa de forma democrática, ouvindo todos os lados e buscando convergência para que tudo pudesse contribuir para o bem do Estado. Presidente Tadeu, deixamos a V. Exa. a nossa solidariedade. Nós não toleramos esse tipo de atitude, que é uma atitude grosseira, invasiva e completamente sem respeito.
Todos nós estamos presenciando a tremenda crise dna segurança pública que tem assolado o País. Eu venho falar que, infelizmente, a realidade que nos é reportada hoje faz parecer que o crime compensa, porque bastou o governador do Rio encurtar as mãos, pesar a mão contra o crime organizado, que, prontamente, já abriram um pedido de cassação contra ele. É impressionante como o País tem vivido uma inversão de valores tão grande. O homem foi para cima do crime, para garantir a segurança da sociedade, e já estão agora, de forma política, perseguindo o governador do Rio por sua atitude. Isso nos mostra, cada vez mais, que, infelizmente, dentro do Brasil, o crime compensa.
Mas o que me chama a atenção é a forma como a mídia tem conduzido todo esse fato. Para ficar pior, quando você volta às cenas que ali ocorreram, àqueles que foram mortos pela polícia… É interessante que nenhum deles foi morto dentro de uma igreja, nenhum deles foi morto dentro de casa, nenhum deles foi morto trabalhando. Muito pelo contrário: eles foram mortos no crime. Depois, vem apresentador de TV falar das 120 mortes sem sequer mencionar os policiais. É revoltante isso.
Mais revoltante ainda – quando falo da sensação de impunidade, de que o crime compensa – é a notícia que acabou de sair e que está no Conexão Política. Essa é literalmente de dar um tapa na cara do brasileiro. Houve ali criminosos que foram mortos pela polícia, e olhem só o que o governo federal está estudando fazer agora: passar a mão na cabeça de vagabundo, passar a mão na cabeça de criminoso. A matéria está aqui, olhem: “A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, de acordo com a reportagem, tem defendido fortemente que a União ofereça suporte às famílias dos mortos”. Dos bandidos mortos. Não do cidadão morto. Dos bandidos mortos. “A proposta, no entanto, encontra resistência dentro do Palácio do Planalto, que teme os efeitos políticos de uma iniciativa nesse sentido”.
Eles estão com medo dos efeitos políticos negativos, que realmente vão ser gerados na sociedade. Por quê? O governo… A matéria é a seguinte. Está aqui. O governo federal estuda… “Governo Lula estaria avaliando assistência às famílias de mortos na operação policial” – contra quem? – “contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro”. O governo Lula está avaliando amparar família de bandido. Que país é este? Cara, a polícia vai lá, combate o bandido, os policiais são mortos, e agora o governo federal está avaliando dar amparo para essas famílias, com dinheiro público, com dinheiro do pagador de imposto. Que país é este? Que governo é este que faz apologia ao crime, que passa a mão na cabeça do bandido?
Por que a matéria não seria “Governo Lula avalia dar amparo à família dos policiais”. Por que a matéria não é dessa forma? Não, não é dessa forma, Brasil. O governo Lula não está preocupado em dar amparo para as famílias dos policiais que morreram dando a sua vida pela segurança da sociedade. Não. O governo Lula está avaliando dar amparo para a família de 120 vagabundos, bandidos, ladrões, que, quando forem assaltá-lo, não vão ter misericórdia de você.
Aconteceu agora em São Paulo no último sábado: uma jovem de 20 anos estava na companhia do pai, com o namorado, foi assaltada e tomou um tiro. Você está achando que o bandido tem misericórdia da sociedade? Você está achando que o bandido vai ter paciência quando for assaltá-lo? Não. Se possível, ele vai acabar com a sua vida. Agora, em vez de o governo federal estar preocupado em trazer amparo para a família dos policiais que saem todos os dias para defender a sociedade… Eu sempre falei nos meus discursos: eles saem e não sabem se vão voltar para casa, como foi o caso dos policiais no Rio de Janeiro. Em vez de o governo estar preocupado em dar amparo para a família dos policiais, o governo está estudando uma estratégia para dar amparo para família de vagabundo.
E esse amparo vai ser pago com dinheiro público. Vai ser pago com o seu dinheiro, se realmente houver esse amparo para vagabundo. Este é o país em que nós vivemos. Como um país como este vai ter respeito? Como o policial vai dar conta de frear a criminalidade, sendo que o próprio governo está passando a mão na cabeça de vagabundo, gente? Isso é revoltante. É revoltante! Isso nos dá a sensação de estar enxugando gelo. O Congresso vai lá, elabora leis, faz tudo para tentar combater o crime, e, depois, vem o Lula, com aquela cara de pau, falar que está mandando para o Congresso um pacote de leis mais duras e severas contra o crime organizado. Mentira! O Lula está fazendo isso porque está com medo da repercussão que deu. Ele está querendo se passar por bonzinho, mas, na realidade, “pelos seus frutos os conhecereis”. A matéria mostra que o governo federal está preocupado em dar amparo à família de bandido e não em dar amparo à família de policial. Essa é a realidade que nós vivemos.
O deputado Lincoln Drumond (em aparte) – Obrigado, deputado. Presidente, eu gostaria de manifestar a minha solidariedade ao presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Tadeu Leite, e o meu repúdio ao ato que aconteceu hoje à porta da casa dele. Nós observamos somente o modus operandi de trabalhar dessa galera. Há de se concordar que, quando essa galera vai para a rua, é sempre atrás de balbúrdia. Falo isso porque, há alguns anos, o bobo aqui esteve na porta do prédio da ministra Cármen Lúcia para limpar a casa dela, quando houve esse tipo de manifestação em que os – para mim – vagabundos, bandidos do MST foram até a casa dela, jogaram tinta, sujaram e fizeram uma bagunça na porta. Então o bobo aqui foi para lá ajudar a limpar.
Em vários anos, várias vezes, houve muitas manifestações desse mesmo formato nos ministérios em Brasília. O que aconteceu hoje, na casa do presidente Tadeu Martins, é simplesmente o retrato desses movimentos. Vou citá-los: Levante Popular da Juventude, MST, MTST, CUT. Essa galera que estava toda lá, para mim, é um bando de vagabundos que não tem o que fazer. Eu falo isso com revolta, porque recorrentemente acontece esse tipo de situação, mas eles não são tachados de terroristas, como os bolsonaristas são. Infelizmente isso acontece, e depois vem deputado aqui, ao Plenário, manifestar-se contra. São eles que alimentam esse tipo de atitude na galera.
Vou lhe falar uma coisa, presidente: não me assusta o fato de o maior invasor de terras deste país estar aqui, em Minas Gerais, amanhã, e isso ter acontecido hoje. Não me assusta. E vou falar outra coisa: dizem que ele tentou vir a esta Casa. Parece que vai à Câmara Municipal de Belo Horizonte e também a Mariana. Então tranquem as suas casas, tranquem as suas casas! Ninguém sabe o que vai acontecer. Esse cara só quer chegar para ocupar espaço e fazer balbúrdia. Então manifesto aqui a minha solidariedade ao presidente desta Casa, o deputado Tadeu Leite.
O deputado Eduardo Azevedo – Parabéns, deputado Lincoln, pelas palavras. Antes de encerrar a minha fala, quero fazer menção a duas pessoas que estão presentes no Plenário hoje: dois grandes amigos, duas grandes lideranças comunitárias e religiosas de Divinópolis, o pastor Juninho, da igreja Apaixonados por Cristo – seja bem-vindo ao Parlamento –, e o nosso grande amigo Sadraque, nosso primeiro suplente de vereador em Divinópolis. Ele é um cara que realmente faz a diferença. Fique firme, porque na próxima, Sadraque, se Deus quiser, você vai ser o vereador mais votado da história de Divinópolis. Tenho certeza disso pelo seu trabalho, porque Deus é com você.
Antes de encerrar, ministra Macaé Evaristo, ministra dos Direitos Humanos: a senhora já esteve sentada nos bancos desta Casa. Deixo o meu apelo à senhora, agora, que está à frente desse ministério. É inaceitável tamanha atitude. Não faça isso com o brasileiro. Não faça isso com o Estado de Minas Gerais. Não envergonhe Minas Gerais no cenário nacional, porque, se realmente o governo Lula, o governo federal, estiver estudando mecanismos para dar amparo à família de vagabundo, será literalmente desanimador. Eu pergunto a você que está nos acompanhando: como você acha que o policial militar, o policial civil, o policial federal e o policial penal vão ter estímulo para sair às ruas para combater o crime, sendo que, quando acontece uma operação como a do Rio de Janeiro, o governo, em vez dar amparo legal à família do policial que está na linha de frente, com a sua vida nos defendendo, dá um tapa na cara da população, declara que o crime no Brasil compensa e estuda um mecanismo ou uma política pública para passar a mão na cabeça de vagabundo? E o pior: se houver qualquer amparo legal, qualquer amparo financeiro, isso será feito com dinheiro público, com o seu dinheiro, com o dinheiro de você, que paga imposto. O dinheiro público, em vez de ser investido na segurança pública, é revertido para fazer apologia ao crime organizado. Que Deus tenha misericórdia deste país, que Deus tenha misericórdia das forças de segurança pública, porque nós estamos vivendo literalmente um caos, uma falta de respeito com as forças de segurança pública! Esse é o meu pronunciamento, presidente.