DEPUTADO CAPOREZZO (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 06/11/2025
Página 22, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PEC 24 de 2023
72ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 4/11/2025
Palavras do deputado Caporezzo
O deputado Caporezzo – Boa tarde, presidente; boa tarde, colegas deputados estaduais. Eu vou desmascarar, neste momento, o tipo de mentalidade decadente de proteção de bandido promovida, neste país, em relação à brilhante operação da Polícia Militar e da Polícia Civil do Rio de Janeiro nos Complexos do Alemão e da Penha. Vejam aqui as matérias. Metrópoles, dia 29 de outubro: “Número de mortos em operação no Rio supera massacre do Carandiru”. Quem diria? Eu pensava que esse recorde maravilhoso nunca seria batido. Parabéns para o governador Cláudio Castro. Matéria do dia 30 de outubro: “TSE marca julgamento que pode cassar o mandato de Cláudio Castro”. Poxa! É assim que tentamos vender para o mundo a imagem de que não somos um país que defende o narcotráfico latino-americano de drogas? Esse homem merecia uma medalha e reconhecimento nacional diante do duro golpe que ele deu no Comando Vermelho. Matéria do dia três de novembro: “Moraes vai ao Rio para ouvir explicações de Cláudio Castro sobre megaoperação”. Até agora eu ainda não ouvi o ministro Alexandre de Moraes chamar esses bandidos do Comando Vermelho, fortemente armados com fuzis e que mataram quatro heróis policiais, de terroristas. Esses não são terroristas, não, Moraes? Só quem usa estilingue, só quem usa a Bíblia, só quem usa terço, só quem veste verde e amarelo? Vagabundo, bandido armado do Comando Vermelho não é terrorista, Alexandre de Moraes? Mais uma matéria do dia 4 de novembro: “TSE julga, nesta terça-feira, recurso que pede cassação de Castro”. Até quando o Brasil, o nosso país, vai ser aquele em que o poste mija no cachorro, em que o rabo abana o cachorro? É uma inversão podre de valores. É absurdo! E ainda aparece especialista de segurança pública: “Se você jogar uma pedra, você derrota o cara armado com um fuzil”. E você tem que acreditar que ele tem um mínimo de credibilidade para falar a respeito de segurança pública. É a mesma coisa que você acreditar que vai dirigir um carro lendo o manual. É patético.
Mas vamos trazer aqui os números, porque os números não mentem. Olhe só o levantamento da Quaest: “Oitenta por cento do Brasil aprovam a megaoperação feita no Rio; nas comunidades, a aprovação é de 90%”. Ou seja, o Brasil a aprova em 80%, mas as comunidades que são oprimidas por esses marginais a aprovam em 90%. Ou seja, os 10% que não aprovam são aqueles que foram mortos pela polícia. É simplesmente inacreditável. Será que nem assim, diante de números como esse, o Estado brasileiro é capaz de ficar ao lado do povo? “Setenta e dois por cento dos moradores do Estado do Rio são a favor de enquadrar o crime organizado como organização terrorista”. Vamos aprender o que é terrorismo de verdade e deixar o presidente Bolsonaro em paz. “Oitenta e cinco por cento defendem aumentar-se a pena de quem comete homicídio a mando do crime organizado e 62% são a favor de se proibirem visitas íntimas nas prisões para faccionados”. Eu acho interessante: o Brasil é um país tão esculhambado que o sujeito é preso e quer continuar tendo vida sexual na prisão. Mas nem isso ele recebe como pena. Hoje, no Brasil, quando alguém fala que um vagabundo vai ser preso, que um vagabundo vai ser penalizado, a primeira coisa que alguém fala, inclusive nos cursos de direito – eu sou advogado, sou formado em direito – é o seguinte: “Como nós vamos reinserir o preso na sociedade? Qual é o caráter educacional da pena?” Tadinho. Como se o marginal praticasse o crime porque ele não tivesse educação. Faça o seguinte: você quer fazer algo propositivo em critério de educação? Pegue um Vade mecum bem grosso e afunde a cabeça de um vagabundo desse nele. Aí você vai estar utilizando algo de maneira bem utilizada. Se não for assim… O criminoso pratica o mal porque gosta. Existem pessoas que realmente gostam de praticar o mal. O mal existe no mundo. Não adianta negar esse fato. E você não vence uma pessoa armada com flores, com passeatas ou vestido de branco pedindo a paz. Você vence com tiro, como fizeram a Polícia Militar e a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Então, a minha continência e o meu respeito a esses heróis, e o nosso total apoio ao governador Cláudio Castro.
Quero aproveitar, presidente, para declarar também a minha solidariedade ao presidente desta Assembleia, deputado Tadeuzinho, diante desta notícia: “Contra a PEC do Cala a Boca, jovens protestam em frente à casa do presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais”. Espere aí, isso é um completo absurdo! O local de debate é aqui, nesta Casa, não em frente à casa de ninguém. Se não fosse pelo deputado Tadeuzinho, não existiria nem Propag, e todas essas pessoas estariam falidas, porque o que o governador Zema queria era o Regime de Recuperação Fiscal, uma condição terrível que acabaria com o funcionalismo público em Minas Gerais e oneraria ainda mais o pagador de impostos, e a gente ficaria pagando eternamente apenas os juros da dívida, sem reduzir um único centavo do montante principal, empurrando com a barriga esse gravíssimo problema para as administrações futuras.
Então, vamos ter o mínimo de bom senso e respeitar uma pessoa que apenas colocou a proposta em votação. Quem vai decidir são os deputados. Cobrem de todos os deputados aqui, e não do presidente, muito menos indo à sua casa, o que é um completo absurdo. Quem gritou aí? Quem tem que decidir é o povo? Então mantenham o referendo. Agora ir à casa dos outros está errado. Está errado ir à casa dos outros. Esse daí tem família. Isso não pode ser feito, não. Está bom?
Eu, Cristiano Caporezzo, sou contra derrubar o referendo. Acho que o povo tem que ser escutado. Agora, se aparecerem na frente da minha casa, vai dar ruim! Isso aí não pode acontecer, não. Esta é a minha palavra: a minha solidariedade ao deputado Tadeuzinho. Obrigado, presidente. A direita vive em Minas Gerais!