Pronunciamentos

DEPUTADO CELINHO SINTROCEL (PCDOB)

Discurso

Declara posição favorável ao requerimento que solicita levantamento da reunião em sinal de pesar pelo falecimento do Cb. Vinícius de Castro Lima, policial militar assassinado no Município de Belo Horizonte, e critica o governador Romeu Zema pelo descaso com a segurança pública e pela falta de políticas públicas em geral. Critica a Proposta de Emenda à Constituição nº 24/2023, por dispensar a realização de referendo popular para autorizar a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – Copasa.

25ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 23/10/2025

Palavras do deputado Celinho Sintrocel

O deputado Celinho Sintrocel – Dirijo-me ao Sr. Presidente Tadeu Martins, às deputadas e aos deputados presentes no Parlamento. Quero também me dirigir a todos os servidores públicos “copasianos” presentes nesta Casa, nas galerias da Assembleia, a Casa do povo. Quero também cumprimentar todos os telespectadores que nos acompanham pela TV Assembleia nesta discussão importante sobre a PEC nº 24. Quero ainda, de forma muito especial, cumprimentar a minha camarada Jô Moraes, ex-deputada desta Casa e ex-deputada federal, que sempre, na sua luta, defendeu a Copasa, a Cemig, a Codemig e a Codemge. Ela sempre defendeu o que é do povo mineiro. Jô Moraes, quero dizer para você, que é um exemplo de mulher e de luta, que estamos juntos nessa causa.

Quero dizer a todos neste momento que eu, deputado estadual Celinho Sintrocel, apoio o Requerimento nº 14.822, apresentado pelo nosso líder do Bloco Democracia e Luta, deputado Ulysses Gomes. E quero pedir a todas as deputadas e a todos os deputados que possam, junto com a nossa bancada, fazer a aprovação desse requerimento, que é muito justo. No meu pronunciamento, no meu encaminhamento, eu também quero me solidarizar e externar todo o meu sentimento à família do Cb. Vinícius de Castro Lima, da Polícia Militar, que veio a óbito e que sempre demonstrou muita garra, muita dedicação para a segurança pública do nosso Estado de Minas Gerais. Eu quero dizer para toda a família do Cb. Vinícius de Castro – esposa, filhos, pai, mãe, irmãos, todos os familiares: que Deus conforte o coração de todos, que dê a todos muita força para superarem este momento de dor.

Também não posso deixar de registrar que o resultado de todo o enfraquecimento, de todo o desmantelamento das políticas públicas em Minas Gerais é resultado do governo que está aí, governando há sete anos: este governo que não faz política social, este governo que não trabalha para valorizar a segurança pública, e que também não faz algo para valorizar políticas públicas importantes, como as de educação, como as de saúde, políticas que fazem a garantia de qualidade de vida, buscando dar dignidade de vida para o povo mineiro. Esse governo está na contramão disso.

Eu já estou neste Parlamento há quatro mandatos. Desde que este governo entrou, eu recebo, todos os meses, em meu gabinete, na Assembleia – como recebo no meu escritório, em Coronel Fabriciano –, comandantes da Polícia Militar me pedindo que eu empenhe emendas parlamentares para garantir viaturas e equipamentos para que a Polícia Militar possa continuar fazendo a segurança do povo mineiro, coisa que o governador tinha que fazer, mas não faz. E o resultado é o enfraquecimento da nossa Polícia Militar. A gente não deixa de registrar: essa mesma política de desvalorização, essa mesma política de precarização das políticas públicas, está na segurança pública.

E aqui, nesta matéria, dada a morte do cabo, está muito claro para todos nós. (– Lê:) “A promessa de campanha do governador Romeu Zema de priorizar a segurança pública em Minas Gerais se choca, mais uma vez, com a realidade da população. Após o anúncio do contingenciamento de R$1.100.000.000,00 feito no orçamento estadual, o governador impôs restrições diretas ao trabalho das forças de segurança”. Esse é o resultado da precarização. “Na prática, a medida levou a Polícia Civil a limitar o abastecimento das viaturas e a Polícia Militar a suspender diligências administrativas e treinamentos básicos, comprometendo investigações e o preparo dos agentes, além da modificação de rotas para priorizar postos próprios do Estado”.

Pois bem. Eu estou falando isso para vocês e estou mostrando esse processo de precarização das políticas públicas e como este governo estadual está agindo na contramão do que o governo federal faz. O governo federal faz políticas públicas para valorizar os servidores. Como primeira medida, procurou proteger os trabalhadores para pagarem menos Imposto de Renda. Faz política pública para ajudar as pessoas que vivem em vulnerabilidade. O governo de Minas está agora fazendo uma proposta, a PEC nº 24, que acaba com o direito do povo mineiro a votar, a dar sua opinião se quer ou não quer a privatização da Copasa. Se ele acha que tem que privatizar, por que não dá o direito de fala ao povo de Minas? Peço aos “copasianos” um pouco de silêncio, porque quero me dirigir à dona de casa que está nos acompanhando agora pela TV Assembleia. Quero dizer para a dona de casa, para o aposentado, para o trabalhador e para o jovem, que o governo Zema quer tirar o direito de vocês dizerem se querem ou não querem que a Copasa seja privatizada. Ele sabe que, se consultar o povo mineiro, o povo mineiro não apoiará a privatização. Não apoiará!

Eu fico aqui, na Assembleia, ouvindo alguns deputados. Alguns deputados até se manifestam – não vou citar nomes – dizendo que são a favor, Jô Moraes, da privatização, porque a Copasa faz buraco na rua e deixa vazamento de água. Mas não é a Copasa, não! Quem está fazendo isso é o Zema, porque ele está precarizando a Copasa. Ele deixa de investir na Copasa, e o povo mineiro sabe disso. O povo mineiro esperava desse governador que ele fizesse um projeto de lei para diminuir a conta de água e a taxa de esgoto. Mas ele não faz isso, não, porque a proposta do governador, nestes sete anos de governo, é sempre defender isto: “Eu quero precarizar a Copasa para dar mais lucro aos acionistas”. Nós não podemos compactuar com isso. Por isso eu também estou na luta e na defesa com todos os servidores, com todos os “copasianos” e com todos os servidores da Copanor. Nós vamos ficar aqui, na Assembleia, o tempo que for necessário para dizer “não” à PEC nº 24. Não aceitamos acabar com o referendo.

Fico aqui pensando: Jô, como estará, a uma hora desta, Itamar Franco no túmulo, sabendo que eles estão cometendo esse crime, querendo acabar com o referendo popular? Nós estamos somando forças, e quero pedir que todos digam: é referendo que o povo mineiro quer, e é para isso que vamos lutar! Contem com o nosso mandato.

O presidente – Obrigado, deputado Celinho.