Pronunciamentos

DEPUTADO DOUTOR JEAN FREIRE (PT)

Discurso

Manifesta solidariedade à família do cabo Vinícius de Castro Lima, policial militar assassinado no Município de Belo Horizonte, e critica o governador Romeu Zema pelo descaso com a segurança pública. Destaca a importância da água e defende que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais – Copasa – deve ser fortalecida e permanecer pública, e defende o direito do povo de decidir sobre a desestatização ou federalização da empresa.

25ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 23/10/2025

Palavras do deputado Doutor Jean Freire

O deputado Doutor Jean Freire – Meus sentimentos e minha solidariedade à família de Vinícius de Castro Lima, de 37 anos, que foi morto durante um assalto a uma loja de veículos no Bairro Tirol, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. Meus sentimentos e minha solidariedade a todos os familiares e à Polícia Militar – vocês viram muito bem como este governo do Estado trata a segurança e trata os militares deste estado. Vocês, militares, veem muito bem a posição do Bloco Democracia e Luta. Vocês veem muito bem a posição do Bloco Democracia e Luta, que está sempre aqui defendendo a Polícia Militar, defendendo melhores condições de trabalho. Aliás, há poucos dias, nós vimos uma reportagem que mostra que o governador do Estado quer que a Polícia Militar economize combustível, como se os policiais tivessem como negociar com os bandidos a quantidade de combustível que o outro lado está usando também. Então fica o nosso sentimento, a nossa solidariedade aos familiares. E a gente reforça, Sr. Presidente, o pedido do deputado Ulysses.

Quando subo a esta tribuna, a primeira coisa que vejo aqui é um copo d'água. Eu sou do interior, da região do Jequitinhonha e Mucuri. Um abraço a vocês, da Copasa do Jequitinhonha e Mucuri, que estiveram e que estão presentes aqui. Quando chega uma pessoa à nossa casa, a primeira coisa que a gente pergunta: aceita um copo d'água? É a primeira coisa. A gente geralmente pergunta se a pessoa quer lavar as mãos. Geralmente a gente faz essa pergunta lá no interior. Vejam a relação do nosso povo com a água. Cresci vendo essa relação. Eu me lembro muito bem de quando a Copasa foi colocar água na minha cidade, em Itaobim. Eu me lembro muito bem da Copasa abrindo as valetas, e a gente acompanhando todo aquele trabalho. Aliás, essa relação é muito forte na minha vida, porque o meu pai, à época, foi trabalhar para colocar água em Pavão, no Vale do Mucuri, foi trabalhador braçal quando se foi colocar água em Itaobim. Então essa relação com a água é muito forte. Eu me lembro de acompanhar minha mãe, que ia com uma trouxa de roupa na cabeça, isso quando não havia água da Copasa, para lavá-la no Rio Jequitinhonha. Eu me lembro das mulheres com lata d'água na cabeça, levando água para as casas. Eu me lembro dos meus irmãos puxando o jeguinho, levando água para vender nas casas.

Então chega a Copasa, chega a Copasa às cidades mais longínquas, chega às comunidades, aonde depois chega a Copanor. Imaginem aquilo para uma criança que acompanhava a mãe quando ela ia pegar água; para uma criança que via a água sendo entregue, por meio dos animais, nas casas das pessoas; para uma criança que fazia festa quando chegava o caminhão-pipa para abastecer as casas, e já era um avanço a chegada do caminhão-pipa. Eu sei o valor da Copasa, eu sei o valor de ligar a torneira, nossa querida liderança Jô, e ver chegar água às nossas caixas. Eu sei a dor que é olhar para uma caixa d'água e não ver água. Eu sei a dor que é ver o povo do campo, das comunidades, não terem água.

Sei a dor que é o povo de Ijicatu, de Lelivéldia, de Vai Lavando e de tantas comunidades ver uma represa, como a de Irapé, mas não ter água em casa. Por isso acho que, hoje, nós tínhamos que estar discutindo aqui sobre como fortalecer a Copasa, sobre como empoderar a Copasa.

Para mim, é muito tranquilo estar aqui, numa quinta-feira à noite, porque, às quintas-feiras à noite, eu saio de carro para o Vale do Jequitinhonha. Para mim, ficar aqui para defender uma empresa pública é muito tranquilo. Para mim, isso é muito tranquilo. Faço isso com muito orgulho, com muito orgulho. Eu também fui um dos que não puderam estar aqui como deputado – eu não era deputado – no momento de garantir, na Constituição Mineira, o direito a perguntar ao nosso povo se vende ou não vende uma empresa do nosso povo. Para terminar, Sr. Presidente, estou aqui, neste dia, para defender esse direito que foi colocado na nossa Constituição, graças ao nosso saudoso Itamar Franco. Muito obrigado, Sr. Presidente.

O presidente – Obrigado, deputado Doutor Jean Freire.