Pronunciamentos

DEPUTADO ALENCAR DA SILVEIRA JR. (PDT), presidente do Conselho Fiscal da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais – Unale

Discurso

Presta homenagem à União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais – Unale.
Reunião 31ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 24/09/2025
Página 5, Coluna 1
Indexação

31ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 22/9/2025

Palavras do deputado Alencar da Silveira Jr.

Cumprimento meu amigo presidente Tadeuzinho, esse presidente que... Se eu vou para o tribunal hoje, eu vou graças a ele, graças ao trabalho, graças à união desta Casa, graças à liderança dele. Vocês estão vendo que ele já fez isso aqui e já está doido para ir embora logo. Já está louco para me colocar para fora, mas a gente vai ficar mais uns dois meses ainda. Cumprimento a Tia Ju, nossa presidente, parceira amiga e companheira; o Marcelo, presidente da Assembleia do Estado do Espírito Santo, com quem a gente aprendeu a conviver, a gostar e a falar – nós temos sempre uma boa proximidade com o Espírito Santo; e o Gabriel, nosso próximo anfitrião – tenho certeza de que a Unale vai escolher o Estado de Roraima para sediar o próximo evento. Eu perguntei a ele: “Quando você vai fazer algum hotel lá?”. Ele falou: “Não tem problema, não. A tia Maria tem uma casa grande lá. A gente vai espalhar uns colchões, e alguns dormem ali”. Aqui, em Minas Gerais, a gente fazia isso, não é? “Vai haver uma festa no Serro!”. Eu fui eleito, e um dia fui ao Serro agradecer. Não havia hotel. Eu e a Francilene fomos dormir na casa do Vânio. Levantei à noite para fazer xixi, estava cheio de objetos de construção no chão, e a gente passou. Eu tenho certeza de que mesmo se em Roraima não houver hotel, nós vamos ter condições de ficar, porque lá existe um povo muito hospitaleiro. Espero que, na próxima reunião, eu possa estar presente. Cumprimento também o Zé Laviola. Tive a oportunidade de ser colega do seu avô, do seu tio, da sua mãe e do filho. Vários aqui desta Casa tiveram a oportunidade de ser colega do avô, do pai e do filho. Fui colega também do pai do Tadeu, Tadeu Leite. Quantas vezes, nos comícios do Tadeu, quem cantava, gente, quem aproveitava, quem fazia a apresentação era o Tadeu. Ele era pequenininho, novinho – era maior do que ele –, herdou o sangue e chegou a esta Casa.

Mas, olhem, pegaram-me num dia... Eu não estava sabendo o que ia acontecer. Essa foi muito boa. Falar da Unale é muito bom. Falar da Unale é a gente olhar para trás, no retrovisor da história, é a gente lembrar de quando começou, quando a gente saiu daqui com o presidente Agostinho Patrus, o Postal, e fomos à Paraíba. Acho que na Paraíba mesmo nos reunimos com o presidente da União Parlamentar Independente – UPI –, que fazia uma reunião com todos os deputados estaduais. Naquela época, ele era o presidente – nós estamos falando de 30 anos atrás –, mas não era deputado. Nós chegamos, levamos um colega nosso, o Cleuber Carneiro – tenho que relatar isso aqui. A primeira palavra foi desse presidente que ali estava, que havia sido deputado, era o presidente da Unale, sem nenhum compromisso com a classe política. Ele falou da UPI, falou isso, falou aquilo. O Cleuber virou e falou o seguinte: “Nossa, você tem que continuar mesmo, forte”. O Agostinho parou um pouquinho, e fomos tomar um café. O Agostinho pega o Cleuber, sai da sala e fala: “Cleuber, nós viemos aqui para acabar com a UPI, para parar, para ser a UPI dos deputados. E você está falando isso?”. Ele disse: “Mas você não falou comigo”. Aí eu aprendi, viu, Tadeu? “Você me chamou para ajudar ou para atrapalhar?” O Agostinho depois mostrou o que a gente foi fazer ali. Fomos ali para criar uma entidade. Não podia ser a União Parlamentar Independente, aí, nós criamos a Unale – União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais. Começou pequena, começou com a Assembleia de Minas acertando, articulando com Brasília, com o Magela, com o Rio Grande do Sul, com o Postal, com a Paraíba. A gente conseguiu fazer com que nascesse uma entidade. Era uma entidade que nascia em Brasília, com uma sede pequena, com uma história pequena. E fomos trazendo todos os deputados para participarem. Ela mostrava a necessidade da representação de 1.059 deputados. Ali nascia a força do Parlamento, a discussão do que realmente acontecia nas assembleias.

Vamos lembrar que não havia telefone celular, havia muito pouco computador. Depois veio o celular, veio uma estrutura, e a gente foi conseguindo criar a entidade. A filiação das assembleias era importante. Começamos com as Assembleias de Minas e do Rio Grande do Sul; depois, com a distrital, de Brasília. A gente conseguiu unificar, trazer os deputados, discutir os problemas do Brasil no âmbito de cada estado. Eu costumo dizer que a Unale é a nossa casa, é um sindicato que a gente tem. Resolvemos problemas de todos aqueles que dependem do deputado estadual e do deputado federal. Ou seja, resolvemos sempre o problema dos outros, mas precisávamos de ter uma entidade para resolver os nossos, para a gente discutir o que é bom no Amazonas, que vai ser bom no Rio Grande do Sul e pode ser bom em Minas Gerais também. E ali a gente mostrava que através do FAP, que é o nosso seguro – e isso eu tenho que falar –, nesse período todo em que vários deputados, várias esposas de deputados, várias companheiras de deputados, vários filhos de deputados, no primeiro momento da perda de um parlamentar, de um pai de família, foi que segurou a família e segurou para fazer um evento.

E o que é o FAP? – a gente tem que falar disso. Eu costumo falar que todas as categorias têm que ter isso sem dinheiro público. Hoje nós temos um seguro criado, naquele momento, sem R$0,01 público. E quem tem o seguro é quem participa desse colegiado, é quem participa dessa irmandade que a gente tem. Cada deputado do Brasil escolhe quem vai ser beneficiado e paga um dia do seu salário. Todos nós aqui pagamos um dia dos salários. Aqui na Assembleia, várias famílias receberam esse seguro. Isso é muito importante e tem que chegar em todo lugar. “Ah, mas deputado tem mordomia, deputado tem seguro, deputado tem isso.” Não. O seguro que a gente tem somos nós que fazemos contribuindo com um dia do salário de cada um. Temos que deixar isso bem claro para toda a população e é a primeira vez que eu tenho a oportunidade de subir numa tribuna para falar sobre isso. Porque só falam de mordomia para cá e mordomia para lá, mas todo mundo se esquece do fim de semana nosso com o eleitor, a hora que a gente sai de uma assembleia e estamos vivenciando o dia a dia de cada um que ali está.

Eu tenho 31 anos aqui dentro desta Casa – estive 6 anos na Câmara Municipal – e quantas vezes, quando acabava uma sessão aqui, numa quinta-feira, a gente pegava o carro para irmos à base, para uma reunião aqui e ali. Às vezes, o povo pode falar: “Ah, deputado só trabalha... Deputado não está no Plenário, não está no gabinete”. Não, mas o deputado não tem hora. É de manhã, de tarde e de noite. E na Unale nós conseguimos mostrar isso tudo. Essa discussão e todos os problemas que aconteceram em todos os estados, nós tivemos a condição de somar e de ajudar.

Então encerro, presidente, agradecendo a essa entidade, que me deu a condição de ser presidente dela. Agradecer a essa entidade que me deu a condição de aprender, de fazer leis, que deram exemplo para todo o Brasil. Foi a nossa Assembleia de Minas que criou a primeira TV Legislativa do Brasil, a primeira Lei Antifumo constitucional; a primeira Ficha Limpa. Tudo saiu desta Assembleia. Como eu falei, a renegociação da dívida agora nasceu aqui dentro desta Casa com o presidente Tadeu. A Ficha Limpa, primeira do Brasil, foi a nossa, depois vem um movimento nacional. Todos os projetos bons que nós fizemos nesses 30 anos foram passados para todos os companheiros da Unale. O que deu certo em Minas deu certo em vários estados.

Quero agradecer e lembrar o que o Diogo falou: “Alencar, você não vai aguentar lá em cima”. Vou porque estarei fazendo uma conciliação. Acho que um Tribunal de Contas não tem que ser punitivo. Não é só punir, não. Tribunal tem que ser para conciliação, tem que ser uma parte que nós podemos conversar. Nenhum deputado que está aqui – eu aposto com vocês – teve uma sugestão de um conselheiro do Tribunal de Contas de que podia resolver esse ou aquele problema mudando a lei dentro da Assembleia. Nenhum deputado recebeu uma opinião ou uma sugestão de um colega que já foi para o Tribunal de Contas. Então o que nós vamos fazer? Nós vamos aprender, naquela casa, ao lado de Postal, ao lado de Pessuti, ao lado de tantos outros que ali estão, que saíram da Unale e estão nos tribunais do Brasil inteiro, e, com sugestão do que aprendermos lá, do que vermos lá, poderemos fazer e mostrar para o Legislativo. O Legislativo vai continuar fazendo. Eu serei sempre grato à Unale, a esta Casa, aos meus eleitores e ao presidente Tadeuzinho, que um dia me falou: “Fique calmo, que a sua hora vai chegar”. E ela chegou agora, com o aval e com a determinação do seguinte: você não está velho, não; você ainda pode trabalhar muito e fazer alguma coisa diferente naquele tribunal. E, olha, foi a liderança dele. A gente ia disputar a eleição com vários colegas. A gente tinha voto para ganhar, mas não tinha voto para deixar esta Assembleia unida como é, tendo o melhor corpo de funcionários que a gente tem. Eu costumo falar nas nossas reuniões que a minha Assembleia tem os melhores funcionários do Brasil, a minha Assembleia dá o exemplo para todo o mundo. E um dos exemplos que a gente teve e mostrou, com a liderança do Tadeu, foi que nós não precisamos disputar aqui dentro. Nós temos que pensar o que é melhor para a Casa, o que é melhor para o convívio de todos neste Parlamento. Obrigado. Beijo no coração. Eu só tenho que agradecer.