Pronunciamentos

DEPUTADO CARLOS HENRIQUE (REPUBLICANOS), autor do requerimento que deu origem à homenagem

Discurso

Homenagem ao Grupo da Saúde Universal pelo suporte oferecido aos doentes e familiares e auxílio social à comunidade.
Reunião 27ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 03/09/2025
Página 2, Coluna 1
Indexação

27ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 1/9/2025

Palavras do deputado Carlos Henrique

Boa noite a todos. Saúde a todos. Quero cumprimentar o querido amigo deputado Thiago Cota, que hoje, de forma tão gentil, preside esta reunião. O nosso agradecimento pela amizade e pela parceria e pelo brilhantismo com que V. Exa. atua na Assembleia de Minas, sempre com a preocupação de defender os maiores interesses dos mineiros e das mineiras do Estado. Obrigado, deputado Thiago Cota, que representa o presidente da Assembleia de Minas, deputado Tadeu Martins Leite, que também, da mesma forma, preside esta Casa com muita sabedoria e tem a capacidade de agregar e de ser um grande representante dos 76 deputados – incluindo-o, são 77 – desta Casa. O nosso agradecimento também ao deputado Tadeu Martins Leite.

Quero cumprimentar o pastor Eduardo Lima, que representa o Grupo da Saúde Universal, que lidera esses componentes, essas pessoas voluntárias, que carregam dentro de si uma vocação, um amor, uma entrega e uma dedicação tão grande às pessoas que mais precisam de assistência no momento difícil de suas vidas, que são acometidas por uma enfermidade, por uma doença; enfermidade essa, doença essa, que, muitas vezes, mexe com a estrutura de toda a família. Então parabéns, pastor Eduardo, pelo seu trabalho e pela condução dos trabalhos à frente do GSU.

Quero cumprimentar o querido amigo vereador Arruda, vereador de primeiro mandato na Câmara Municipal de Belo Horizonte, que também, da mesma forma, tem feito um belíssimo trabalho naquela Casa, onde exerci mandatos de 2000 a 2010. Quero cumprimentar o Sr. Gerson Coelho Cavalcanti Júnior, diretor-geral do Hospital da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, representando a instituição da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais. Quero cumprimentar também a Dra. Kelly Nogueira Guerra, presidente da Fundação Hemominas – muito obrigado pela presença da senhora aqui conosco, que certamente enriquece muito não só a composição da Mesa, mas também a participação nesta solenidade. Quero cumprimentar ainda o Dr. Luiz Henrique de Sousa e Silva, diretor-presidente do Hospital da Baleia, representando os hospitais parceiros que aqui estão. Estive recentemente no Hospital da Baleia e fui muito bem recebido por V. Exa. e por toda a equipe. É uma parceria não só do Hospital da Baleia com o nosso mandato, mas também com diversos outros parceiros, hospitais, que, da mesma forma, são tão gentis e colaboram, e muito, para o meu trabalho e também para o trabalho voluntário de todas as pessoas que aqui estão. Quero cumprimentar minha esposa, Adailza, que está aqui, e a esposa do pastor Eduardo, que também está presente. Quero agradecer à nossa assessoria todo o apoio para tornar esta solenidade, esta reunião, tão prestigiada por tantas pessoas que compõem não só o Plenário, nesta noite, mas também as galerias, deixando a Assembleia de Minas muito mais enriquecida com a presença de cada um de vocês. É a Casa do povo. Sejam todos muito bem-vindos.

Exmo. Sr. Deputado Thiago Cota, que preside esta reunião solene; Exmas. Sras. e Exmos. Srs. Deputados presentes. Quero cumprimentar o pastor Eduardo Lima, que é responsável pelo trabalho do Grupo da Saúde Universal no Estado, e, através dele, cumprimento todos os demais membros do GSU. Cumprimento também os profissionais de saúde, os representantes dos hospitais, que já foram citados, e as senhoras e os senhores.

É com grande honra e alegria que me dirijo a todos nesta ocasião especial para apresentar o trabalho desenvolvido pelo Grupo da Saúde da Igreja Universal do Reino de Deus. Essa iniciativa nasceu da compreensão de que a saúde é um dos maiores bens concedidos por Deus e que cuidar dela é também uma forma de expressar amor, fé e compromisso com a vida. A Constituição Federal garante a todos a liberdade religiosa e o direito de professar a própria fé, inclusive em momentos de internação. A presença da assistência religiosa nos hospitais não é um privilégio, mas, sim, um direito fundamental, uma forma de acolher o ser humano em sua integralidade: corpo, alma e espírito. Infelizmente, notamos superlotação dos serviços de urgência e emergência, reflexo da falta de estrutura adequada e da escassez de profissionais. A demora para se conseguir consultas e exames especializados muitas vezes faz com que doenças simples evoluam para quadros mais graves e de difícil tratamento. A carência de insumos e de medicamentos, realidade que coloca em risco a continuidade dos tratamentos, e a desigualdade regional fazem com que moradores de áreas rurais e periféricas encontrem ainda mais obstáculos para chegar até os serviços de saúde.

Aponto ainda: estatística realizada recentemente indicou que aos milhares de boletins de ocorrência referentes à violência contra os profissionais de saúde em ambientes de saúde no Brasil somam quase 5 mil casos somente neste ano. Pasmem: em Belo Horizonte, nos últimos dois anos, são mais de 800 casos, e até maio foram mais de 34 casos de agressões reportados. São vários os tipos de violência: a física, a verbal e a psicológica. Realmente é um número histórico com crescimento exponencial em relação a outros anos, o que é muito preocupante.

A enfermagem é um dos grupos de profissionais de saúde que mais sofre com a violência. Isso porque estão presentes desde o primeiro contato com o paciente até os cuidados mais complicados e complexos da atenção à saúde. Ofensas, ameaças e xingamentos são ocorrências violentas que as equipes de enfermagem e também os médicos enfrentam no trabalho. Esses acontecimentos prejudicam o atendimento à saúde dos envolvidos e se fazem presentes em todas as categorias de assistência, desde pacientes a cargos de gerência das instituições. Os meus parabéns aos profissionais de saúde presentes. A atenção à saúde e o cuidado vai muito além das eventualidades de violência vivenciadas pelos profissionais de saúde, no entanto tem sido um grande obstáculo aos trabalhadores, gerando conflitos, constrangimentos e agressões graves, trazendo reflexos no contexto.

O Grupo de Saúde atua de maneira voluntária e comprometida, tendo como base os princípios cristãos da solidariedade, do cuidado e do acolhimento humano. São pessoas voluntárias que muitas vezes deixam as suas atividades profissionais e compromissos familiares para se solidarizarem com pessoas em momentos que se encontram acamadas. Eu fui uma pessoa que vivenciou, no período da Covid, um momento muito difícil. Eu fiquei com 10% de vida. E, a partir dali, eu passei a ter uma compreensão e uma valorização muito grande de todos os profissionais de saúde, da importância que cada um deles tem na nossa vida, no nosso cotidiano. E sei também o que é viver momentos de solidão dentro de uma UTI, onde você tem apenas o barulho das máquinas, o ruído do ar-condicionado e todos os equipamentos funcionando. Mas o que foi muito importante e fundamental para a minha recuperação foi ouvir a voz de Deus e a palavra de Deus, que me sustentaram naquele momento tão difícil da minha vida. Imaginem um jovem – praticamente – de 52 anos, na época, sem nenhum problema de saúde, mas, de repente, se viu acamado, entubado por sete dias. A minha esposa esteve lutando bravamente em oração, perseverando em oração, travando uma luta muito grande com Deus. A gente entende o valor dos profissionais da saúde, mas a gente também entende a importância do ambiente de fé, do apoio da fé, porque a ciência nos afirma que a fé tem poder para curar.

Além da competência médica, da competência da ciência, das boas instalações daquela unidade hospitalar, eu não tenho dúvida de que foi a assistência espiritual, de que foram as intervenções por meio de orações que muitos de vocês fizeram por mim, pelas quais eu sou muito grato, enfim, eu não tenho dúvida de que, naquele momento, esse foi o grande diferencial para a minha recuperação e para a possibilidade de eu estar aqui, hoje, falando com vocês.

O que eu quero dizer com isso? Quero falar da importância da presença de cada profissional de saúde no momento mais difícil de um ser humano, no momento mais difícil que uma pessoa vivencia, que é quando se encontra com um drama de saúde e esse drama se estende para toda a cadeia familiar, que se desespera com aquela dor, com aquela aflição, com aquela palavra do médico, que talvez diga: “Olha, não temos mais o que fazer; o que estava ao nosso alcance nós fizemos”. É nessa hora que entra o poder da fé, da oração que cada um de vocês faz quando entra num leito hospitalar, arriscando até a própria vida para prestar assistência às pessoas que mais precisam.

Mas, como diz a Primeira Epístola a Timóteo, no Capítulo 4, o exercício corporal para pouco aproveita, no sentido da vaidade, não no sentido do cuidado com a saúde. O exercício corporal para cuidar da saúde é muito importante. Ele só não é proveitoso no aspecto das vaidades. Mas a piedade para tudo é proveitosa. E o exercício da piedade é o que vocês praticam no dia a dia.

Ao longo de sua trajetória, o grupo carinhosamente chamado de GSU vem realizando diversas ações práticas e transformadoras, entre as quais destaco visitas solidárias a hospitais, asilos, casas de recuperação e instituições de acolhimento, levando não apenas apoio moral e orientação, mas sobretudo palavras de fé e esperança, campanhas de doação de sangue, prevenção e conscientização sobre doenças comuns, oferecendo informações claras e acessíveis à população, especialmente às comunidades mais carentes.

Recentemente, o Grupo da Saúde Universal promoveu, na sede da Igreja Universal, no Bairro de Lourdes, a carreata da saúde, onde foram realizados exames de mamografia, oftalmologia, medição de glicose e acompanhamento cardiovascular, atendimentos comunitários gratuitos, orientações nutricionais e aconselhamento sobre hábitos saudáveis. Eu me lembro bem de que estive agradecendo por esse dia de atendimento, por conta do longo período de espera na rede hospitalar para fazer um exame simples. E aquele foi um momento em que não houve burocracia, a pessoa foi assistida em tempo.

Palestras educativas e oficinas, abordando temas como saúde mental, qualidade de vida, prevenção de vícios e fortalecimento de vínculos familiares; visitas solidárias a hospitais, asilos, casas de recuperação e instituições de acolhimento; e campanhas de solidariedade e doação, mobilizando voluntários e parceiros para auxiliar famílias em situação de vulnerabilidade social: essas ações refletem a essência do Evangelho, que nos ensina a amar ao próximo como a nós mesmos. Um dos principais mandamentos: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.” Em cada gesto, em cada visita, em cada orientação, buscam transmitir a mensagem de que a saúde é um direito de todos e de que o cuidado deve ser um ato de amor e fé.

O trabalho do Grupo da Saúde da Igreja Universal do Reino de Deus não substitui o atendimento médico nem se coloca no lugar da ciência. Pelo contrário, ele busca caminhar lado a lado, unindo a sabedoria dos profissionais de saúde à força da fé, ao acolhimento humano e ao amparo espiritual. Acreditamos que o verdadeiro cuidado acontece quando corpo, alma e espírito estão em harmonia. E é essa visão integral que orienta as ações do grupo, fortalecendo não apenas a saúde física, mas também a esperança, a coragem e a fé daqueles que as procuram. Estudos comprovam que o apoio espiritual pode reduzir a ansiedade, fortalecer a resiliência e até colaborar na adesão ao tratamento. Há testemunhos de pacientes e familiares que encontraram na fé a força necessária para transpor momentos tão difíceis. Portanto defender e fortalecer a presença da assistência religiosa nos hospitais é defender a humanização da saúde e reconhecer que o cuidado vai além de exames, medicamentos e procedimentos técnicos: ele deve alcançar também a alma, que é a essência da vida.

Esta justa homenagem é uma oportunidade para reafirmarmos o nosso compromisso com a sociedade, visando a expandir as atividades do GSU para alcançar novos espaços e multiplicar gestos de solidariedade, e o entendimento de que cada vida cuidada é uma vitória não apenas para a instituição, mas para toda a comunidade. Finalizo com a convicção de que a fé unida à ação transformam realidades. Que possamos seguir firmes neste propósito, cuidando do corpo e da alma, honrando a Deus e servindo ao próximo com amor, dedicação e fé, lembrando que as dificuldades são grandes, mas não intransponíveis. Se unirmos forças – poder público, sociedade civil, entidades religiosas, profissionais e voluntários –, poderemos construir um sistema de saúde mais justo, mais ágil e mais humano.

A saúde não é um privilégio; é um direito. E lutar por ela é lutar pela vida, pela dignidade e pelo futuro do nosso povo. Agradeço imensamente a presença de todos que aqui se encontram – alguns vieram de longe, de Betim, do Eldorado, de Ribeirão das Neves. A presença de vocês aqui e esse reconhecimento pelo trabalho do GSU são um presente não nosso, como parlamentares, mas uma inspiração divina pelo denodo, pelo sacrifício, pelo empenho e pela dedicação de cada um de vocês. Cada deputado tem o direito de oferecer uma única homenagem como esta por ano, e Deus apontou que nós pudéssemos homenagear, nessa oportunidade, o GSU. Parabéns a vocês! Que Deus os abençoe! Muito obrigado.