Pronunciamentos

DEPUTADO GREGO DA FUNDAÇÃO (PMN), presidente "ad hoc", autor do requerimento que deu origem à homenagem

Discurso

Homenagem à Fundação Cristiano Varella pelos 30 anos de sua fundação.
Reunião 24ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 27/08/2025
Página 2, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 6992 de 2024

24ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 25/8/2025

Palavras do presidente (deputado Grego da Fundação)

Assim como muitas pessoas que estão tentando segurar as suas lágrimas, eu também estou, porque este é um momento único, um momento histórico, para quem acompanha a fundação ao longo destes 30 anos. Conto com a compreensão de toda a assessoria, porque quero quebrar o protocolo. Gostaria de chamar também o outro filho do Lael Varella, o Laelzinho, para compor a nossa Mesa. Por favor.

Cumprimento o Sr. Lael Vieira Varella, presidente do Conselho Honorário da Fundação Cristiano Varella e fundador da fundação; o Sr. Luciano Ferreira Varella, presidente do Conselho Fiscal da Fundação Cristiano Varella; o Sr. Misael Varella, meu amigo, deputado federal; o Sr. Cassio Soares, meu amigo, deputado estadual e líder do nosso bloco; o Exmo. Sr. Renan Guimarães de Oliveira, subsecretário de Acesso a Serviços de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Estado de Minas Gerais, representando, neste ato, o secretário de Estado de Saúde, Dr. Fábio Baccheretti Vitor. Cumprimento ainda, de maneira muito especial, o Exmo. Sr. Hugo Barros de Moura Lima, procurador-geral de justiça adjunto institucional – muito obrigado pela presença. Na pessoa do vereador Leonardo Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Caparaó, cumprimento todos os vereadores e vereadoras presentes, seja fisicamente, seja por meio dos canais que estão transmitindo ao vivo esta sessão. Cumprimento também o Sr. Laelzinho, como o conhecemos intimamente, que também faz parte desta Mesa. Cumprimento todos vocês. Quero que se sintam abraçados. Cumprimentando a minha esposa Camila, cumprimento o público feminino, que é predominante nesta sessão.

Quando cheguei, a assessoria responsável pela parte de taquigrafia da Casa – pois uma curiosidade de que muitos não sabem é que tudo o que acontece aqui na Assembleia é registrado e taquigrafado –, fui questionado, Sr. Lael, se eu tinha trazido um discurso pronto para ficar até mais fácil para a Taquigrafia apenas reproduzi-lo. Eu disse que lamentavelmente não, porque quero que as palavras que eu falar aqui brotem do meu coração. Então é bem possível que elas não estejam numa ordem. É bem possível que eu me esqueça de muita coisa que gostaria de falar, mas quero que todos saibam que aquilo que eu falar vem das profundezas da minha alma.

Perdi a minha mãe para o câncer. Foi uma luta terrível. O câncer é uma doença que mexe não só com os pacientes, mas também com os seus familiares e amigos. Só quem já passou por essa luta vai entender isso que estou dizendo. Tive a oportunidade de estreitar laços com o Sr. Lael Varella, que, como foi visto e dito no vídeo, por meio da dor e motivado por um sentimento chamado amor – sem sonhar e sem imaginar que a fundação hoje estaria na fase adulta, completando 30 anos –, nos seus momentos de angústia, de insônia e incerteza, decidiu iniciar uma obra pensando em levar atendimento de qualidade a milhares e milhares de pessoas. Essas pessoas, até então, tinham que se deslocar para Juiz de Fora ou até para Belo Horizonte e para capitais de outros estados, como Vitória e Rio de Janeiro. Isso aconteceu nos rincões de Minas Gerais – imaginem, senhoras e senhores –, há 30 anos, em Muriaé, uma pequena cidade da Zona da Mata, que não era cidade-polo nem cidade-referência em saúde. Assim, iniciou-se a Fundação Cristiano Varella – guardem esta palavra –, “motivada”, ainda que de maneira inconsciente, por amor.

Iniciei na política, deputado Cassio, em 2012, porque esse mesmo homem chamado Lael Varella, com um olhar aquilino, um olhar de águia, conseguiu me pinçar, no meio de mais de cem mil pessoas de Muriaé, e me convidou para entrar na vida pública. E me deu a honra e a alegria de, em 2012, iniciar essa caminhada com o nosso deputado federal Misael Varella, quando fui candidato a prefeito da cidade de Muriaé, e Misael Varella, candidato a vice-prefeito. Quanta honra! Não só responsabilidade, mas quanta honra estar caminhando com você, Misael Varella, desde então, desde 2012, de maneira muito íntima, muito próxima.

Volto a falar para vocês de fundação. Tenho dito ao Lael: “Eu me encontro na política e permanecerei nela enquanto duas pessoas quiserem e permitirem”. Uma delas é o senhor, Lael Varella. Eu já lhe disse que, no dia que o senhor me pedir para sair da política, eu saio. A segunda pessoa é a minha mulher, porque só quem está na política, só quem é esposo de mulher que está na vida pública ou quem é esposa de homem público sabe o quanto é necessário a família fazer renúncia de muitos momentos, de momentos que são únicos. Então, hoje, se eu estou aqui, é graças a minha esposa e graças a você, Lael Varella. Enquanto vocês dois quiserem, eu permanecerei; se um não quiser, eu serei obediente ao desejo de um de vocês, porque a minha missão não é nenhuma tara em ser político, mas fazer do meu mandato, da minha vida pública um serviço ao próximo.

A Fundação Cristiano Varella, na minha concepção, só completa hoje 30 anos porque essa história se baseia em três pilares: primeiro, Leonardo, presidente da câmara de vereadores, se baseia em Deus. Eu tenho dito em alguns lugares onde falo que respeito aquele que se diz ateu. Eu o respeito, mas lamento muito, porque os grandes ateus da humanidade ou terminaram no hospício ou cometeram suicídio por falta, justamente, de uma luz no fim do túnel na sua vida, no seu cotidiano, no seu dia a dia. É justamente o temor a Deus e a fé Nele que devem nos movimentar. É isso que faz com que a fundação complete 30 anos este ano, salvando vidas, valorizando vidas, combatendo o câncer e fazendo o bem sem olhar a quem, sem distinção de pessoas.

O outro pilar... Eu disse três, Larissa, que representa aqui o nosso vice-governador. Assessoria, vou pedir um lugar para Larissa na Mesa também, por favor. Para duas pessoas, para você e para o bebê, Larissa. Essa Mesa aqui está muito masculina, não está bonita. Nós precisamos engrandecê-la com uma presença feminina. O segundo pilar é a família. A família deve ser um dos valores inegociáveis. Compartilho isso com você, para que você possa ter isso como uma reflexão no seu cotidiano. Quando falo de família, isso independe do contexto da sua família, porque família não é só aquela que a gente tem na mente tradicional. Já estou no meu segundo matrimônio, então não faço parte daquela família tradicional do primeiro casamento, do único casamento. Porém, independentemente de eu estar no segundo casamento, uma coisa que Deus me deu de presente é a minha atual esposa, que é mais amiga da minha ex-mulher, da mãe dos meus filhos, do que minha, em determinados momentos. Só eu sei o que eu passo quando as duas se unem para brigar comigo. Isso é espírito de grandeza, de maturidade espiritual, porque nossos filhos precisam estar blindados. Entre os senhores e as senhoras presentes e entre quem nos acompanha ao vivo, não há uma pessoa que, ao ser perguntada sobre o que mais deseja quando se fala de mãe, independentemente do estado civil, não diga que a mãe deva ter segurança e proteção. Todo filho e toda filha quer o melhor para a sua mãe. Agradeço muito a você, Camila, porque você me permite ser um pai, e você me ajuda a cuidar da mãe dos meus filhos com o mesmo zelo com que cuido de você, mesmo que eu já esteja em outro casamento e que ela já esteja com outro esposo.

O terceiro pilar é o serviço ao próximo. Isso a fundação faz com maestria. A fundação só existe... Como o Lael diz, quando ele vai a um quarto, pergunta a um paciente: “Você sabe de quem é esse hospital? Ele é seu, porque, se não fosse por você, ele não existiria”. Essa é a essência, Sérgio Henriques, do serviço ao próximo. E nós, independentemente, Sílvio, da posição que ocupamos ou do trabalho que exercemos, só deixamos um legado por onde passamos se a nossa ação e a nossa atitude for em prol do próximo. Nós não podemos fazer nada pensando apenas em nós mesmos, Geraldo Lúcio. Precisamos colocar a nossa vida em prol do outro. Isso está ligado à família e a Deus. Ninguém – ninguém – vai chegar ao tão sonhado paraíso celeste sozinho; só no serviço ao próximo.

Hoje nós comemoramos, nesta reunião solene, porque a fundação faz isso. Ela vive isso no seu dia a dia, com os seus quase mil e quinhentos colaboradores. Todos são capacitados para exercer a sua profissão dentro daquela instituição, Dr. Hugo, servindo ao outro, sentindo a dor do outro e compadecendo-se, Paulo Filho, com a dor do outro. Só assim a fundação exerce não a sua função, mas a sua missão, Luciano Varella. Só assim, Renan, ela exerce a sua vocação.

Já vou para o encerramento da minha fala. Tudo isso, na minha visão, só é possível... Vou fazer uma analogia com uma passagem bíblica chamada Bodas de Caná. É bem provável que a maioria, se não todos, já tenha ouvido esta parábola: Num casamento onde Jesus e sua mãe, Maria, estavam presentes, de repente, acaba o vinho. Acaba o produto responsável pela produção da alegria num momento tão especial. E, de repente, o olhar atento dessa mulher chamada Maria se volta para um dos garçons do buffet da festa e diz: “Está vendo aquele senhor ali? Faça tudo o que Ele mandar”. O garçom vai até Jesus, e Jesus o manda encher as talhas com água. Depois, Jesus o manda tirar e levar ao mestre de cerimônias para provar. E qual é a lição que podemos tirar dessa passagem, Thiago e Eduardo, vereadores de Mutum? Maria é uma mulher atenta e, com sua sensibilidade feminina, diz: “Faça o que Jesus mandar”. Primeira lição: nós precisamos estar atentos e ouvir o que o Mestre manda fazer.

Mas não basta apenas ouvir o que Jesus manda, o que Jesus diz. A gente precisa ser obediente e fazer o que Ele manda. O garçom poderia apenas ter ouvido, Regina, sem ter feito. Então o primeiro ato é ouvir o que Jesus diz para você fazer. O segundo ato, além de ouvir, Luísa Varella, é fazer o que Ele manda. Quando a gente ouve Jesus, D. Josélia, e, ao mesmo tempo, a gente faz e é obediente, o milagre acontece. O milagre acontece na minha vida, na vida da minha esposa, na vida dos senhores e das senhoras e na vida de quem nos acompanha pela TV Assembleia. E esse milagre acontece, Eduardo Goulart, a cada dia, na fundação. Porque lá nós temos pessoas que ouvem e fazem o que Jesus manda: servir ao próximo. Servir ao próximo com abnegação, renúncia e comprometimento.

Por isso deixo aqui essas palavras mais profundas da minha alma. Eu tenho uma responsabilidade muito grande, porque fui eleito em 2022 apenas como Grego. Logo após as eleições, fui à casa do Lael Varella e disse: “Lael, estou assumindo um compromisso com o senhor, com os pacientes e com os familiares, e gostaria que me permitisse e me autorizasse usar o codinome ‘Grego da Fundação’”. E o Lael me autorizou usá-lo. Mas talvez ele não soubesse que, naquele momento, estava jogando uma grande responsabilidade sobre as minhas costas, porque carregar esse nome “Grego da Fundação” é uma responsabilidade enorme, e pouca gente sabe disso, Aline. Realmente é muita responsabilidade.

E eu tenho o privilégio de, como muitos aqui, compartilhar momentos únicos com o Sr. Lael Varella. Há muita coisa que me dá alegria na vida. Uma delas, D. Josélia, é ir, aos domingos à tarde, tomar um café com o Lael. Ele briga comigo todo domingo, porque, antes de ir, ligo para saber se ele vai estar em casa, se posso ir e se ele não está com visita. E ele briga: “Você não precisa me ligar para vir, só venha”. Mas insisto em ligar toda vez, porque sei, Lael, que é um momento de muita aprendizagem. Podem ser 5, 10, 15, 20 minutos. Na maioria do tempo, a gente conversa sobre a fundação e sobre a preocupação.

Hoje, o Lael vive e respira fundação. O Lael, abençoado por Deus, colocou o seu filho primogênito, Misael, para dar sequência a esse trabalho, a esse braço político na esfera federal, para ser o interlocutor junto ao governo federal. Ele me apoiou e me apoia para ser esse braço, esse interlocutor junto ao governo estadual. E ele teve a graça de não ter um herdeiro, mas de ter você, Luciano, como sucessor, porque a grande dificuldade e o milagre é quando os genitores não deixam apenas herdeiros, mas conseguem fazer sucessores. O senhor conseguiu esse feito, esse milagre, na pessoa do Luciano, que também tem muita responsabilidade de dar sequência a esse trabalho, porque a fundação é muito maior que todos nós. A fundação completa 30 anos e, hoje, já caminha na gestação de dois filhos. Um deles é o hospital, a extensão da fundação na cidade de Ubá, que já está no seu 5º, 6º mês de gestação, com previsão de nascimento para março do ano que vem, se Deus permitir e nada acontecer para atrasar os trabalhos, Sérgio. O segundo filho, que também está em gestação, é uma extensão da Fundação Cristiano Varella na cidade de Manhuaçu, com um único objetivo: levar esse trabalho humanizado de excelência para mais próximo das pessoas.

Nós temos dois vereadores de Mutum. Encerro minha fala apresentando uma informação importante para vocês entenderem. Estão conosco o Renan, que está representando a Secretaria Estadual de Saúde, e a Larissa, que está representando a vice-governadoria. Quando o governo do Estado autoriza e apoia a construção da extensão em Ubá, a extensão da construção em Manhuaçu afeta diretamente a vida dos seus pacientes. Hoje um paciente, por exemplo, de Mutum que precisa passar por uma sessão de quimioterapia marcada para iniciar às 8 horas da manhã, em Muriaé, muitas vezes, sai em uma van da prefeitura de Mutum. Essa van transporta 12, 15 pacientes.

O primeiro a van pega por volta de 1 hora da manhã, em casa. Às 2h30min da manhã, ela pega o último paciente, ainda em Mutum. Ocorre que esse paciente que foi pego à 1 hora da manhã acordou à meia-noite ou nem dormiu. Ele chegará a Muriaé às 7h, 7h30min, para começar o seu atendimento. Muitas vezes, o último paciente daquela van vai ser atendido às 3 horas da tarde, às 4 horas da tarde. Essa van sairá de Muriaé às 5 da tarde, para chegar a Mutum às 11 horas da noite, à meia-noite, porque o paciente pode ter uma reação à quimioterapia, pode precisar parar para vomitar às margens da rodovia ou para ir ao banheiro. Isso atrasa o retorno. São 18 horas, 19 horas, 20 horas numa viagem, ida e volta. Então, quando a gente constrói, com o apoio do governo do Estado, uma extensão em Manhuaçu, a gente vai reduzir, Eduardo e Tiago, toda essa via sacra à metade, trazendo mais qualidade de vida, contribuindo para a recuperação mais célere do paciente, Lael Neto. Por isso eu, como deputado estadual, Misael Varella, como deputado federal, e toda a equipe da fundação, liderada por esse grande patrono, Lael Varella, sonhamos a cada dia e unimos forças, Sérgio Henriques, para que esse sonho de muitos se torne realidade.

Eu não poderia deixar de agradecer ao governo do Estado, ao governador Romeu Zema. Eu não poderia deixar de agradecer ao vice-governador Prof. Mateus, com o seu secretariado, a sensibilidade, pois, se isso não acontecesse, o sonho da Fundação Cristiano Varella em Ubá e em Manhuaçu não seria uma realidade. Obrigado a todos pela atenção, obrigado pelo carinho. Que venham não só mais 30 anos, que venham 300 anos de fundação, porque fundação é sinônimo de amor. Fundação, Raquel, é sinônimo de vida. Fica aqui, como eu disse, meu agradecimento a você e meus parabéns, Lael Varella; fica meu agradecimento a você, minha esposa Camila, pelo apoio, porque, se não fosse você também, eu não estaria nessa caminhada no dia a dia. Muito obrigado.