50ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 19/8/2025

Palavras do deputado Doutor Jean Freire

O deputado Doutor Jean Freire – Sr. Presidente, a semana que passou foi de tristes notícias. Iniciamos a semana com o assassinato de um trabalhador que estava limpando a sujeira que nós, humanos, colocamos nas ruas. E ele foi brutalmente assassinado por um lixo. Espero que a Justiça possa retirar esse lixo da sociedade, do seu convívio, para pagar pelo crime cometido.

No final de semana, nós tivemos, como colegas deputados já falaram aqui, o pré-lançamento da candidatura do governador do Estado de Minas, Romeu Zema, no Estado de São Paulo. Pudemos presenciar algumas falas dele pelas redes sociais, de que depois tomamos conhecimento. Fizemos uma carta a este país para que pessoas de outros estados saibam um pouco quem é esse cidadão. Foi ele, deputado Leleco, que deu uma entrevista na cidade de Divinópolis, e todos nós fomos surpreendidos quando perguntou se a Adélia Prado – da cidade de Divinópolis – trabalhava naquela rádio e quem era Adélia Prado. Eu fico pensando e estava comentando com o deputado Cristiano se ele pensou assim: Renato Russo deve ser um russo e deve morar na Rússia, então a família não vai se importar se eu pegar essa música. É uma música que foi publicizada depois, mas foi escrita ainda no momento de ditadura militar neste país. A ideia do autor era questionar o momento que nós vivíamos. A gente sabe a história do Legião Urbana, a gente sabe a história de Renato Russo e de tantos outros, que eternizaram, imortalizaram cada música, cada escrita, cada ideia. Acho também que poderia ir além do que fez a família em relação a esse questionamento indevido e impróprio sobre essa música, e, mesmo quem nasce hoje, em alguns anos terá conhecimento dela, dessa banda e do Renato Russo. Nós podemos também responder ao Zema, deputado Leleco: que país é este?

Então a você, governador, que questiona que país é este, digo que este é um país que não se curva diante dos norte-americanos. Este é um país soberano. Este é um país que não aceita nenhum tipo de chantagem. Este é o meu Brasil. Este é um país que tem um presidente que, pela segunda vez, tira o País da linha da fome. Mas, ao mesmo tempo, tem um governador que come banana com casca. Este é um país que tem Pe. Júlio Lancellotti, que faz um trabalho lindo, maravilhoso, com as pessoas que se encontram em situação de rua, de vulnerabilidade. Mas também é um país que tem um governador que vai ao estado onde Pe. Júlio faz esse trabalho, deputado Leleco, e fala que as pessoas dormem na rua porque querem, que deveriam dormir em albergue, pois existe. Somente no governo Zema, cresceu em 122% o número de pessoas em situação de rua. Então este é o País desses contrastes que, às vezes, nós não entendemos; o País de um Pe. Júlio e de um governador que diz que tem que guinchar o nosso povo que se encontra em situação de rua.

Eu tenho lançado desafios aqui, nos últimos tempos, e, para terminar, porque já atingi o meu tempo, quero fazer um ao governador Zema: que saia às ruas comigo, nas madrugadas, para ver o nosso povo passando frio. Alguns já faleceram por causa do frio e da fome nas ruas. Depois disso, governador, peço me leve até as casas que V. Exa. diz que existem para esse povo poder dormir. Deixo aqui mais esse desafio. Eu tenho tantos desafios para fazer! Eu tenho tanto que rodar pelas nossas estradas! Mas este é o nosso país. Muito obrigado, Sr. Presidente.