Pronunciamentos

DEPUTADO CAPOREZZO (PL)

Discurso

Declara posição contrária ao Partido dos Trabalhadores - PT, comparando o símbolo do partido à suástica nazista. Refuta acusações de que sua postura divide a direita. Critica o governador Romeu Zema por atacar Eduardo Bolsonaro e por apoiar medidas que considera contrárias à liberdade. Critica governadores de direita que estariam trabalhando em suas pré-candidaturas à presidência em vez de atuarem em defesa do ex- presidente Jair Bolsonaro.
Reunião 50ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/08/2025
Página 46, Coluna 1
Indexação

50ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 19/8/2025

Palavras do deputado Caporezzo

O deputado Caporezzo Boa tarde, presidente. Boa tarde, colegas deputados estaduais. Quero fazer um desabafo aqui. Infelizmente, existe uma pequena parcela dentro da direita, uma minoria, na verdade, que só consegue perceber a realidade conforme um dualismo partidário, de maneira completamente tosca e superficial, como se a gente vivesse em época de eleição. Por exemplo: se fala mal do PT, logo essa pessoa só pode ser de direita. Todo mundo aqui sabe o que penso a respeito do PT. O PT, para mim, é um câncer dentro da política. Se alguém colocar dois símbolos na minha frente, a suástica e a estrelinha vermelha do Lula, vou falar que, na prática, não consigo observar diferença nenhuma. Então ninguém pode falar que não sou antipetista.

Mas, pelo amor de Deus, agir constantemente como se o Brasil vivesse em período eleitoral… Gente, se houver um segundo turno de eleições em que, de um lado, estiver o PT e, de outro lado, o cachorro caramelo, vou votar no cachorro caramelo, mas não posso passar quatro anos da minha vida agindo como se a gente estivesse no segundo turno. É como se, no momento em que critico aumento de imposto, no momento em que critico gente que está apoiando ideologia de gênero, gente que sancionou a maior taxa cartorária do Brasil, acabando com o mercado imobiliário mineiro, gente que aprovou a agenda globalista da ONU, que esculhambou a Polícia Militar… Eu critico esse tipo de postura. E a primeira coisa que aparece nos comentários, na rede social e em outros locais é: “Caporezzo, você não pode dividir a direita. Você quer que o PT volte para o poder?”. Gente, nós precisamos criticar. Não adianta apoiar uma pessoa que critica o PT não porque é diferente, mas apenas porque deseja ocupar o lugar dele. Então é evidente que sou obrigado a tomar certa postura.

E vejam só o que comentou Carlos Bolsonaro, filho do presidente Bolsonaro, que foi criticado por isso nestes dias: “A verdade é dura. Todos vocês se comportam como ratos, sacrificam o povo pelo poder, limitam-se a gritar 'Fora PT!', mas querem apenas herdar o espólio de Bolsonaro, encostando-se nele de forma vergonhosa e patética”. Ele está se referindo a pré-candidatos da direita que são governadores. Se alguém estivesse realmente preocupado em representar a vontade do povo brasileiro, além do presidente Bolsonaro, teria ido para as ruas no dia 3 de agosto, quando Bolsonaro não pôde lá estar porque estava preso injustamente dentro da sua própria casa. Onde estavam essas pessoas no dia 3 de agosto? Quando o Bolsonaro podia ir para a manifestação, estava todo o mundo lá igual a papagaio de pirata no seu ombro. A partir do momento que ele não pôde ir, esses líderes da direita desapareceram.

Agora vejam só o governador Romeu Zema. Ele fez uma declaração infeliz logo após lançar a sua pré-candidatura para presidente. Olha o que ele falou para a CNN: “Eduardo Bolsonaro deve rever a atuação nos Estados Unidos. Nós estamos falando de um lado de 21 milhões de brasileiros. Será que alguém é mais importante do que esta Nação? Na minha opinião, há um erro caso você conduza a questão nesse sentido. Primeiro, deve vir o Brasil”. É um canalha. Ele é um canalha que ataca o único homem que está conseguindo responsabilizar um violador de direitos humanos que levou o Poder Judiciário para o completo desprestígio, que prendeu mais de 2 mil inocentes. Ele, sim, luta pela nossa liberdade, ou seja, a liberdade dos 210 milhões de brasileiros que você, Zema, diz representar.

Quem eu vou apoiar? É o Ronaldo Caiado, que, na época da covid-19, impôs uma verdadeira ditadura no Estado de Goiás? O Caiado, que, recentemente, condecorou Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Gonet? Esse é o cara que vai representar a direita e se posicionar contra os problemas do Brasil? Eles atacam o Eduardo porque o Eduardo os colocam em uma posição difícil, porque eles não sabem o que fazer, porque eles querem, na verdade, agradar o bolsonarismo e, ao mesmo tempo, aqueles que tentam destruir o Estado Democrático de Direito no Brasil, pois, com essa postura, ficam bem com o todo mundo. E sou eu que estou dividindo a direita? Isso é brincadeira!

E ainda falaram para mim: “Você está parecendo o Eduardo Bolsonaro e o Carlos Bolsonaro, Caporezzo”. Deixe-me falar um negócio: se a intenção era me ofender, vocês falharam miseravelmente. E a coisa mais imbecil que alguém pode falar para mim é: “Caporezzo, se você continuar dividindo a direita, nós não vamos mais votar em você”. Quando foi que eu pedi voto? Quem me conhece sabe que eu cheguei aonde estou porque eu defendo os meus valores. E eu não vou transformar os meus valores em um balcão de negócio, seja para conseguir dinheiro, poder e influência aqui dentro, o que a gente sabe o que acontece, seja para trocar voto na época da eleição. Os meus valores não são negociáveis. Eu vou continuar com essa postura que eu tinha antes de ser político, hoje, que sou político e depois, se, um dia, alguém entender que eu não devo ser mais…

Está achando ruim a minha postura? Vote na direita calada, na direita que faz um silêncio conveniente, pois está sempre pronta para surfar na onda do momento: “Ah, está na do Bolsonaro?”. A população é como uma grande onda. Está vindo a onda do bolsonarismo, então eu vou surfar aqui um pouquinho e vou falar que há esses valores. Agora está vindo a onda do Pablo Marçal, “marçalete”, vou surfar nessa onda do Marçal. Está vindo a onda do Caiado, eu vou surfar na onda do Caiado. Mas eu não sou surfista de onda. Os meus valores não são negociáveis. Se alguém está achando que estou mentindo, está atacando a direita. Eu estou mentindo que houve aumento de imposto neste estado? Por acaso estou mentindo que a polícia está uma esculhambação com o que está acontecendo aqui, em Minas Gerais? Estou mentindo ao dizer que houve ideologia de gênero sendo votada pelo governo, que houve a Agenda Globalista 2030 da ONU? Não vou ficar no silêncio da conveniência enquanto o povo é enganado só para conseguir um votinho a mais. Voto, para mim, não é objetivo; voto, para mim, é consequência. O objetivo é o meu trabalho, o objetivo é defender aquilo que é certo. O voto é a população que decide.

Vou me deitar todos os dias, na minha cama, como sempre faço: com a consciência tranquila, porque eu defendi aquilo em que eu acredito. E será assim: enquanto eu estiver aqui, será de verdade o meu discurso, e não um discurso de mentira nem de conveniência. Tudo o que esses caras hoje querem é acompanhar um homem que teve a barriga remendada sete vezes e está preso injustamente dentro da própria casa, sem nenhuma condenação na Justiça. Eles estão esperando, como urubus, esse cara, o Bolsonaro, que está sendo morto todos os dias aos poucos – nós estamos presenciando ele ser assassinado lentamente no Brasil –, cair morto no deserto para tentarem ficar com a multidão que o segue. Eu tenho nojo desses canalhas! Eu tenho nojo da cara dessas pessoas!

Só há um caminho certo aqui: defender quem realmente se posicionou ao lado do povo nos momentos mais difíceis. Não se pode sair agora falando em pré-candidatura, de maneira completamente precoce, como faz, em vez de defender a verdadeira liberdade e a justiça para quem está sendo injustiçado. Então quero que vocês se lembrem disso na hora de comentar que eu estou dividindo a direita lá nas minhas redes sociais. Obrigado, presidente. A direita vive em Minas Gerais.