DEPUTADO LELECO PIMENTEL (PT)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 14/08/2025
Página 53, Coluna 1
Aparteante ANA PAULA SIQUEIRA
Indexação
48ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 12/8/2025
Palavras do deputado Leleco Pimentel
O deputado Leleco Pimentel – Saudação de boa tarde a todas e todos. Não vou destoar da nossa solidariedade diante dessa cena que tomou conta de todas as manchetes dos jornais e que, infelizmente, acometeu um trabalhador, Laudemir. De nossa parte, precisa de fato, para além dessa prisão, continuar a ser uma luta nossa esta questão do desarmamento. Isso é importante. Isso mostra o porquê deste debate que nós temos hoje, na sociedade, entre aqueles que querem armar e aqueles que querem uma população que possa amar. Acho que está aqui, bem distinto, de qual projeto nós fazemos parte: os que querem armar e os que entendem que, com os mais pobres, é preciso ter amor. É por isso que eu fiz o L.
Mas eu trago boa notícia. Lula retirou, de novo, o Brasil do mapa da fome. Bom, você já sabia, não é? Mas aqui é que está: o preço dos alimentos continua caindo, e a inflação recuando, contrariando, mais uma vez, as previsões catastróficas do mercado, do “desmercado” daqueles que amam Trump. O desemprego é o menor da série histórica que começou em 2012. É Lula de novo em 2026.
Para a defesa da nossa soberania e das nossas riquezas, eu estou aqui com um gráfico do IPCA geral e da inflação no domicílio, que é uma fonte do IBGE. Em julho, um pequeno incremento de índice geral, mas com a continuidade da queda da inflação de alimentos no domicílio. É, aqueles que ainda sabem o que é ter que tirar o seu recurso para comprar alimento, para garantir a segurança alimentar, sabem do que estou falando. E está aqui. Nós temos a queda do preço dos alimentos seja na gôndola do supermercado, seja naquela feirinha do bairro, seja naquele lugar onde recebemos o alimento. Nós já temos condições de dizer que o Brasil, além de estar fora do mapa da fome, tem um presidente que sabe o que é objetivamente governar.
Lamento. Lamento que nós tenhamos que dizer que, em Minas Gerais, não há governo. Amanhã o vice-governador, mais uma vez – parece que alguém convidou, e não sei quem até agora –, vem a esta Casa para mentir novamente. E eu posso dizer isso não por ilação, mas por profetismo. Na última vez em que o vice-governador Mateus Simões aqui esteve, eu disse a ele, que é concursado desta Casa, que ele voltaria a servir na Casa em pouco tempo, e não mais de forma isolada. Vocês sabem que ele tem o histórico de não conseguir trabalhar ao lado dos colegas nesta Casa. Tiveram que criar uma saleta para que o atual vice-governador, concursado da Assembleia, pudesse ali exercer a sua atividade laboral. Isso não é demérito para ninguém. Na Assembleia, tenho certeza, quando ele voltar, será bem-vindo, mas ninguém o convidou a estar aqui, amanhã. Ele vem amanhã mentir novamente, deputada Ana Paula.
Da outra vez, nós conseguimos dissecar toda aquela apresentação fajuta e mentirosa. Ele gosta de trazer uma linguagem mais rebuscada. Ele fala como se estivesse conversando com tolos e ri da cara dos deputados. Ele reproduz o que o governador Zema faz. Zema gosta de algum senador? Zema tem contato com algum deputado federal? Zema gosta de algum deputado desta Casa? Zema conversa com prefeitos? Zema fala com vereadores? Então com quem o “Fanfarrão Minésio”, afinal de contas, dialoga? Com as mentes e as vozes da cabeça dele, que dizem que ele deve colocar o Estado inteiro para ser explorado pelos seus amigos e apaniguados. Enquanto isso, ele deixa as políticas públicas e o próprio Estado nas mãos daquele que acha que pode mentir na Assembleia.
Eu adianto, neste Plenário, que amanhã haverá a presença do vice-governador nesta Casa. Eu não sei quem o convidou. Talvez alguém venha ao Plenário, daqui a pouco, e diga: “Fui eu”. Eu me lembro muito bem dos ensinamentos sobre ética: a gente só vai aonde é convidado. O vice-governador, pela segunda vez, vai se fazer presente em um lugar de que fala mal a torto e a direito. Ele fala mal desta Assembleia, seja da base, seja da oposição, seja do bloco independente. O vice-governador aprendeu, para poder atacar, com a cartilha daqueles que pensam: “Quanto pior, melhor”. Ultimamente ele tem feito isso.
Vocês notaram como ele enche a boca d’água para falar do PT? Ele, que nada falava, está querendo surfar na onda daqueles que acham que falar mal do PT é crescer nas redes sociais. É por essa razão que amanhã nós estaremos presentes, mas não para dar palanque ao vice-governador e ao governador, que agora sobem em caixote de feira e fazem discurso.
Eu quero dizer, antes desse aparte, Ana Paula, que a coisa está feia! Os dados da pesquisa hoje apresentada mostram que a população mineira vê que o maior problema do Estado é exatamente a saúde, associando o abandono do Estado pelo Zema às condições em que se encontra a saúde no Estado de Minas Gerais. O pior para o vice-governador é que 65% da população dizem que desaprovam as suas medidas, a sua arrogância e a sua forma de mandar. Ele aparentemente se mostra um homem polido, mas, com tamanha arrogância, amanhã fará o que sempre fez: trará uma tonelada de mentiras e de ilações para tentar convencer as pessoas de que privatizar a Cemig e a Copasa, vender as terras do Estado e colocar tudo para a privatização com deságio de até 45% é a solução para a dívida que eles nunca pagaram.
Concedo um aparte, com muita alegria, à deputada Ana Paula.
A deputada Ana Paula Siqueira (em aparte) – Deputado Leleco, obrigada. Eu queria me somar às suas manifestações, quanto às coisas boas que a gente tem que dizer para a nossa população. Você traz um marcador muito importante: como, com o governo Lula, conseguimos tirar o País do Mapa da Fome. Esse é um marcador muito significativo, porque o Brasil já esteve fora desse mapa, mas voltou quando o ódio, quando a maldade e quando o racismo presidiram este país. Existe um outro marcador importante, que, como assistente social, quero destacar: no mês de julho, além de sairmos do Mapa da Fome, também celebramos que quase um milhão de famílias saíram do Programa Bolsa Família, famílias essas que conseguiram a sua emancipação. O nosso governo, o nosso olhar sobre a sociedade, o que a gente deseja de verdade, deputada Leninha, é que a nossa população, que as nossas pessoas estejam emancipadas e possam escolher os seus caminhos com dignidade, com respeito e com políticas públicas que deem a elas condições.
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda transitório. Não é para ninguém viver do Bolsa Família. E há quem diga que as pessoas querem viver do Bolsa Família e continuar com esse benefício. Não! Trata-se de uma assistência, de uma mão do Estado junto a essas famílias, para dar a elas condições e dignidade. E nós estamos conseguindo, deputado Leleco. Quero, então, celebrar mais uma vitória do governo Lula: quase um milhão de famílias saíram do Programa Bolsa Família, porque resgataram a sua autonomia, a sua condição e se emanciparam. Nós vamos usar, muitas vezes, o microfone deste Plenário para repercutir as boas ações do nosso governo federal, do governo Lula.
Neste Plenário, hoje, já foi prestada a nossa homenagem ao gari que foi violentamente assassinado ontem. Além de prestar minha solidariedade à família, quero dizer que o primeiro crime cometido por esse bárbaro foi um crime de violência contra a mulher, porque a motorista do caminhão para quem ele apontou a arma, pela primeira vez, em um primeiro momento, era uma mulher. Isso traduz como essas pessoas aprenderam com o presidente anterior do Brasil que o ódio, a violência e a intolerância podem ser o tom da nossa sociedade. Mas nós estamos aqui para dizer “não” a isso. Registro a nossa solidariedade não só ao gari e à sua família, mas também a essa motorista e a todas as mulheres. Estou aqui para reafirmar: na Assembleia, nós não toleraremos nenhum tipo de violência contra nós. Obrigada, deputado.
O deputado Leleco Pimentel – Essa é uma fala determinada, que aponta que o primeiro dos crimes foi exatamente dirigido a uma mulher, a motorista daquele caminhão cujos colaboradores garis foram vitimados pela violência – assim como Minas inteira e todos nós. Por isso pedimos justiça por Laudemir.
Também é importante repercutir, deputada Leninha, que desafiei aqueles apaixonados por Xandão: disse que deveriam colocar o boné e vir aqui em cima para defender Trump e seu tarifaço. Vou manter esse desafio: botem o boné, subam à tribuna e defendam o tarifaço. Venham aqui defender isso, porque os cafeicultores e outros que, outrora, davam apoio a essa sandice já estão dizendo… Eles nem falaram que não votam mais no Bolsonaro, porque não vai ter jeito de votar mesmo, uma vez que o cabra está inelegível e vai para o xilindró. Eles agora estão dizendo: “Eu voto em Lula”. Aí vocês vão entendendo, porque, para bom entendedor, meio pingo é letra.
Quero parabenizar a ministra, nossa querida deputada Macaé Evaristo, que esteve conosco no Instituto Federal de Ponte Nova para o lançamento do Programa Envelhecer nos Territórios. Ali, quatro municípios que já apresentam altos índices de longevidade… Só para contextualizar, no Brasil, o dado é o seguinte: a cada cinco habitantes, um atingiu a longevidade, ou seja, ele já é idoso. Naquela região, nos quatro municípios onde o Programa Envelhecer no Território foi lançado, a cada quatro habitantes, um já alcançou a sua longevidade, classificando-se como idoso ou idosa.
Esse programa ali lançado lançou luzes para o olhar sobre as políticas públicas, mas também me trouxe, como presidente da Cipe Rio Doce, preocupações. Como é que vai ser o impacto do crime da Vale, da BHP e da Samarco no envelhecimento dessas pessoas no território, uma vez que lhes tiraram a água? Essa água não pode mais oferecer o peixe, nem mesmo ser captada, porque continua condenada, com altos índices de minério de ferro e de veneno. Há um problema gravíssimo, que é a mudança da cultura da alimentação. As pessoas não podem mais tirar da beira do rio, porque houve um acúmulo de lama tóxica. Elas também não podem produzir nem confiar em nenhum alimento nessa região. Então ocorre uma condenação aos idosos e à nossa capacidade de compreensão, porque essa população envelheceu e tem um índice maior do que nas demais cidades. Esse é o desafio para as políticas públicas na Bacia do Rio Doce. Vamos, neste segundo semestre, nos dedicar, na Assembleia de Minas Gerais e na Assembleia do Espírito Santo, a esse tema. Estou muito animado e convencido de que, nesta presidência que assumo, vamos apontar os índices de contaminação da água e o impacto disso na saúde – e é por isso que temos que ter investimentos em saúde.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário e os ministérios do Lula apresentaram um modelo de gestão. Até agora, Zema não apresentou a esta Casa um modelo de gestão para os R$29.000.000.000,00 que vai receber da repactuação no TTAC para as questões da Bacia do Rio Doce. Zema é caloteiro; Zema não administra; Zema esconde o dinheiro, inclusive dos atingidos, para fazer campanha à Presidência da República. Ele é acompanhado do vice-governador, que continua a fazer campanha extemporânea. Nós temos que denunciar isso todos os dias, porque, assim, o povo mineiro vai conhecer, infelizmente, a face desse Zé Minério, desse Zema demagogo, desse Fanfarrão Minésio e do seu vice-governador.
Muito obrigado, presidenta. Obrigado a todos por nos escutarem e por nos permitirem trazer ao debate temas tão importantes para a política e para o povo de Minas Gerais.