DEPUTADO CRISTIANO SILVEIRA (PT)
Questão de Ordem
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 03/07/2025
Página 85, Coluna 1
Indexação
40ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 1/7/2025
Palavras do deputado Cristiano Silveira
O deputado Cristiano Silveira – Presidenta, eu pedi esta questão de ordem porque fiquei espantado com a defesa que foi feita aqui por uma colega do ex-presidente, o inelegível. Ela faz essa defesa em forma de ataque à primeira-dama Janja, em forma de ataque ao presidente Lula. Não posso deixar de destacar também que o parlamentar que subiu àquela tribuna e chamou o presidente Lula de ladrão deveria prestar um serviço ao Judiciário e à Polícia Federal, pegar as provas – ele deve tê-las – de que o presidente Lula seria ladrão e entregá-las para o Judiciário, porque o Judiciário não tem provas a respeito disso. A polícia não encontrou provas a respeito disso. Então se o parlamentar tem essas provas, ele deveria encaminhá-las. Acusações, quando feitas, têm que ser precedidas de prova. E se ele as tem, deveria encaminhá-las para o Judiciário. Caso contrário, é uma pessoa conivente com o errado. Eu acho que o debate precisa ser mais qualificado. No caso do que foi dito pela parlamentar, surpreende-me que uma mulher faça a defesa de um sujeito que ficou conhecido nacionalmente por dizer que teve quatro filhos e que o quinto foi uma fraquejada, por ter vindo uma mulher. Um sujeito que ficou conhecido em todo o País por quase agredir uma colega parlamentar, a deputada Maria do Rosário, dizendo que só não a estuprava porque ela não merecia. Uma pessoa que ficou conhecida neste país por afirmar que pintou um clima com duas meninas de 14, 15 anos, adolescentes. Uma pessoa que disse que as deputadas e mulheres de esquerda são incomíveis. Honestamente, isso representa o nível mais raso do que um sujeito pode ter na forma de tratamento às mulheres no nosso país. Um país que é campeão em feminicídio. Um país que é campeão em violência contra as mulheres. Um país que, mesmo após a Lei Maria da Penha, um marco legal, ainda não conseguiu diminuir os casos de violência contra a mulher. Um país muito perigoso para as nossas mulheres. E uma liderança política que se preza não deveria alimentar esse tipo de discurso: falas machistas, sexistas e discriminatórias contra um público tão infelizmente ainda vulnerável na nossa sociedade. Queria deixar isso registrado porque considero que as acusações feitas foram graves, e o faço no sentido de estabelecer um bom nível de debate. Aproveito para pedir o encerramento da reunião, dada a ausência de quórum. Obrigado, presidenta.