DEPUTADO CRISTIANO SILVEIRA (PT)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 03/07/2025
Página 79, Coluna 1
Indexação
40ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 1/7/2025
Palavras do deputado Cristiano Silveira
O deputado Cristiano Silveira – Prezada presidenta, deputado Leleco, nobres colegas e companheiros, eu gosto de quando utilizo a tribuna após a fala dos parlamentares da extrema-direita, porque, da minha cadeira, da minha poltrona, eu fico só observando. E o parlamentar que me antecedeu fala sobre a violência que eles estão sofrendo em razão de uma perseguição jurídica pelo Supremo, pelo Sr. Alexandre de Moraes. E ele fala que é necessário…
Eu fico me lembrando – não faz muito tempo, foi próximo de quando eles estavam assumindo o governo federal, o governo brasileiro – do Eduardo Bolsonaro, fugitivo. Para mim, ele é um fujão que cascou fora do Brasil; é um covarde. Eu ainda vou chegar a esse ponto de que V. Exa. está aqui me provocando. Eu vou falar sobre isso, Leleco. Vamos lá. Aí o negócio deu uma apertadinha, e o fujão pegou a família e cascou fora para os Estados Unidos. “Não, vou fazer a luta e a resistência lá nos Estados Unidos para denunciar o que está acontecendo” e coisa e tal. O que esse camarada está fazendo, na verdade, é turismo – Disney, passeios. Aí, na hora em que acaba o dinheiro, o que ele faz? Pix. “Chame a gandaiada para fazer um Pix para me ajudar a manter minha vidinha boa.” O Bolsonaro fala que o garoto precisa de R$2.000.000,00, senão o garoto vai passar aperto. Poxa, o garoto vai passar… São R$2.000.000,00. Nós estamos falando de um país onde as pessoas vivem, em média, com 400 contos, 500 contos, rapaz. O garoto cascou fora para os Estados Unidos e disse que fez isso para denunciar o que estava acontecendo no Brasil junto ao governo Donald Trump. Cara, ele está lá é curtindo a vida adoidado. Lembram-se daquele filme, Curtindo a Vida Adoidado, que passava na Sessão da Tarde? É um barato aquele filme, não é? Foi isso que virou. O Sr. Eduardo Bolsonaro, fujão, cascou fora porque ele não quer enfrentar e fazer a disputa política aqui, no nosso país, talvez por saber que as batatas vão assando. É interessante, deputado, porque ele, tão corajoso lá atrás… O senhor lembra o que ele falava sobre o Supremo? “Para fechar o Supremo é um cabo e um soldado”. Aí o Jair Bolsonaro, pai dele, quando era presidente, naqueles atos do 7 de Setembro que ele fazia em Brasília e em São Paulo, naquelas manifestações em São Paulo, chamava Alexandre de Moraes de canalha. Nossa Senhora, um homem bravo demais, bravo, firme, que não mais toleraria e não mais acataria nenhuma decisão do Sr. Alexandre de Moraes. Bem, na hora em que o colocaram na frente do homem da capa preta, como se diz lá no interior, na frente do Alexandre de Moraes, moço, o bicho – lá nos atos junto com a gandaiada dele, um leão rugindo – encontrou o Moraes e virou um gatinho: “Eu posso fazer uma pergunta para o senhor, uma brincadeira com o senhor?” “Não sei, o senhor deveria consultar os seus advogados.” “O senhor não quer ser o meu vice não?”.
Assim é a direita neste país, gente – é a direita. Eu fico me lembrando do presidente Lula. Você lembra quando o presidente Lula sentou-se na frente do Sérgio Moro e o Lula foi muito firme com ele? Depois foi muito firme com a Gabriela Hardt. Depois, também cheio de problema, viemos a saber… Lá na frente do Moro, inclusive, o Lula disse uma coisa: “Hoje, doutor, sou eu que estou aqui. Amanhã o senhor vai estar sentado e vai estar nessa condição de ter que responder por coisas que o senhor está fazendo”. Dito e feito. Todo o escândalo da Vaza Jato mostrou o processo e a condição seletiva que, naquele momento, o Moro tinha produzido.
Eu acho, cara, surreal. Essa turma valente e corajosa da extrema-direita, na hora em que são apertados um pouquinho, espanam. Nossa Senhora, eles não aguentam 5 minutos de aperto. A própria Carla Zambelli, tão corajosa – por várias vezes atacou o Supremo, atacou Alexandre de Moraes –, mas, quando estava na iminência de ser presa, o que fez? Fugiu também, “cascou fora”, virou foragida procurada pela Interpol e está lá na Itália – acho que é na Itália, se não me engano –, pedindo à turma para fazer Pix para ela se manter, para ela “ficar de boa” lá, na Europa. Gente, têm que parar com isso. Esses corajosos de hoje são todos covardes amanhã. Não adianta. Não se pode apertá-los, que eles não dão contam.
Eu queria relembrar ao povo esses momentos da “bravataria” dessa turma dos bolsonaristas, que, na hora em que o Judiciário aperta um pouquinho, tremem. Lula não fugiu, Lula não cascou fora para a Europa. Lula falou que não trocaria a sua dignidade pela liberdade, que ficaria, que responderia e que provaria a sua inocência. Ficou mais de 500 dias e saiu. Os processos foram anulados porque estavam eivados de vício, eivados de erros, falhas e sacanagens, inclusive do Sr. Dallagnol, junto com o Moro e tudo o mais – nós acompanhamos. Tudo culminou na anulação dos processos. Ele ficou, permaneceu, lutou, disputou e virou presidente de novo. Então é essa a diferença, não é?
Mas vamos falar de coisa boa também, porque, enquanto há a torcida do contra, as coisas estão acontecendo. Com números, é o seguinte: não há como discutir com eles. Não dá para torturá-los para eles falarem algo que não é verdade. Estão falando do momento econômico e das medidas que o Haddad está tomando. Gente, vamos lá: o País está em crescimento econômico. Nós temos acompanhado o crescimento do PIB do Brasil, e o País tem surpreendido os analistas e as projeções do próprio mercado com desempenhos maiores do que aqueles que o deus mercado tinha previsto. Estamos vivendo um momento de pleno emprego, com as menores taxas de desemprego. Estamos novamente vendo o preço dos alimentos baixarem: já baixou o preço do tomate, já baixou o preço da batata e agora está baixando o preço da carne. Estamos vendo o Lula criar uma política para que as pessoas tenham acesso ao botijão de gás. Vimos agora mais uma medida do presidente Lula para as famílias que estão no CadÚnico. Estamos falando de milhões de famílias que não pagaram a conta de energia elétrica. Estamos falando da retomada do aumento real do salário mínimo. Estamos falando de um país em que agora a Bolsa de Valores volta a marcar os pontos mais altos, mais de cento e quarenta mil pontos. Estamos vendo o dólar nos menores patamares. Esses são dados. Você pode querer… Se consultarmos qualquer fonte que seja, qualquer instituto que seja, qualquer analista, o IBGE, o mercado, veremos que os números e os dados estão lá.
O que o governo está tentando fazer é o seguinte: melhorar e ter equilíbrio nas contas, porque o governo não quer abrir mão de cuidar das pessoas. A direita, quando governa, fala: “Olha, tem que apertar o cinto, tem que haver equilíbrio fiscal”. Equilíbrio fiscal para eles é tirar dos pobres, tirar dos programas sociais, tirar da educação, tirar da saúde. E o que o Haddad e o governo estão propondo? Taxar os ricos do nosso país. Há mais de cento e quarenta milionários neste país que não pagam impostos. Quem está me vendo agora e ganha R$2.700,00, R$2.800,00, R$3.000,00, R$5.000,00 ou R$10.000,00 paga Imposto de Renda. E não é pouco. Os bilionários não pagam impostos neste país. Eles não pagam impostos. O que o governo propõe é que eles paguem um pouco para também ajudar a construir e a contribuir com o orçamento do nosso país. Isso é justiça tributária, minha gente. Não há nada diferente. Quando você fala que é preciso taxar as grandes fortunas e os ricos, a classe média responde: “Estão vendo? O governo já está querendo criar mais impostos”. Preste atenção: você já paga. Você, que ganha até R$1.000.000,00 por ano, já paga impostos. Isso não representa nem 90% da população. Você já paga impostos. Nós estamos falando de pessoas que ganham milhões e milhões por mês e que não pagam impostos referentes aos investimentos financeiros, aos dividendos, às aplicações e às ações em Bolsa. É disso que estamos falando.
O País tem que voltar a ter racionalidade e justiça tributária para poder arcar e honrar com seus compromissos a fim de cuidar da população. Então é disso que nós estamos falando. O que está sendo proposta é a taxação BBB: taxar bilionários, que não pagam impostos; taxar bancos, que não pagam impostos e, quando o fazem, pagam pouco; e taxar as bets. Os caras por trás desses jogos de aposta estão bilionários. Há muita gente adoecendo, devendo o que pode e o que não pode, e os caras não pagam impostos. Opa! Esperem aí. Se querem operar no nosso país, se querem ganhar dinheiro no nosso país, então que também contribuam com a construção do orçamento que vai cuidar da política pública para as pessoas. Se não for assim, fica muito bom, fica fácil demais. Eu precisava trazer essa informação.
Em relação ao Plano Safra e à agricultura familiar, Lula anunciou R$89.000.000.000,00 para a agricultura familiar. O governo anunciou o novo Plano Safra, para 2024 e 2025. Será o maior da história. São R$89.000.000.000,00 em investimentos para o setor que ajuda a alimentar o nosso país. Lembro que o Plano Safra para o chamado agronegócio também é o maior da história do Brasil. A primeira edição do Plano Safra aconteceu no primeiro mandato do presidente Lula. Então a turma do agro, que às vezes fica um pouco bicuda com o presidente, tem que se lembrar de que quem criou o Plano Safra foi o presidente Lula. Agora, no seu novo mandato, no seu terceiro mandato, temos um valor recorde na história do investimento. E temos um recorde agora também para a agricultura familiar. Esse foi um golaço do presidente Lula.
Outra boa notícia: a CNH Social. Vocês acompanharam isso, gente? O presidente Lula vai criar a CNH Social. As famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico poderão obter a habilitação sem precisar pagar. E a gente sabe que tirar a habilitação hoje, neste país, é caro; não é barato. Então, com os recursos das multas aplicadas por infrações de trânsito, o governo vai conseguir compor recursos que vão ajudar a financiar a emissão da carteira de motorista para várias pessoas do nosso país, especialmente para aquelas em situação de vulnerabilidade social e de baixa renda. Mais um golaço do governo do presidente Lula para atender às pessoas que mais precisam.
O resumo do que tem sido o nosso governo até aqui é muito fácil: redução no preço dos alimentos, que já era esperada por causa da previsão da safra; recorde de investimentos no Plano Safra do agronegócio e na agricultura familiar; programa Pé-de-Meia, que incentiva os jovens a ficarem na escola, preparando-os para o futuro, com o pagamento de um valor mensal e de outro quando concluírem os estudos; CNH gratuita para quem está inscrito no CadÚnico, a partir de recursos de multas de trânsito; reforma completa da frota do Samu; nova edição do programa Mais Médicos; e agora temos também o Mais Acesso a Especialistas. O nosso companheiro e amigo, o ministro Padilha, lançou o programa Mais Acesso a Especialistas. Já tínhamos o programa Mais Médicos, com atenção básica e primária, e o de mais especialidades para as pessoas terem acesso também.
Agora, o ministro Padilha foi além e, junto com o Ministério da Fazenda, criou uma proposta inteligente: as casas de saúde que têm dívidas com as instituições financeiras e com os bancos oficiais poderão amortizar suas dívidas, quando as trocarem por atendimentos. Poderão ser feitas cirurgias eletivas, por exemplo. Se eu sou um hospital e tenho uma dívida com a Caixa Saúde, com a Caixa Econômica Federal, de R$1.000.000,00, poderei transformar esse valor da dívida em atendimento para a população, na tabela SUS, e vou amortizar a minha dívida. Golaço! Você transforma uma dívida em atendimento à sociedade.
Algo parecido já tinha sido feito lá atrás, na época em que foi criado o Prouni. Lembram quando foi criado o Prouni? O que foi o Prouni? O Prouni foi a transformação da dívida das universidades particulares em bolsas para alunos inscritos no Enem, que poderiam ser de 100% ou de 50% – e, claro, alunos também de baixa renda. Então o governo vai tendo criatividade, buscando saída e buscando soluções.
Eu falei disto tudo: do gás de cozinha, para o qual o governo está criando uma política de subsídio; da conta de energia, em que o governo agora vai promover a isenção para quem está no CadÚnico, para quem está em situação de vulnerabilidade; da Carteira Nacional de Habilitação para quem está no CadÚnico não precisar pagar; do programa de mais especialidades; de transformar as dívidas dos hospitais em atendimento médico. Falei também de economia, que o País está crescendo e há projeção de crescimento do PIB; falei da Bolsa de Valores, que está batendo recorde; falei do dólar, que está em queda, marcando baixas constantes nos últimos dias e nas últimas semanas.
Ou seja, só não vê isso quem torce contra, quem torce para o Brasil dar errado. No mais, as coisas estão acontecendo: pleno emprego, recorde de geração de emprego. As coisas estão acontecendo. Agora, é claro, se quiser voltar a pagar caro na carne; a pagar oito contos na gasolina; a ter um país desrespeitado, que não recebe mais investimento, um país cujo presidente viajava e tinha que comer pizza na rua porque ninguém queria encontrar com o cara, ninguém queria conversar com o cara; a ser um país negacionista, que nega a vacina; a ser um país com ministro que troca propina de verba do Ministério da Educação por barra de ouro, enfim, se quiser isso, a gente já sabe qual escolha fazer daqui para a frente. Os modelos estarão aí para as pessoas avaliarem.
Eu fico muito satisfeito e com a consciência tranquila de saber que a escolha que nós fizemos, a nossa opção pelos mais pobres, pelos trabalhadores, pelas trabalhadoras, foi a correta: escolhemos quem está transformando novamente o nosso país. Repito: contra números não há argumentos; contra dados não há argumentos. Você pode querer torturar qualquer coisa, mas não há como torturar os dados estatísticos. Os números que estão aí são verdadeiros, são reais. Obrigado, presidenta.