Pronunciamentos

DEPUTADA BEATRIZ CERQUEIRA (PT), presidenta "ad-hoc", autora do requerimento que deu origem à homenagem

Discurso

Transcurso do 35º aniversário de fundação do Sindicato dos Servidores da Justiça do Estado de Minas Gerais – Serjusmig.
Reunião 17ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 28/06/2025
Página 2, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 9673 de 2024

17ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 26/6/2025

Palavras da presidenta (deputada Beatriz Cerqueira)

Agora, oficialmente, boa noite. Nós podemos fazer melhor. Vamos lá! Boa noite. Hoje é dia de celebrar, não é? É um dia de festa. O Eduardo me dizia: “Beatriz, tiramos tantas fotos de luta, segurando alguma faixa, alguma bandeira e bravos com alguém”. Nós sempre estamos bravos com alguém nesta Casa parlamentar, porque somos minoria aqui dentro, embora, lá fora, sejamos maioria. Aqui dentro, a classe trabalhadora não é maioria. Então a gente tem que celebrar, tem que sorrir e tem que fazer deste momento um momento de afeto, um momento de encontro e um ato político também.

Vi a placa que nós vamos entregar daqui a pouquinho. Nessa placa, achei deveria ter uma palavra que combinasse com o dia de hoje e com esses 35 anos. Achei importante dizer que o Serjusmig é importante na luta em defesa da democracia. Pode parecer que não, mas os sindicatos são essenciais à democracia, tanto é que, nos períodos autoritários, uma das primeiras coisas que eles fazem é fechar os sindicatos. Não é mesmo? É silenciar as nossas vozes; é perseguir as nossas lideranças e torturar as nossas lideranças. Isso não é uma questão de interpretação. Muitos foram mortos, torturados e desaparecidos. As mulheres também foram muito, muito, agredidas e torturadas sob a responsabilidade do Estado.

Os sindicatos são essenciais à democracia. Então, quando vi a placa, falei assim: “Está faltando uma palavra, que é exatamente sobre a democracia!”. O sindicato, que é de serviço público, não é um sindicato para si mesmo. A luta que vocês fizeram, nos últimos 35 anos, foi uma luta fundamental para a sociedade. O servidor público, oriundo de um concurso público, é fundamental para o fortalecimento do Estado e das instituições democráticas. Ele não pode ser temporário, nem provisório, nem sem carreira, nem instável, nem sujeito a perseguições e a assédios dos governos de plantão.

É muito importante quando o sindicato faz as suas lutas, que, a princípio, parecem lutas corporativas, mas, na verdade, engana-se quem tenta dizer que o sindicato, no serviço público, só faz luta corporativa. Essa é uma luta em defesa da sociedade. Portanto fiquei muito feliz quando fui procurada pela direção do Serjusmig para que pudéssemos pensar na celebração deste momento. Agora, sim, vou fazer os cumprimentos da nominata. Eu deixei que a emoção falasse no início, para dizer da importância deste momento.

Cumprimento quem aqui está representando o Sindicato dos Servidores e das Servidoras da Justiça do Estado de Minas Gerais, o presidente do sindicato, o Sr. Eduardo Mendonça Couto, e agradecer, na sua pessoa, toda a confiança que o Serjusmig tem no nosso mandato, no nosso trabalho e na nossa disposição de luta. Cumprimento a presidenta da Associação dos Funcionários Fiscais do Estado de Minas Gerais, a Sara – mais uma vez, é um prazer enorme reencontrá-la; o nosso secretário-geral do Sindsemp, o Valmy – também quero agradecer-lhe; e o Reginaldo. Achei importante, Reginaldo, você estar conosco, porque os sindicatos só acontecem pelos seus servidores.

Há mais servidores do Serjusmig aqui? Por favor, vocês podem ficar de pé? Pode ficar de pé quem é trabalhador do Serjusmig, quem está no dia a dia do Serjusmig e quem, inclusive agora, está trabalhando. Muito obrigada a vocês. Sem os trabalhadores do sindicato, não temos condições de fazer toda a luta política. Então quero cumprimentá-los. Você completa 31 anos de Serjusmig? Vou ter que fazer uma reunião especial para você, uma placa especial para você! Aliás, a placa não prometo, não, mas uma congratulação pela sua dedicação ao sindicato, isso eu me comprometo a fazer nas comissões da Casa. Você voltará a esta Casa para receber essa homenagem pelos seus 31 anos.

Permitam-me cumprimentar também a Polyana Ribeiro, nossa flautista, que tornou este ambiente mais leve e mais agradável, como precisa ser neste momento de celebração. É com esse espírito de celebração que deixo a minha saudação a cada pessoa que compôs e agigantou este Plenário, pela importância do momento.

O Serjusmig é muito importante para a gente! Eu me lembro de como nós nos encontramos, Rui. Quero contar isso para vocês, rapidamente. Quero aproveitar também e deixar um abraço para a Sandra, que é presidenta do sindicato. Primeiramente foi com a Sandra, depois foi com o Rui e com o Eduardo que fomos nos encontrando nas lutas. Além de professora, eu era do Sind-UTE à época, e nós estávamos em uma greve, em uma daquelas greves difíceis, como todas as greves da classe trabalhadora são. Foi assim que a gente se encontrou pela primeira vez.

Depois me lembro de que o sindicato foi muito perseguido. É daquela época a campanha “Cala a boca já morreu?”. Eu tenho aquela camisa até hoje. Eu tenho a camisa “Luto por justiça”, e é uma das camisas que eu mais amo vestir. Olhem como o sindicato é uma importante pauta para a sociedade, e não só para si mesmo! E aí a gente foi se encontrando nas lutas e foi aprendendo que a gente não pode fazer só a luta do pessoal do nosso quadrado, porque a luta é de classes, e a gente está numa sociedade de classes. Podemos até não querer, mas estamos nela. Não está dependendo só da gente, não é? Numa sociedade de classes, se cada um faz a luta no seu quadrado, as chances das derrotas são sucessivas. Quando um grupo, quando uma categoria profissional ganha uma luta, a vitória fortalece todas as lutas. Quando ela é derrotada, o resultado é pedagógico para as demais lutas também, com a tentativa de diminuição. Então a gente foi aprendendo a necessidade de se misturar para fazer as lutas gerais sem abandonar as lutas coletivas.

Hoje o Serjusmig integra a Frente em Defesa do Serviço Público, uma frente fundamental nos últimos seis anos. Eu queria fazer só esse registro de luta. Nos últimos seis anos, não fossem o Serjusmig e todos os sindicatos da Frente em Defesa do Serviço Público, que lotavam as galerias, que lotam as galerias das comissões, nós não teríamos, em Minas Gerais, o momento em que nós estamos agora, ou seja, em condições de debater, de apresentar e de discutir proposições que podem enfrentar e resolver a situação da dívida de Minas com a União. Isso só foi possível porque nós contamos com sindicatos comprometidos com as lutas gerais, como o Serjusmig. Por essas lutas, nós tivemos força suficiente durante os últimos seis anos de obstrução contra o Regime de Recuperação Fiscal. Eu queria deixar o registro dessa importância, porque participar das lutas gerais nos fortalece nas lutas específicas. A compreensão equivocada de que a luta geral atrapalha a luta específica é o que vai nos derrotando nas nossas lutas específicas. Não é o caso do Serjusmig, porque ele tem essa compreensão.

Então, viva o Serjusmig, viva essa capacidade de se articular com outras categorias, de fazer a luta geral, além da luta coletiva, corporativa, necessária, dos trabalhadores que representa! O que eu posso desejar? Mais 35 anos, muito mais anos de vida e que as direções, a que está e as que virão, tenham o vigor da luta necessária. E, do lado de cá, pode contar com a nossa disposição também de fazer todas as lutas. Quero deixar meu abraço também para você, Rui, e agradecer-lhe toda a confiança. Celebremos esses 35 anos. Um abraço no coração de vocês. Vale a pena a gente participar e construir um sindicato como o Serjusmig.