DEPUTADO CAPOREZZO (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 07/05/2025
Página 23, Coluna 1
Indexação
24ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 6/5/2025
Palavras do deputado Caporezzo
O deputado Caporezzo – Boa tarde, presidente. Boa tarde, colegas deputados estaduais. Vejam a notícia de hoje da CNN: “Moraes manda PF dar a Bolsonaro acesso integral a provas do plano de golpe”. Está aqui. Mas esperem um pouquinho: na bandeira de Minas está escrito “Liberdade ainda que tardia”. No caso do Bolsonaro, a liberdade de defesa veio um mês e quatro dias depois de o STF receber a denúncia contra ele. OAB nacional, vocês existem para quê? Só para arrecadar a contribuição dos advogados? Mais uma vez, o Moraes rasga a Constituição. Seria coincidência, justamente agora, um emissário do governo Trump vir ao Brasil, graças à grande articulação política? Eu tiro o chapéu, presto continência e deixo aqui o meu respeito ao deputado Eduardo Bolsonaro. Eu já tinha avisado que ele, estando nos Estados Unidos, faria um trabalho ainda mais brilhante. E vejam só o cargo da pessoa que está vindo para cá, para o Brasil: coordenador para sanções e membro da diplomacia norte-americana – David Gamble. Ele vai se reunir com o presidente Bolsonaro, para ver o porquê… E, com certeza, ele vai perguntar: “Por que o acesso aos autos só veio no dia 30 de abril, se o processo começou no dia 26 de março?” Os advogados do Bolsonaro não tiveram o direito de acesso ao processo.
Outro caso também, simplesmente calamitoso, foi a condenação da Débora, conhecida como Débora do batom, a 14 anos de prisão porque usou um batom para escrever na estátua do STF a frase “Perdeu, mané”, ou seja, a frase do ministro. Levou apenas 4 minutos para um funcionário do STF, com água e sabão, conseguir destruir essa ameaça ao Estado Democrático de Direito. Pasmem! Pasmem: Alexandre de Moraes conseguiu colocar, nos autos do processo, que o batom era uma substância inflamável, tratando o batom como se fosse de C4. É inacreditável o que está acontecendo com este país.
No meio de tudo isso, precisamos realmente dar honra a quem merece. O ministro Fux merece o nosso total reconhecimento, pois foi o único que julgou a Débora pelo que ela realmente fez. Ele demonstrou que, não por acaso, é o único ministro do STF que foi juiz de carreira. Então fez valer sua competência, mostrando a importância constitucional e institucional do STF. Só ele, na 1ª Turma, honrou essa importante função do STF.
Diante de tudo isso, quero convidar todos para uma grande manifestação amanhã, às 16 horas, na Torre de TV, em Brasília. Este será o retorno das manifestações na capital federal após o terrível acontecimento do 8 de janeiro, que representou, de fato, uma falência da nossa democracia. Neste momento, eu faço um desafio a vocês: se alguém conseguir encontrar uma única pessoa, um único brasileiro, na história da redemocratização do Brasil, que tenha sido intimado enquanto estava em um leito de UTI, venha falar comigo, que eu retiro essa convocação. Mas ninguém vai encontrar, porque essa ação, que violou os direitos humanos do presidente Bolsonaro, rasgou os tratados de direitos humanos internacionais dos quais o Brasil é signatário. Essa atitude, sem dúvida, vai reverberar e será levada ao governo de Donald Trump, para deixar bastante claro à maior democracia do mundo que, por causa da figura do tirano Alexandre de Moraes, já não mais existe democracia no Brasil.
Quero também colocar, para vocês escutarem, o que a atriz Paolla Oliveira falou no programa Roda Viva. (– Aproxima o celular do microfone para reprodução de áudio.) A Paolla perdeu uma ótima oportunidade de ficar calada, não é? A gente sabe que ter um filho não é uma questão de escolha no momento do aborto. No aborto você escolhe se vai matar o filho ou não, porque o filho já existe. A decisão é se você vai matá-lo. Para decidir ter um filho ou não, você decide se vai utilizar ou não meios contraceptivos, em um outro momento. A partir do momento em que ocorre a fecundação, não há mais o que se falar. A partir da concepção, não há que se falar em ter um filho ou não. O filho já existe. Você vai decidir se vai matá-lo ou não.
Eu acho isso interessante porque, de acordo com a OMS, ocorrem mais de setenta e dois milhões de abortos por ano. Isso é 100% mais do que o número de mortes do Holocausto, e é por isso que nós chamamos o aborto de holocausto silencioso. Aliás, o número é muito maior, porque o número de mortes do Holocausto gira em torno de sete milhões, e a gente está falando de mais de setenta milhões. Algumas pessoas podem falar: “Ah, não, a Paolla Oliveira está tentando sinalizar para os seus patrocinadores, talvez para o pessoal lá do ‘Projaquistão’”. Do “Projaquistão” sai cada figura… Como a Cláudia Raia, que defendeu aparelho para saciar demanda sexual para uma criança de 12 anos, a própria filha dela. Todo mundo já sabe disso. Agora, a Paolla fala isso.
Olha, se esse for o motivo, ela está na linha de Cartago. Cartago era a 2ª cidade mais poderosa no Mundo Antigo, atrás apenas de Roma, e eles cultuavam o demônio Baal, que exigia o sacrifício dos primogênitos. Em troca, eles pediam prosperidade. A história ensina que os portões de Cartago eram de ouro, mas, Paolla, o preço a se pagar por esse ouro é caro demais, é o sangue dos inocentes. Para você, eu deixo a frase do grande expoente do pensamento cristão Chesterton: “A decadência da sociedade é louvada pela classe artística, assim como a decadência de um defunto é louvada pelos vermes”. Obrigado, presidente. A direita vive em Minas Gerais.