DEPUTADO BETÃO (PT)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 01/05/2025
Página 62, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 3503 de 2025
Normas citadas LEI nº 15293, de 2004
23ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 29/4/2025
Palavras do deputado Betão
O deputado Betão – Boa tarde, Sr. Presidente, deputados e deputadas, todo o público presente aqui hoje nas galerias e todos que estão nos assistindo pela TV Assembleia e pelas redes sociais. Queria cumprimentar cada trabalhador do Estado e cada sindicato. Estou vendo aqui o pessoal do Sind-Saúde, do Sind-UTE, do Sindpúblicos, do Sinjus, os policiais das forças de segurança, o Sindojus, o Sintder-Sinttop, o Serjusmig – vários sindicatos aqui hoje. O Sindsema também está aqui. Aê, beleza! Eu faço questão de cumprimentar todos esses sindicatos e os seus representados, os seus trabalhadores, porque eu também, com muito orgulho, sou servidor do Estado. Como todos já sabem, sou professor de geografia no Instituto Estadual de Educação, famosa escola normal lá em Juiz de Fora e, como sindicalista também, acompanho e procuro saber como estão sendo encaminhadas as discussões com os diversos sindicatos de servidores.
Eu me lembro quando cheguei aqui, em 2019, quando o Zema já tentava – a Beatriz se lembra disso – dividir as categorias, atender às forças de segurança e deixar os demais sindicatos a ver navios. Ele prometeu um reajuste de aproximadamente 43%, se eu não estou enganado, para as forças de segurança, divididos em três anos. Ele cumpriu a primeira parcela de 12% e depois vetou o próprio projeto. Ele vetou o próprio projeto, ele deu o cano em duas parcelas. Deputado Adalclever, o senhor já foi presidente da Assembleia Legislativa. O senhor já viu alguma coisa parecida com essa de o Executivo vetar o próprio reajuste que ele mandou? O senhor já viu isso, Adalclever, na sua vida? É um homem sem palavra mesmo.
Então é muita contradição – é muita contradição. Ele anuncia que tem um superávit de R$5.000.000.000,00, diz que o governo botou Minas nos trilhos. Mas ele não os tem. Como pode ter um superávit, o governo estar nos trilhos e não ter pago um centavo da dívida com a União? Mais de 33% da dívida do Estado de Minas com a União foi somente no governo Zema. Ele chegou, recebeu uma dívida de R$100.000.000,00 e entregou o seu primeiro mandato com uma dívida de quase R$160.000.000.000,00. Ele não pagou um centavo! Então ele não pagou a dívida, concedeu isenções milionárias a diversas empresas, inclusive à Localiza, cujo dono fazia parte do governo Zema como conselheiro até ser aprovada a isenção. Assim que foi aprovada a isenção de mais de R$1.500.000.000,00, ele deixou o governo.
O governador faz esse monte de anúncios e apresenta um reajuste de 5,26% para o magistério. Deveria ser de 6,27%, não é isso, deputada Beatriz? O governo Zema faz uma conta em relação a essa questão do reajuste do piso. Além de não pagar o piso sobre o valor, sobre o tempo proporcional, ele ainda aplica o que até agora eu não consegui entender, porque, quando o reajuste do piso foi de 33,26%, se eu não me engano, ele empurrou goela abaixo 10%. Quando foi de 14,89%, ele pagou 12%. E, agora, de 6,27%, está pagando 5,26%.
O Sind-UTE tem insistido, junto ao governo, para que seja pago exatamente aquilo que se deve, porque o Caixa Nacional do Fundeb manda os recursos para esse pagamento. Pior ainda é o que ocorreu com os demais servidores, que tiveram zero por cento de reajuste. Isso é uma blasfêmia com os servidores de Minas Gerais, servidores de todas as áreas possíveis, tão dedicados, que estão vendo as carreiras se desmancharem nessas negociações com o governo. É muito duro uma categoria se dedicar totalmente ao trabalho e, na hora de ser valorizada, deixar de sê-lo. A sensação que reina é de frustração, mas nós temos que continuar na luta sempre.
Por isso quero me dirigir aos deputados e às deputadas da base do governo: é preciso prestar atenção às emendas que foram colocadas, que não são impositivas, são autorizativas. Mas é muito importante que os deputados e as deputadas da base votem a favor da emenda, que deem esse voto, que possam garantir aos nossos servidores o mínimo de reajuste, que é o que corresponde à inflação do ano. Repito: temos servidores de alta qualidade em Minas Gerais. Como servidores efetivos, eles dão ao seu emprego toda a dedicação. E, todos os anos, essa dedicação tem que ser reconhecida com a correção salarial, porque assim determina a Constituição. A Constituição determina que todo ano tem que ser reajustado o salário dos servidores. É por isso que nós estamos lutando.
Presidente, força para todo mundo! Vamos continuar na luta. Mesmo que não passe nesta discussão, é preciso continuar com os sindicatos. Forte abraço! Obrigado.
O presidente (deputado Tadeu Leite) – Obrigado, deputado Betão