DEPUTADO BRUNO ENGLER (PL)
Declaração de Voto
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/02/2025
Página 58, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 3695 de 2022
7ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 19/2/2025
Palavras do deputado Bruno Engler
O deputado Bruno Engler – Boa tarde, Sr. Presidente; boa tarde aos colegas que aqui estão, àqueles que estão trabalhando nesta Casa, e a quem, de uma maneira ou de outra, acompanha esta reunião do nosso Parlamento. Na declaração de voto, gostaria de iniciar dizendo que votei favoravelmente a todas as matérias, projetos de deputados que eu acredito que são meritórios. Quero lamentar o fato de que o meu PL nº 3.695/2022, que reconhece como de relevante interesse cultural o Monumento ao Cristo Redentor, em São João del-Rei, foi emendado e saiu do Plenário. Mas isso faz parte também da política desta Casa, e tenho certeza de que será aprovado em breve. Sr. Presidente, eu venho à tribuna desta Casa falar do absurdo que foi a denúncia do procurador-geral da República contra o presidente Bolsonaro. Uma denúncia sem pé nem cabeça, sem nenhum fundamento, num claro ato de perseguição política. Mas eu não só falo, eu provo. A denúncia se baseia num inquérito, presidente, que tem 207 condicionantes, como “possível”, “suposto”, “hipotética”, “teria”. É tudo no campo das possibilidades. Está tudo no inquérito. As palavras “teria” ou “teriam” são usadas 107 vezes; as palavras “hipótese” ou “hipotética”, 25 vezes; as palavras “possível” e suas variantes, como “possibilidade”, 207 vezes. São diversas condicionantes para acusar aquilo que não há prova, há apenas opinião. Reparem esta manchete da Folha – agora vão dizer que a Folha é bolsonarista –: “Bolsonaro aceitou matar Lula, diz PGR, sem comprovar”. Ora, sem comprovar. Sr. Presidente, eu vou sair daqui e ir à delegacia, dizer que o senhor aceitou me matar, e vou denunciar o senhor por tentativa de homicídio. Agora é a denúncia do achismo, a denúncia da opinião, um verdadeiro escárnio com o Estado Democrático de Direito. O próprio ministro da Defesa do Lula disse que não houve ameaça de golpe com GLO, em entrevista no Roda Viva. Então vamos sair do campo das opiniões, dos achismos, e falar dos fatos? Fato: o presidente Jair Bolsonaro indicou os comandantes das três Forças que o Lula pediu, antes de sair do governo. Fato: o presidente Jair Bolsonaro saiu do País e permitiu uma transferência pacífica de poder, em hora nenhuma tentou impedir a posse do Lula. Agora eles querem que a gente acredite que o presidente Bolsonaro, que era o chefe do Poder Executivo, o comandante maior das Forças Armadas, entregou a sua cadeira e esperou o seu mandato acabar, para, oito dias depois da posse do Lula, tentar um golpe, com senhorinhas de idade, com as suas Bíblias debaixo do braço. Uma tentativa de golpe, gente, em que havia venda de algodão-doce. Que golpe é esse que tem vendedor de algodão doce? É uma acusação absolutamente ridícula, uma acusação completamente sem fundamento. Perseguição política. Lamentavelmente, Sr. Presidente, o nosso país está virando Venezuela. Olha só esta manchete: “Maduro acusa o principal rival nas eleições de planejar golpe de Estado na Venezuela” – o ditador Nicolás Maduro, amiguinho do Lula. Ou será que é coincidência que na mesma semana em que a rejeição do Lula bate recorde, na mesma semana em que saem pesquisas apontando que Bolsonaro ganha do Lula em todos os cenários de primeiro e segundo turnos surge essa denúncia? O Brasil está arrancando uma página das ditaduras mais podres do mundo. Você não precisa fazer um bom governo, você não precisa ter aprovação da população. Você precisa apenas perseguir os seus adversários, criminalizá-los e impedi-los de concorrer. Assim, você se mantêm no poder, como nós vimos a família Castro, em Cuba, como nós vemos o ditador Nicolás Maduro, na Venezuela, e agora, infelizmente, estamos vendo o Lula, aqui no Brasil. Essa denúncia é uma vergonha, é uma vergonha para a Procuradoria-Geral da República, é uma vergonha para o Ministério Público e é uma vergonha para o nosso país.