Pronunciamentos

DEPUTADA LOHANNA (PV), Presidenta "ad hoc", coautora do requerimento que deu origem à homenagem

Discurso

Lê mensagem do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Leite, por ocasião do transcurso do 115º aniversário de fundação da Academia Mineira de Letras.
Reunião 46ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/12/2024
Página 12, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 8332 de 2024

46ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 13/12/2024

Palavras da presidenta (deputada Lohanna)

Pessoal, tenho esta grande responsabilidade de falar em nome do nosso presidente e justificar também a ausência dele. Pela primeira vez, nós temos o Norte de Minas muito empoderado na Mesa da Assembleia. Isso é motivo de muito orgulho e muita gratidão a todas e todos os deputados estaduais. Inclusive, como o prefeito Ângelo acabou de dizer, reconduzimos o presidente Tadeu e a vice-presidenta Leninha, respectivamente, às cadeiras de presidente e vice. E ambos são do Norte de Minas. Então, apesar de ambos estarem muito presentes aqui em quase todos os dias, às sextas, normalmente, eles retornam ao interior. O que me deixa com esta grande responsabilidade de ler aqui a manifestação, o pronunciamento do nosso tão querido presidente.

(– Lê:) “‘Uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável’. Muito de acordo com essa afirmação de Antônio Cândido, entendemos que os livros acumulam a sabedoria que os povos de toda a terra adquiriram ao longo dos séculos.

Como afirmou Tzvetan Todorov, ‘nós lemos para aprender mais sobre a existência humana. Quando lemos, nós nos tornamos, antes de qualquer coisa, especialistas em vida. Adquirimos uma riqueza que não está apenas no acesso às ideias, mas também no conhecimento do ser humano em toda a sua diversidade’.

Os livros, a literatura e os escritores, essa é a matéria-prima com que a Academia Mineira de Letras lida há mais de um século, cuidando de um dos patrimônios mais preciosos que tem Minas Gerais.

Ao buscar, nas raízes mineiras, aquela disposição única que define Minas como uma palavra secreta e sagrada, apontando para um elevado ideal, nossos acadêmicos, ao longo deste tempo, têm cumprido sua missão de preservar a memória cultural do nosso povo. É importante também lembrar que a primeira Academia Brasileira existiu informalmente aqui, em Minas Gerais, reunindo poetas como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Alvarenga Peixoto. Foram esses homens das letras que moldaram, a partir de Vila Rica, a essência da nossa nacionalidade, criando, além de poemas inesquecíveis, a bandeira mineira, e nela cunharam o nome de nosso símbolo mais caro: a liberdade.

A memória de Minas fixa-se, hoje, nas páginas atemporais de seus autores, seja em Carlos Drummond de Andrade, reconhecendo o minério de ferro entranhado em nossa alma, seja no sertão de veredas, tão regional e universal na prosa de Guimarães Rosa – para citar apenas dois nomes de uma extensa lista admirável de autores.

A Academia Mineira de Letras nasceu em Juiz de Fora e veio se fixar em Belo Horizonte, na emblemática Rua da Bahia. Quantos nomes verdadeiramente imortais de nossas letras passaram por nossa academia: Cyro dos Anjos, Eduardo Frieiro, Abgar Renault e, precursora do reconhecimento ao talento feminino, Henriqueta Lisboa, uma das mais poderosas vozes poéticas da história literária do nosso país.

Mais recentemente, a partir da gestão de Rogério Faria Tavares, e agora com o atual presidente, Prof. Jacyntho Lins Brandão, a academia promoveu uma vigorosa ação que reconhece nossa diversidade artística, cultural e intelectual, incluindo, entre seus membros, Ailton Krenak, Conceição Evaristo, Maria Esther Maciel, Ricardo Aleixo, entre tantos outros dignos de nota. São eles e elas que compõem nossa riqueza literária e nos orgulham com o amplo conhecimento que constitui a cultura mineira, ao mesmo tempo em que permanecem como guardiães de nossa memória.

Ao contribuir para ampliar a compreensão da realidade, tal como observou Antônio Cândido, a literatura aparece claramente também como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos. Não há povo e não há homem que possa viver sem a literatura, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação.

A literatura pode muito, como dizia Todorov, ‘ela pode nos estender a mão em momentos difíceis, nos tornar mais próximos dos outros seres humanos que nos cercam, nos fazer compreender melhor o mundo e, por fim, nos ajudar a viver’.

Ao festejar os 115 anos da Academia Mineira de Letras, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais reconhece a importância da instituição, digna de nossa reverência e de toda a nossa admiração. Muito obrigado.”.