Pronunciamentos

DEPUTADO LELECO PIMENTEL (PT)

Discurso

Critica o projeto de lei que dispõe sobre a prestação de assistência à saúde pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais - Ipsemg - e dá outras providências.
Reunião 48ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 15/11/2024
Página 375, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 2238 de 2024

48ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 13/11/2024

Palavras do deputado Leleco Pimentel

O deputado Leleco Pimentel – Viva a luta dos servidores! Vocês têm que levantar a voz mesmo! Vocês têm que lutar! O cupim do Zema está acabando com tudo no Estado.

É preciso ligar o nosso alerta, porque era para estas galerias estarem com o triplo de gente que vemos hoje! Isso é muito importante. Eu não sou autoridade nenhuma sobre movimento e sobre sindicato, mas a gravidade do que está acontecendo aqui nos alerta para a questão do aumento de consciência dos servidores. O patrimônio de 1 milhão de servidores, que começou a ser construído em 1914, está sendo desmanchado nas linhas daquele que continua a achar que está administrando as lojas mequetrefes em tudo quanto é lugar no Estado. O Zema colocou o Estado à venda e a preço de banana. É essa a nossa conclusão já no início da fala.

O fim do Ipsemg tem a meta de tentar enganar os servidores. Aliás, ontem eu lembrei, durante o processo de obstrução, ao lado da deputada Beatriz, esta guerreira e companheira que tem nos alertado há meses, que essa desgraça que o Zema mandaria estaria aqui. A tentativa é fazer com que os servidores fiquem anestesiados. Ontem eu me lembrei daqueles canalhas que fecharam a Arcata, deixando o povo banguela, deixando o povo sem dente e tirando-lhes a possibilidade de sorrir.

O Zema é como os donos da Arcata, ele consegue retirar a possibilidade de vida, porque, quando ele diz que, acima dos 59 anos, as pessoas não terão direito a viver, ele faz o mesmo que fez a Arcata quando tirou os móveis daquele escritório, que era mais um lugar de horror, uma loja de horror. É o que Zema quer fazer. Foi em 1914 que servidores resolveram fazer uma caixinha para que as viúvas que não tinham direito tivessem, pelo menos, o amparo para não morrer de fome. Só depois o Ipsemg incorporou alguns dos serviços, incluindo a moradia, que depois deixou de ser também uma oferta do Ipsemg.

Agora o Zema tenta trazer um aumento da contribuição que vai até 81,72%, o que significa, conforme já dito aqui tanto pela Beatriz quanto pelo Sargento Rodrigues, que a sobretaxa aos idosos, aos acima dos 59 anos, não tem possibilidade alguma de ser assumida, porque o servidor da educação, que está na ativa ou fora da sala de aula, dependente do Ipsemg, não tem condição de bancar esse aumento. Haverá o absurdo de uma professora ou de um servidor ter que pagar R$500,00. Quanto ao filho que, na atual legislação, o servidor não paga por ele, agora o servidor terá que pagar por ele e pelos outros dependentes, chegando ao absurdo de quase aportar metade do seu salário para dar conta de um Ipsemg que ele, o Zema, ajudou a quebrar.

Mas ele está achando que nós somos bobos. Qual a única coisa que o Zema sabe sobre Ipsemg? É que existe um hotel, uma casa que cuidava da saúde dos servidores em Araxá. Deve ser a única coisa que ele sabe sobre o Ipsemg, porque, infelizmente, o povo mineiro colocou no governo do Estado uma pessoa que, além de não ter sensibilidade, não tem conhecimento das estruturas do Estado. Mas eu não sou bobo, e ninguém é. Quem está por trás desse projeto de lei é quem quer comprar um quarteirão inteiro, no hipercentro de Belo Horizonte, a preço de banana, assim como quer levar o hotel de Araxá. Deixa de ser besta, Zema! Aqui não tem besta, não!

Além disso tudo, nós temos o corte na cobertura de internação e procedimentos. Vejam só: atualmente o servidor tem direito ao apartamento quando em tratamento de saúde. O que ele faz? Ele corta a possibilidade e coloca todo mundo na enfermaria. É onde ele vai ver os becos que deixou de rastro de destruição das estruturas do Ipsemg. Além de fazer a maldade de incluir o jovem que não pagava, fazendo-o pagar, quer que aquele que atingiu 59 anos tenha uma sobretaxa. O idoso, aquele que já contribuiu, sabe para que ele serve para o Zema, gente? Para morrer. Zema quer a morte do servidor. Depois que ele já não presta mais, que já deu sua vida e dedicou-se ao serviço público, é bom que o servidor morra. É esse o conhecimento e o pensamento que Zema tem sobre o serviço público.

Não é à toa, gente… Olha o parágrafo aqui. Vou fazer aqui uma pausa, deputada Beatriz. Ontem o Zema teve a cara de pau de dizer que quem está lutando por essa jornada de seis dias trabalhados com um dia só de folga tem trazido pelo menos uma reflexão sobre o mundo do trabalho. O Zema teve a cara de pau de nem ser a favor nem contra, e sabemos que é contra. Para fingir que está num lugar diferente do senso comum, ele conseguiu negar até a própria opinião. Então o Zema nega a política para fazer política, gente. É o pior dos políticos. Acho que nem Bertholt Brecht consegue encaixar uma pessoa que, além de analfabeto político, gosta de ser quem nega a política.

E, por fim, a gente ainda tem esse desmonte do Ipsemg, como uma política que infelizmente vem sendo empreendida pelos governadores. E cabe ao Zema, este que há seis anos navega na propaganda do Estado eficiente, liquidar, a preço de banana, e colocar nas costas dos servidores mais esse peso. Não tenho dúvida de que essa é a tentativa dele quanto a estes deputados que vão votar. Agora nós queremos que eles votem, porque eles têm que colocar também a cara e o dedo para demonstrar como é que venderam a consciência. Os deputados que votam daqui a pouco a favor do projeto de Zema venderam a consciência e precisam ser colocados para a sociedade de Minas. São deputados que não têm escrúpulo os que vão votar aqui daqui a pouco, colocando o dedo na vida do servidor, acabando com o Ipsemg. Então eu peço e me somo a todos. Nós vamos levar, a cada canto do Estado de Minas Gerais, a cara desses deputados.

Oxalá que o povo nunca mais dedique um voto a quem entrou na vida pública para defender a coisa pública e agora quer transferi-la para o mercado privado. E quem vota com Zema tem que ser culpado por destruir o Ipsemg, por atacar de morte os servidores. E contem com o Bloco Democracia e Luta, contem com o Partido dos Trabalhadores, contem com os deputados que aqui também vão votar “não”.

Obrigado, presidente. Boa tarde aos servidores e gratidão aos que estão na luta.

O presidente – Obrigado, deputado Leleco. Com a palavra, para encaminhar a votação, deputada Bella Gonçalves.