Pronunciamentos

DEPUTADO LELECO PIMENTEL (PT), Presidente " ad hoc"; autor do requerimento que deu origem à homenagem

Discurso

Registra a presença de mulheres na reunião de homenagem à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – pelo lançamento da Campanha da Fraternidade de 2024, cujo tema é “Fraternidade e amizade social”, e cujo lema é “Vós sois todos irmãos e irmãs”. Lê mensagem do presidente da Assembleia Legislativa, presidente Tadeu Martins Leite. Convida os presentes a participarem da apresentação musical e a orarem.
Reunião 10ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 23/03/2024
Página 8, Coluna 1
Indexação
Observação Procede-se à apresentação artística.
Proposições citadas RQN 5719 de 2024

10ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 21/3/2024

Palavras do presidente (deputado Leleco Pimentel

Eu vou aproveitar bem o momento em que as palavras são chamadas para fazer aquilo que sempre fiz. Pe. Rodrigo, eu não sei como é que pode as pessoas fazerem uma amizade sem um abraço. Então quero convidar a todos que estão de pé para selar a simbologia dessa Campanha da Fraternidade e transmitir um ao outro, uma à outra um abraço. Esse é um símbolo que D. Giovane nos pediu para praticar quando falássemos desta Campanha da Fraternidade. Percebam que não vai haver fato concreto se esse abraço não acontecer entre as pessoas da família daquele senhor. Esse é o gesto concreto. Os que nos acompanham podem fazer isso também, podem dar um abraço em quem estiver aí ao lado. Pode abraçar, Caio! Alegria!

Quero pedir, num segundo gesto concreto… As mulheres são as que mais cuidam. É por isso que Deus as criou assim. Eu gostaria de pedir que fiquem de pé, que vão ficando de pé à medida que a gente vai falando: irmã Terezinha – fique pertinho do lugar de votação aí; Aline Cântia, do AbraPalavra; Márcia Amorim; Cilene Gonçalves; Jaine Soares; Elaine Pimentel, minha mãe, que alegria! Agora, Mônica, minha esposa; Ana Luíza Moura; Rogéria Karina Moura; Rosemeire Pereira; Rosângela Maria de Souza. Eu vou pedir para vocês continuarem de pé, vocês estão muito cansadas! Continuando: Mariana Starling; Silvânia Freitas; Vanessa Gaudereto; Maria Félix Santos Ribeiro; Márcia Cristina do Amaral Elias; Maria Carmem Rodrigues Lopes; Aparecida Ferreira Soares de Lima; Bárbara Júlia Duarte Marques; Daisy Lima; Cenira Araújo; Márcia Sacramento; Laura; Clarice. Vocês viram que as pessoas estão trabalhando aqui para acolher a todos, mas elas não colocaram os nomes. No entanto, eu gostaria de saber quais são. Está todo mundo aqui? Fotógrafo? Você também. Estou vendo-o aí, viu? Você está todo dia com a gente, que alegria! Bernadete, da Taquigrafia; Bete, fotógrafa. Fale seu nome aí. Hein? Amélia.

Para haver amizade social, nós precisamos nos comprometer com o respeito, com a luta e com a dignidade das mulheres. Por isso vou convidar os homens que estão sentados a abrirem essa gaveta e puxarem para fora esse mecanismo de votação. Eu vou lhes dizer: aqueles que se comprometem a lutar e a respeitar a dignidade, a vida e a luta das mulheres posicionem seu dedo no “sim”. Esse lugarzinho do dedo é para votar. Cuidado! Depois desse voto agora, vocês vão ter mais responsabilidade ainda com as mulheres. Esse é um gesto também da nossa Campanha da Fraternidade com todas as mulheres. E aqui, na Assembleia, isso é muito importante, como também o é em todas as câmaras e na Câmara Federal, Padre João. Uma salva de palmas para as mulheres.

Lerei o pronunciamento que o presidente Tadeu Martins Leite fez questão de enviar a todas. Vou usar a tribuna brevemente. (– Lê:) "Pronunciamento do presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, deputado Tadeu Martins Leite, na reunião especial para homenagear a CNBB pelo lançamento da Campanha da Fraternidade 2024. Fratelli tutti, todos irmãos e irmãs. Essa expressão presente nos escritos de São Francisco de Assis faz ressoar a palavra dita por Jesus e lida no Evangelho de São Mateus. São todos irmãos e irmãs. Fratelli tutti é também o título da belíssima encíclica do papa Francisco, que inspira a edição deste ano da Campanha da Fraternidade da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB.

Fraternidade e amizade social, mais do que um belo arranjo de palavras, esse é um horizonte para guiar nossa reflexão e nossas ações no cotidiano. Cultivar a fraternidade e expandir a amizade para além dos nossos pequenos circuitos de convivência imediata se torna ainda mais essencial nesses tempos de esgarçamento do tecido social.

Em várias partes do mundo, e muito intensamente no Brasil, temos sido expostos à ação coordenada de forças nefastas que apostam na polarização política extrema e na disseminação de falsas notícias com o intuito de solapar as bases da democracia, da cidadania e da sociabilidade. Para nós, parlamentares mineiros das câmaras e da Assembleia Legislativa, da Câmara Federal e do Senado, que tanto prezamos os valores democráticos e republicanos, esta é uma realidade muito preocupante. E o nosso entendimento é o de que, nesta Casa de leis, neste dia e a cada momento do nosso exercício de representação da vontade do povo, é fundamental reafirmar a nossa escolha por uma vida ética, construtiva e solidária, como nos propõe a campanha da CNBB.

Ao longo da história, em meio de tantas lutas legítimas por liberdade e igualdade, o valor da fraternidade tem sido, muitas vezes, esquecido. E esta é uma dimensão fundamental para o nosso empenho tão necessário neste momento de sanar as fraturas que nos têm dividido não somente na esfera pública, mas até mesmo no interior de famílias, casais e antigas amizades. E, mais uma vez, a solução passa por uma redescoberta da dignidade da política. Nesse sentido, retomamos as palavras do papa Francisco na encíclica Fratelli tutti: 'A política é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas de caridade, porque busca o bem comum'. Assim, mais uma vez, convidamos todos a revalorizarmos a política. Por todos esses motivos, em nome da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, saudamos a Confederação dos Bispos do Brasil, essa conferência” – eu quero corrigir o texto –, “homenageando a entidade pelo lançamento dessa importante campanha. Recordamos, com agradecimento e admiração, o valioso trabalho que, ao longo de tantas décadas, a CNBB tem realizado em favor da paz, da justiça e da democracia em nosso país”.

Reiteramos, nesta ocasião solene, os votos de que a confederação, que não é confederação, é a nossa querida CNBB… Aqui a palavra “confrade” talvez tenha saído despercebida, mas é a conferência inaugurada também com as campanhas, com D. Hélder, que foi lembrado no início, mas também conosco, Padre João, que podemos conviver com o secretário. E, nesses tempos de leitura importante, quem esteve à frente da secretaria, como D. Hélder, naquele momento, pôde, não só como presidente, demonstrar que a sua missão e vocação se confundiam.

Nós, da Arquidiocese de Mariana, que tivemos essa alegria de compartilhar com toda Minas, com o Brasil e com o mundo o nosso querido D. Luciano… Eu encerro com aquela pergunta que sempre nos fazia, que é um gesto concreto para todos nós. D. Luciano dizia que só podia ser feliz se o outro, o irmão, a irmã, estivesse feliz. Então isso nos provoca a dizer que se nossos irmãos em situação de rua, nossos irmãos que têm fome e sede de justiça, nossas irmãs que clamam contra a misoginia, contra o machismo, contra a violência, se esses irmãos e irmãs não estão felizes, D. Luciano, nós também não estamos.

Para responder com profundidade a essa provocação, D. Luciano ainda ensaiava um grande caminho e perguntava: “Em que posso ajudar?”. Talvez assim, no fim, a gente possa sorrir verdadeiramente. Nem D. Hélder nem D. Luciano estão aqui para nos abraçar fisicamente, mas está aqui o legado do seu testemunho, de cada um, e eu tenho certeza de que o testemunho de tantas mulheres, porque eles eram rodeados de mulheres, de testemunhos bonitos. É por isso que ele pedia tanto a nossas pastorais, como a Pastoral Afro-Brasileira, que está aqui representada, a Pastoral de Rua, que visa à moradia da pessoa em situação de rua, a Pastoral da Criança, a Pastoral da Sobriedade, das igrejas, dos irmãos e irmãs evangélicas, dos que não professam religião, dos espíritas, dos que amam, dos ateus: “Deus dos sem deuses, Deus do céu sem Deus, Deus dos ateus, rogo a ti cem vezes, respondes quem és. Se não és amor, não saberemos quem és”. Eu prefiro trazer aqui, junto com Chicó, essa expressão em música.

Para terminar estas palavras, agradeço ao presidente da Assembleia, que também transmite esse sentimento com essa placa. Junto com todos, nós teremos a entrega da placa do Juntos para Servir. Deixo para que a gente possa refletir: “Tudo está interligado, como se fôssemos um; tudo está interligado nesta casa comum”.

Apresentação Artística

O presidente – Convido-os para que, de pé, possamos, juntos, cantar esse refrão.

Aqui eu tenho quebrado alguns protocolos. Já consegui entrar com um violão aqui. Outro dia, proibiram a bateia, tiraram o violão, mas, com muita fraternidade, a gente pode cantar, que é também uma forma universal de viver tudo isso.

– Procede-se à apresentação artística.

O presidente – Se tudo está interligado, que todos deem as mãos e que possamos nos chamar de irmãs e irmãos nessa grande fraternidade social. E, com essa mesma oração que interliga e respeita todas as religiões, eu ouso pedir que possamos, juntos, em nome de tudo o que nos provoca esta amizade social, rezar um Pai-Nosso. (– Faz a oração.)

Esta Casa é uma casa de todas as expressões. Que o nosso pedido, a nossa oração e o nosso amor não ofendam, mas tragam a vida a todos e todas em abundância. Dai pão a quem tem fome. (– Manifestação da plateia.) Dai pão a quem tem fome. (– Manifestação da plateia.) Muito obrigado.