Pronunciamentos

LUIZ CLÁUDIO COSTA, Presidente nacional da Record

Discurso

Agradece a homenagem pelo transcurso do 70º aniversário de fundação da Record TV.
Reunião 34ª reunião ESPECIAL
Legislatura 20ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 15/11/2023
Página 4, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas RQN 3921 de 2023

34ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 13/11/2023

Palavras do Sr. Luiz Cláudio Costa

Inicialmente, eu gostaria de desejar uma ótima noite para todas as pessoas presentes nesta cerimônia. Aproveito também para cumprimentar o Exmo. Sr. Deputado Tadeu Martins Leite, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais; o Exmo. Sr. Deputado Mauro Tramonte, autor do requerimento que deu origem a esta homenagem, a esta sessão solene; a Exma. Sra. Desembargadora Áurea Maria Brasil Santos Perez, superintendente de Mídia Institucional do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, neste ato, representando o desembargador José Arthur Filho, presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais; o Exmo. Sr. Paulo de Tarso Morais Filho, chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, promotor de justiça, representando o Sr. Jarbas Soares Júnior, procurador-geral de justiça; o Exmo. Sr. Octavio Augusto De Nigris Boccalini, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais; o vereador Gabriel Azevedo, presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte; o meu amigo Paulo Batista, diretor Executivo da Record Minas; o André Dias, superintendente de Rede da Record; o Exmo. Sr. Flávio Boson Gambogi, desembargador federal, representando o TRF da 6ª Região; e o meu amigo, desembargador Nelson Missias, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

É uma honra para nós estarmos aqui, nesta noite, nesta homenagem em que a Record completa 70 anos. São 70 anos de muitas histórias, 70 anos de muitos desafios, 70 anos de muitas dificuldades enfrentadas, mas também de muitas conquistas e de muitas vitórias. Todos aqui já sabemos que a Record tem uma história longeva, muito grande e muito importante na história do nosso país e na história destas Minas Gerais também.

Há 30 e poucos anos, a Record está presente. Aliás, o ano da chegada da Record a Minas foi o ano em que eu entrei na emissora. Aqui, em Minas Gerais, foi o meu primeiro local de trabalho na Record. Faço 31 anos de Record este ano, e a primeira praça, o primeiro estado onde eu trabalhei na emissora foi aqui, em Minas Gerais. Então tenho um carinho – gostaria até de dizer isso – muito grande com as Minas Gerais. É tanto carinho, tanto carinho, que eu tenho um filho mineiro. O meu filho mais novo é nascido em Minas Gerais, na minha segunda passagem por Minas.

Minas é uma terra de paixões, uma terra de lembranças, uma terra que gera grandes líderes para este país. Todo mundo que se destaca neste país tem alguma parte da sua história passando pelas Minas Gerais; podem ter certeza disso. Isso não é política, isso é do coração, e eu tenho muito carinho por esta terra.

Mas todo mundo sabe que a Record foi a emissora dos festivais, foi a emissora dos grandes eventos esportivos. A primeira transmissão de um jogo de futebol, ao vivo, no Brasil, foi feita pela Record. A Record sempre esteve na memória do público brasileiro. Na época dos festivais, grandes nomes da música internacional passaram por ela. Nós tivemos Nat King Cole, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong. A gente teve também um grande super-herói chamado Capitão 7. Todo mundo se emocionou com Capitão 7. Enfim, a música popular brasileira também teve a sua passagem marcante na tela da Record TV. Não dá para falar de música popular brasileira sem falar dos grandes festivais, dos grandes nomes, do show do dia 7. O passado da Record TV é um passado pujante, que faz parte da história do Brasil, não só da televisão brasileira, mas do Brasil, como o humor na televisão com a Família Trapo, com a Praça da Alegria, programas que marcaram a história da televisão brasileira.

Nós agora passamos toda essa grande história e, depois de alguns anos, a emissora foi adquirida pelo empresário e bispo Edir Macedo. A emissora passou por uma grande transformação e se tornou a referência nacional que é hoje, como já foi dito aqui, representada por 108 emissoras pelo Brasil e em mais de 150 países. E isso nos leva a um grande desafio porque, quando a gente olha para o passado pujante, o passado brilhante da Record TV, a gente pensa como serão os próximos anos dela.

E aí eu vou aproveitar este momento, porque eu não posso perder a oportunidade, com tantas pessoas ilustres aqui: representantes do Poder Legislativo, de onde saem as leis que regulam nosso Brasil; representantes do Poder Judiciário, que decidem as questões mais importantes, de relevância extrema para a nossa sociedade, eu não posso deixar essa oportunidade passar em branco e me esquecer de pensar no nosso futuro. Como será o futuro da televisão brasileira? Como será o futuro das emissoras de televisão abertas no Brasil? Falar do futuro nos obriga a falar de incertezas. Para onde caminhamos? Qual será o futuro da televisão?

Desde sempre a televisão aberta no Brasil cumpre um importante papel social e cultural. Somos regulados, fiscalizados e, durante um tempo, fomos até amordaçados. Sabemos que liberdade absoluta é uma utopia, até porque liberdade traz consigo responsabilidade.

Chamo a atenção aqui também para que a gente não esqueça que a televisão aberta no Brasil é livre, democrática e gratuita. Qualquer pessoa, com um simples aparelho de televisão, com um simples telefone celular conectado, com qualquer aparelho, tem acesso grátis à programação de qualquer emissora de televisão aberta no Brasil, e isso tem sido importante até para a garantia do Estado Democrático de Direito. A televisão aberta no Brasil cumpre um papel importante: o de garantia da democracia. Ela é livre, ela é acessível a qualquer pessoa. Preservamos idioma; durante muito tempo, preservamos hábitos de cultura e outros tantos valores nacionais, mas competir em um ambiente onde somos regulados ao extremo contra aqueles que entram no nosso modelo de negócio livremente, sem qualquer obrigação, sem gerar a quantidade de empregos e renda que geramos para o País, sem ter a imensa carga tributária a que estamos sujeitos é, no mínimo, injusto.

Do outro lado, temos o fenômeno das mídias sociais, que invadiram o nosso modelo de negócio, mas que não têm sobre eles as amarras que nós, radiodifusores, temos. E ainda lembro que as mídias sociais cobram para difundir, por assinatura e por banda, o conteúdo que nós disponibilizamos de graça. Ademais, quando uma emissora de TV ou uma rádio cometem um erro, sabe-se a quem cobrar, há um CNPJ, há um CPF responsável. No ambiente das mídias digitais, não. Encontrem o responsável, cobrem! Quando se consegue, o tempo já tratou de tornar irreparável o dano causado. A legislação eleitoral é um exemplo disso. As TVs não podem falar muita coisa, fazer muita coisa, elas são extremamente reguladas e fiscalizadas; já nas mídias sociais reina a libertinagem absoluta. Por isso defendemos a legislação que rege as mídias sociais, o marco civil da internet, que está sendo discutido no Congresso Nacional nesse momento, mas que, com certeza, vai chegar a esta Casa também, porque questões em nível estadual chegarão; por isso nós defendemos que essa discussão tem que ser aprofundada. É necessário se pensar no futuro da televisão brasileira pensando no presente desse modelo de negócio. Ou nós colocamos todos em pé de igualdade, ou a televisão aberta no Brasil não resistirá à desigualdade regulatória.

Nesta noite de festa em que viemos aqui somente para comemorar, eu aproveito a oportunidade para fazer um apelo a todos os senhores, porque Minas é um estado que influencia o Brasil. Grandes decisões deste país nasceram em Minas. Grandes influências neste país nasceram nesta terra. Então eu faço aqui um levante, um chamamento: que os senhores legisladores, mesmo em nível estadual aqui, em Minas, influenciem os legisladores mineiros que estão no Congresso Nacional a fim de que nós possamos colocar mídias sociais, mídias digitais e televisão aberta em condições de igualdade regulatória para que possamos celebrar não apenas os 70 anos da Record, mas também os 80, os 90, os 100; para que as outras emissoras abertas, nossas coirmãs, também possam seguir gerando empregos, receitas, alegria, cultura, informação para o nosso país.

Mas hoje é uma noite de festa. Eu aproveitei a oportunidade, mas eu gostaria de agradecer muito a deferência desta homenagem. Gostaria de dizer que todos nós, todos os mais de 6 mil colaboradores espalhados pelo Brasil com que a Record conta hoje, todos nos sentimos honrados porque Minas Gerais presta esta homenagem hoje à nossa Record TV. Viva a liberdade! Viva a democracia! Viva Minas Gerais! E viva a Record TV! Muito obrigado.