DEPUTADO PADRE JOÃO (PT)
Discurso
Declaração de posição contrária à Emenda nº 3 à proposta de emenda à
Constituição, de autoria do Deputado Lafayette de Andrada e outros, que
altera a Constituição do Estado para adequação ao disposto na
Constituição da República. Solicita ao Governador Antonio Augusto Junho
Anastasia a realização de concurso público para a área de educação
conforme acordo firmado com o Sindicato Único dos Trabalhadores em
Educação de Minas Gerais - SIND-UTE-MG.
Reunião
90ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/12/2010
Página 157, Coluna 4
Assunto ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL. EXECUTIVO. PESSOAL.
Proposições citadas PEC 54 de 2009
PEC 61 de 2010
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/12/2010
Página 157, Coluna 4
Assunto ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL. EXECUTIVO. PESSOAL.
Proposições citadas PEC 54 de 2009
PEC 61 de 2010
90ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
16ª LEGISLATURA, EM 17/12/2010
Palavras do Deputado Padre João
O Deputado Padre João - Serei muito breve. Gostaria de lembrar
aos nobres colegas que essa emenda era a Proposta de Emenda à
Constituição nº 61, que tramitava e resguardava todas as leis que
foram votadas aqui no mês de junho, mudando as carreiras dos
servidores, sobretudo dos profissionais da educação. Por isso
somos contra. Peço o apoio dos colegas para votarem contrariamente
a essa emenda.
Aproveito, Sr. Presidente, nosso Vice-Governador eleito, que será
diplomado logo mais, para dizer que ontem estivemos aqui com o
Líder do Governo, Deputado Mauri Torres, e não foi cumprido o
acordo com o Sind-UTE, com os profissionais da educação. Durante o
movimento da greve, foi feito um acordo assinado aqui na sala da
Presidência. Então fomos avalistas, tanto o Líder da Oposição
quanto o Líder do Governo e o próprio Presidente. Esse acordo não
foi cumprido. De um lado, as coisas têm de acontecer, do lado dos
profissionais da educação, que interromperam o movimento de greve.
Sr. Presidente, de acordo com a Cláusula nº 4 daquele acordo,
assinado por Renata Vilhena e pelos dirigentes do Sind-UTE, seria
realizado um concurso público até o mês de julho. Até hoje não foi
publicado sequer o edital. Nem previsão há. Hoje não temos
garantia nem da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão nem
da Secretaria de Educação sobre quando será realizado esse
concurso público.
E o pior é que foi sinalizado que, quando houver concurso
público, não serão contemplados cargos para professores de
Sociologia, Filosofia e Ensino Religioso. O apelo que fazemos ao
nosso Presidente e Vice-Governador eleito e ao Líder do governo,
Deputado Mauri Torres, é que cumpram o acordo que foi assinado
nesta Casa. A Assembleia Legislativa teve o papel importante de
mediação entre o movimento e o governo, porque o governo não
estava recebendo os dirigentes do movimento. Firmam um acordo, em
que acreditamos e confiamos, mas que não será cumprido.
Ontem, a Secretaria de Planejamento e Gestão, representando a
Secretaria de Educação, esteve na audiência pública, mas não nos
deu garantia de quando será publicado o edital e o seu teor.
Votamos contra porque o acordo não está cumprido. Nesse sentido,
essa emenda, que era toda a Proposta de Emenda à Constituição nº
61, tira direitos dos profissionais da educação, dos servidores;
na verdade, complica toda a carreira dos servidores. Por isso,
contamos com os nobres colegas Deputadas e Deputados para votarem
contra a Emenda nº 3, porque dessa forma iremos valorizar os
profissionais da educação.
Não existe política pública de educação de qualidade se não
investirmos, se não valorizarmos quem a executa, aliás, correndo
risco de morte. Ocorreram mortes em salas de aula. Quando não
contemplamos disciplinas importantes como Filosofia, Sociologia e
Ensino Religioso, que ajudam na formação do caráter do ser humano,
não contribuímos com a sociedade, e isso compromete a qualidade do
ensino. Não resolve o problema colocar polícia nas escolas, se não
conseguirmos trabalhar a mente e o coração dos adolescentes e
jovens. Por isso o nosso apelo, Sr. Presidente, Vice-Governador
eleito, para que seja cumprido o acordo assinado nesta Casa,
porque até hoje não sabemos sequer quando será publicado o edital
do concurso, que deveria ter sido realizado em julho. Pela
educação, pelos servidores públicos, peço aos colegas que votem
“não” para a Emenda nº 3.