DEPUTADO DOMINGOS SÁVIO (PSDB)
Declaração de Voto
Declaração de voto favorável ao projeto de lei, de autoria do Deputado
Carlin Moura, que dispõe sobre afixação, nas recepções dos hospitais da
rede pública do Estado, da cartilha dos direitos do paciente. Comenta a
falta de investimento do Governo Federal na área de saúde.
Reunião
42ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 09/07/2010
Página 63, Coluna 4
Assunto DIREITOS HUMANOS. SAÚDE PÚBLICA.
Proposições citadas PL 236 de 2007
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 09/07/2010
Página 63, Coluna 4
Assunto DIREITOS HUMANOS. SAÚDE PÚBLICA.
Proposições citadas PL 236 de 2007
42ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
16ª LEGISLATURA, EM 6/7/2010
Palavras do Deputado Domingos Sávio
O Deputado Domingos Sávio - Sr. Presidente, também votamos
favoravelmente ao Projeto de Lei nº 236/2007, que determina que se
afixem os direitos dos pacientes na rede pública. É preciso
esclarecer porque votamos favoravelmente não apenas a afixar os
direitos num determinado quadro, mas a lutar pelos direitos do
paciente. Veio à tona a discussão sobre a Emenda nº 29, surgida da
Proposta de Emenda à Constituição nº 29, que ficou por muitos anos
no Congresso e foi aprovada no final do governo Fernando Henrique,
quando José Serra era Ministro. Ela precisava ser regulamentada;
então, em seguida, entrou o projeto de lei complementar para
regulamentar a Emenda nº 29 e lá se encontra há quase uma década.
Ela estabelece os gastos do Município, do Estado e do governo
federal. Quando ainda era Prefeito de Divinópolis, fui a Brasília
lutar pela aprovação da PEC, que se transformou em emenda à
Constitução. Hoje os Municípios - e digo isso porque fui Prefeito
e sei da sua luta e dos Municípios - aplicam os recursos, e com
sobras, na saúde. Precisamos que os Estados e o governo federal
também apliquem recursos na saúde. Às vezes, aparece alguém
dizendo que discutiremos apenas a situação do Estado, e não a do
governo federal. É claro que devemos discutir a responsabilidade
desse governo. Quando se falou da Bahia e do Pará, podemos falar
também do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e de todos os Estados
que vivem uma calamidade. Chegando ao Município, o cidadão não tem
direito sequer a internação, pois não há vaga, e morre por isso.
Lutamos muito, e depois de muita luta com o apoio do ex-Governador
Aécio Neves e do Governador Anastasia, iniciamos as obras da
construção de um grande hospital público em Divinópolis para
atender à região, que tem sofrido muito. Lutamos para superar essa
dificuldade. Entretanto, quem está em Brasília deve fazer a sua
parte. Juntos, estamos fazendo a nossa parte com o governo do
Estado e a Prefeitura. O Pará e a Bahia, governados pelo PT; o
Rio, pelo PMDB, apoiado pelo PT; Minas Gerais, pelo PSDB, e todos
os outros Estados da Federação, independentemente de partido,
estão em situação de calamidade no que diz respeito à saúde. Não
adianta dizer que é este ou aquele Estado, pois todos estão
sofrendo. E o governo federal finge que não é com ele e que não
tem responsabilidade com os brasileiros. Sobra dinheiro para
mandar para o FMI, para viajar para o exterior, para promover Copa
do Mundo e para não sei mais o quê. E a saúde? E o dinheiro para
investir em segurança pública não chega, não vem. Dizem: “Ah, mas
o governo manda uma parte para pagar a tabela do SUS”. O governo,
quando era Oposição, criticou tanto essa tabela, que está defasada
e que tem feito com que os hospitais fujam do SUS e considerem os
seus pacientes indesejáveis. Isso é terrível. O paciente do SUS
não pode ser considerado indesejável, pois é um ser humano, que
tem de ser tratado com dignidade e com respeito. Mas tem de haver
uma tabela que remunere com dignidade e com respeito. E não
fizeram a atualização dessa tabela que tanto criticaram antes. E
não permitem a votação da Emenda nº 29. Dizem: “Ah, é porque os
Governadores, ou os Prefeitos, não querem”. Está aqui o Secretário
Marcus Pestana, que fez mobilizações nesta Casa, que participou de
audiências públicas e que foi a Brasília fazer apelos. É preciso
regulamentar a Emenda nº 29, para que todos a apliquem,
especialmente o governo federal, que tem de investir mais em saúde
pública, para garantir o direito elementar do cidadão, que é ter
uma saúde digna. Estamos fazendo a nossa parte. Além do hospital
de Divinópolis, a que me referi, nesse fim de semana fui a Coronel
Fabriciano, governado pelo ex-colega Francisco Simões, do PT, pois
o Hospital Siderúrgica estava fechado. Com o apoio do governo do
Estado, conseguimos dinheiro para o seu custeio, além de dinheiro
para construir e equipar uma UTI, que já foi entregue e
inaugurada. O governo do Estado, além de dar o dinheiro para a
construção da UTI e além de ter o Prohosp, que já manda verba para
o hospital, suplementou com mais 1.500.000 convênios, para que o
hospital fosse reaberto e passasse a funcionar. Foram feitas
parcerias com o Prefeito Chico Simões, do PT, e com outros,
indiferentemente de partido. O governo do Estado mostrou-se
presente, mas o governo federal precisa compreender que os
mineiros, os baianos e os paraenses têm direito à assistência à
saúde. E é uma obrigação do governo federal investir na saúde
pública, para que seja, de fato, um direito de todo brasileiro.
Não se pode somente colocar cartazes para dizer qual é o direito
do cidadão. Esperamos que o cidadão tenha, de fato, direito a uma
saúde digna.