DEPUTADA ROSÂNGELA REIS (PV)
Discurso
Transcurso do Dia Internacional da Mulher.
Reunião
15ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 16/03/2010
Página 49, Coluna 3
Assunto CALENDÁRIO. MULHER.
Proposições citadas PLC 31 de 2007
Legislatura 16ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 16/03/2010
Página 49, Coluna 3
Assunto CALENDÁRIO. MULHER.
Proposições citadas PLC 31 de 2007
15ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª
LEGISLATURA, EM 11/3/2010
Palavras da Deputada Rosângela Reis
Exmo. Sr. Deputado Doutor Viana, que neste ato representa o
Deputado Alberto Pinto Coelho, Presidente da Assembleia
Legislativa, quero agradecer-lhes e parabenizá-los pelo trabalho
que vêm desempenhando nesta Casa. Vejo que têm um carinho especial
com todas as mulheres mineiras. Exmas. Sras. Elbe Brandão,
Secretária de Estado Extraordinária para o Desenvolvimento dos
Vales do Jequitinhonha e do Mucuri e do Norte de Minas, que
representa aqui o Governador Aécio Neves; Deputadas Ana Maria
Resende, Cecília Ferramenta, Gláucia Brandão e Maria Tereza Lara;
e Prefeitas Maria do Carmo Lara, de Betim, Marília Campos, de
Contagem, e Elisa Costa, minha amiga, de Governador Valadares.
Quero saudar a Vereadora Virgínia Scarpati, de Timóteo, em cuja
pessoa saúdo todas as Vereadoras aqui presentes; e especialmente a
nossa querida amiga Maria Lúcia Mendonça, que esteve nesta Casa
por um pequeno espaço de tempo e cativou a todos. Maria Lúcia
Mendonça, vejo que você, enquanto mulher, sofreu grande
discriminação no momento de confrontar e de fazer sua defesa na
Justiça. Saúdo também as ex-parlamentares Maria Olívia, que me
acolheu na Assembleia no momento em que precisei, a quem agradeço
ter-me acolhido, informado e estado aberta comigo, porque não
consegui em outro espaço as informações com as quais nos ajudou, e
muito; e Lúcia Pacífico, que também está presente. Saúdo a
Desembargadora Márcia Milanez, que está representando bem o Vale
do Aço no Tribunal de Justiça; e todas as homenageadas nesta
tarde, que representam as mulheres mineiras e são exemplo de
trabalho, dedicação e vida para todas as mulheres no dia a dia, no
trabalho e nos diversos espaços.
Este é um momento de comemoração, mas também de buscarmos e
lutarmos por uma igualdade de fato, não por sermos iguais como
pessoa física, mas para sermos iguais nos direitos e na busca da
democracia. Quero saudar a todos os homens que estão participando
desta homenagem, aos Deputados que nestes dias fizeram uso da
tribuna homenageando as mulheres e que, nos rincões dos 853
Municípios, têm contribuído para que o desenvolvimento do nosso
Estado e do nosso país seja mais igualitário e menos
discriminatório. A cada 8 de março o mundo celebra as mulheres e
suas conquistas. Esse dia tem sido, há 150 anos, um marco da luta
feminina por direitos e reconhecimento. Não obstante tenha-se
passado tanto tempo, a data continua sendo fundamental, já que
muito ainda precisa ser percorrido na estrada rumo a uma sociedade
mais justa e igualitária.
Na data de hoje, ao lançar o livro “Mulheres na Política: As
Representantes de Minas no Poder Legislativo”, a Assembleia de
Minas Gerais destaca um dos grandes desafios que ainda temos pela
frente: romper barreiras para maior participação da mulher na
política brasileira. A publicação ratifica o quão distantes ainda
nos encontramos da democracia. Ao longo de tantas eleições, os
mineiros elegeram apenas 28 mulheres para os Parlamentos estadual
e federal, somente 8 Deputadas Federais e 1 única Senadora, a
Deputada Júnia Marise. É claro que me sinto orgulhosa pelo fato de
mais de 66 mil mineiros terem me considerado capaz de representá-
los no Poder Legislativo, colocando-me, assim, de forma inusitada,
na história política de nosso Estado. Entretanto também não posso
deixar de considerar essa situação lamentável, pois não se trata
apenas de equiparar números, mas de garantir a democracia em um
país onde mais da metade da população economicamente ativa é
feminina. É claro que a representatividade deve estabelecer-se
sobretudo por meio da correspondência de ideais. Porém como
garantir o atendimento às necessidades e aos anseios femininos e
da população negra, por exemplo, em país onde dominam os homens,
os brancos e seus ideais? Embora as proposições e a atuação
política não dependam de gênero, posso garantir que as bancadas
femininas no Congresso, nas Assembleias Legislativas e nas Câmaras
Municipais têm dado fundamental apoio a todas as lutas em defesa
dos direitos da mulher e garantido muitas conquistas. Aqui, na
Assembleia, por exemplo, somos coautoras, com o Deputado Doutor
Rinaldo, do projeto de lei que aumenta de quatro para seis meses a
licença-maternidade das servidoras estaduais. Também é claro que
os diversos segmentos da sociedade não podem esperar que as
políticas públicas a eles direcionadas surjam sem que eles as
demandem. Uma das leis mais importantes e avançadas para tentar
combater problema gravíssimo e crônico, a violência doméstica e
familiar contra a mulher, é a Lei Maria da Penha, sancionada em
2006, que se originou de histórica mobilização feminina. Para que
ela seja efetivamente implementada, é preciso montar rede de
proteção, o que continuamos perseguindo; de minha parte, busquei
contribuir garantindo em lei a criação de vara especializada em
Ipatinga. Agora estamos batalhando para a instalação dessa vara.
Muitos são ainda os desafios em busca dos direitos da mulher, e
ressalto o combate às desigualdades salariais, a proteção da
mulher no mercado de trabalho, a melhoria nas condições de saúde
sexual e ampliação dos direitos das empregadas domésticas. A queda
da taxa de fecundidade e o aumento do nível de instrução foram
fatores preponderantes para a inserção da mulher no mercado de
trabalho e a elevação da sua renda. Mas, mesmo o número de
mulheres chefes de família tendo crescido 79% em 10 anos, passando
de 10,3 milhões, em 1996, para 18,5 milhões em 2006, a brasileira
continua subempregada e ganhando em média 28% a menos do que os
homens. São questões que devemos enfrentar de forma séria, com o
envolvimento de toda a sociedade. Mas hoje, além de lembrarmos
conquistas das mulheres e pontuarmos grandes desafios que ainda
temos pela frente, transformamos a reunião ordinária desta tarde
em reunião especial com outro objetivo não menos importante:
homenagear mulheres que, por sua vida e trabalho, têm dignificado
o nosso gênero e se tomaram, em Minas e nas regiões onde vivem,
exemplos para todos nós. Uma dessas mulheres, e eu gostaria que se
levantasse, é a empresária, pedagoga, jornalista e colunista
social no Vale do Aço, Cleucy Novais Afonso, para quem peço os
aplausos dos presentes.
Gostaria de, espontaneamente, falar de você, Cleucy, essa mulher
guerreira, forte, de fibra, que tem atuado nos diversos espaços da
comunicação, uma área de grande discriminação às mulheres, mas
você tem sido exemplo e rompido as barreiras. Não são os títulos,
caros presentes, que a meu ver mais dignificam essa mulher, que
conheço como profissional e amiga, e sim o seu permanente trabalho
pela valorização do ser humano, seja oferecendo oportunidades e
estendendo a mão a quem precisa, seja propagando talentos ou
destacando trabalhos e vidas valorosos. Você, que homenageia
tantas mulheres, hoje está sendo homenageada. Da mãe herdou o dom
de ajudar o próximo; do pai, ex-Prefeito de Lagoa Santa, o
interesse pela política. Mesmo trabalhando de 18 a 20 horas por
dia, Cleucy coloca, como destaques em sua vida, Deus e a família e
orgulha-se, com todo o direito e amor, de ter tido o papel de
maior destaque até aqui na formação dos filhos, Ana Cláudia e
Guilherme José. Parabéns Cleucy. Que você continue com esse
trabalho bonito que desenvolve por meio de palavras e ações no
nosso Vale do Aço! O nosso muito obrigado a você.
Outra mulher muito especial, que tem uma vida voltada para o
próximo, e para quem também peço o aplauso de todos neste momento,
é a advogada e conselheira da OAB de Minas Gerais Helena Geralda
Silva. Helena foi uma das fundadoras da OAB de Timóteo em 1996 e
tornou-se sua Presidente na penúltima gestão, encerrada no início
deste ano. A atuação dessa subseção da OAB foi fundamental para o
desenvolvimento da Comarca de Timóteo. A vida dessa mulher é
marcada por uma participação ativa em movimentos sociais e
religiosos que buscam a promoção da vida humana e a inclusão das
pessoas. Em grupos de jovens, na década de 80, atuou no
enfrentamento de questões, como o uso de drogas, prostituição e
gravidez precoce. Na década seguinte, desenvolveu um importante
trabalho voltado para a população carcerária nas Varas de Execução
Penal, junto à Pastoral Carcerária e aos conselhos da comunidade
das Comarcas de Coronel Fabriciano e Timóteo, contribuindo para
que uma população totalmente excluída tivesse acesso aos seus
direitos, como redução de pena, benefícios previdenciários e, em
algumas vezes, até a liberdade. Juntas, e com o apoio dos
Deputados desta Casa, conseguimos manter as Comarcas de Timóteo e
Coronel Fabriciano como entrâncias especiais em 2008, ao contrário
do que previa o Tribunal. Trata-se de uma vitória importante para
a região. Hoje, como Conselheira da OAB Estadual, Dra. Helena
poderá trabalhar ainda mais para o desenvolvimento das Comarcas do
Vale do Aço. Com certeza estarei ao seu lado, Dra. Helena, com o
mesmo objetivo. Parabéns! Na pessoa dessas grandes e lindas
mulheres, quero que sinta especialmente homenageada toda a
população feminina de Minas e do Vale do Aço, desde as
personalidades às mulheres anônimas, pois, com certeza, não estão
atreladas à notoriedade alguns dos mais preciosos dons da mulher:
a força, a sensibilidade e o pilar que representam dentro das suas
famílias. Que Deus as abençoe a cada dia. Muito obrigada a todos e
a todas.