DEPUTADO ADALCLEVER LOPES (PMDB)
Discurso
Comenta projeto de lei que dispõe sobre a criação de subsidiárias da
Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA. Comenta solicitação de
delegação legislativa enviada pelo Governador à Assembléia Legislativa.
Reunião
89ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 15ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 05/12/2006
Página 73, Coluna 1
Assunto SANEAMENTO BÁSICO. GOVERNADOR. (ALMG).
Proposições citadas PL 3374 de 2006
MSG 692 de 2006
PRE 3768 de 2006
Legislatura 15ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 05/12/2006
Página 73, Coluna 1
Assunto SANEAMENTO BÁSICO. GOVERNADOR. (ALMG).
Proposições citadas PL 3374 de 2006
MSG 692 de 2006
PRE 3768 de 2006
89ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª
LEGISLATURA, EM 28/11/2006
Palavras do Deputado Adalclever Lopes
O Deputado Adalclever Lopes - Sr. Presidente, Deputados e
Deputadas, povo mineiro, venho hoje a esta tribuna para dizer que,
estranhamente, vi chegar a esta Casa uma lei delegada, um dos
maiores absurdos, desrespeitando este Parlamento, com uma
justificativa que não dá para entender.
Na verdade, estamos discutindo também o projeto da Copasa. Só
agora, no segundo semestre, em cima da hora, chega a lei delegada.
De quem é o interesse? Será que é do povo mineiro, dos servidores,
deste Parlamento ou de alguns grupos econômicos? A qual grupo
econômico interessa isso?
Sr. Presidente, apresentamos-lhe um requerimento, visto que há
denúncias graves, segundo as quais alterar a composição orgânica
de algumas instituições é um ato que servirá a alguns interesses
econômicos. Portanto, de acordo com o art. 233, solicitamos seja
requisitada ao Presidente da Copasa umas informações. Em primeiro
lugar, queremos saber qual a corretora escolhida pela Copasa para
a primeira oferta pública de ações da referida empresa ocorrida na
Bolsa de Valores de São Paulo.
Sr. Presidente, senhoras e senhores parlamentares, em fevereiro
de 2006 foi captado o montante de R$813.000.000,00. Diante disso,
queremos saber ainda: qual foi a taxa de corretagem? Quem arcou
com o pagamento de tal taxa? Qual o critério utilizado na escolha
dessa corretora?
Por intermédio deste Parlamento, perguntaremos ao Presidente da
Copasa: quais são as corretoras que hoje operam com a venda das
ações da Copasa no mercado imobiliário? A qual grupo econômico
interessa isso? Das ações postas à venda desde 8/2/2006, qual
percentual se refere a ações nominativas e qual se refere a ações
preferenciais? Esse alerta tem de ser feito ao povo de Minas
Gerais. Qual a composição do capital votante da Copasa até esta
data? Qual é a previsão de divisão de dividendos do exercício
financeiro de 2006 relativamente às ações da Copasa? Sr.
Presidente, caros Deputados Antônio Júlio, Sebastião Helvécio,
Sávio Souza Cruz, Rogério Correia, André Quintão e Jô Moraes, nós,
da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, temos a atribuição
primordial de fiscalizar os atos da administração. A Copasa,
controlada pelo governo do Estado, é entidade da administração
pública indireta. Logo, está também sujeita à fiscalização desta
Casa. Portanto, nós, mineiros, temos de saber o que eles querem
fazer com essa lei delegada. Estamos passando por um momento
importante e devemos prestar muita atenção no que está
acontecendo. É, no mínimo, estranha e apressada a conclusão de se
discutir essa questão nos últimos dias, visto que, no dia 20,
entraremos em recesso. Ora, temos de discutir, em nível nacional,
as reformas política e da Previdência. Aliás, temos de fiscalizar
também a nossa Previdência, para que não aconteça o mesmo com ela.
É nossa obrigação fiscalizar a nossa previdência. A partir de
hoje, este Parlamento não pode “agachar-se” novamente, tirar
férias e deixar que o Executivo resolva a vida do povo mineiro da
forma como quer, com dois ou três Deputados. Precisamos mostrar ao
povo de Minas que, por meio de discussão no Parlamento, o povo faz-
se representar e que essa lei delegada é um dos maiores absurdos.
Querido povo mineiro, volto a afirmar que, debaixo desse tutu,
tem lingüiça. Há algo errado nessa lei delegada. Por que não
discutir com o Parlamento interesses de grupos econômicos? Temos
de analisar essa questão com muito cuidado e atenção. Espero que o
povo mineiro nos ajude a fiscalizar todos os parlamentares que
estão na sua base, para que, novamente, grupos econômicos
interessados em ganhar vantagens no mercado de ações não venham a
comprar nossa Copasa. Obrigado.