DEPUTADO JOÃO LEITE (PSB)
Declaração de Voto
Comenta a forma como alguns Deputados tentam aprovar emendas a projetos
de lei sem seguir o rito do Regimento Interno. Declaração de voto
contrário ao projeto de lei, de autoria do Deputado Doutor Viana, que dá
a denominação de vencimento básico complementar às parcelas emuneratórias
pagas, a título de vantagem pessoal, aos ex-funcionários da extinta
MinasCaixa.
Reunião
288ª reunião EXTRAORDINÁRIA
Legislatura 14ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/12/2002
Página 64, Coluna 4
Assunto DEPUTADO ESTADUAL. (ALMG). REGIMENTO INTERNO. EXECUTIVO. PESSOAL.
Proposições citadas PL 1945 de 2002
Legislatura 14ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 21/12/2002
Página 64, Coluna 4
Assunto DEPUTADO ESTADUAL. (ALMG). REGIMENTO INTERNO. EXECUTIVO. PESSOAL.
Proposições citadas PL 1945 de 2002
288ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
14ª LEGISLATURA, EM 17/12/2002
Palavras do Deputado João Leite
O Deputado João Leite - Tivemos oportunidade, por delegação do
Líder da minha bancada, Deputado Miguel Martini, de participar da
reunião de Líderes que definiu a pauta de votação. Votamos vários
projetos que foram objeto de acordo nessa pauta. Um dos projetos
que havia sido discutido e não estava na pauta era justamente esse
do Deputado Doutor Viana, que tratava dos créditos da MinasCaixa.
Na pauta de votação da manhã, não havia projeto que não tivesse
sido discutido na reunião do Colégio de Líderes. O projeto do
Deputado Doutor Viana estava na pauta com uma emenda já discutida
em 1º e 2º turnos nas comissões. O que nos causou espanto foi
vermos aprovadas, além dessa emenda já discutida, duas outras
emendas, que não passaram pela discussão nas comissões no 1º ou no
2º turno.
Tive oportunidade de ver o documento de apresentação das duas
emendas, e o Líder do meu partido não assinou o acordo para
apresentação dessas emendas. O Deputado Miguel Martini não tinha
conhecimento e, portanto, não poderia informar à Bancada do PSB
que existiam mais duas emendas nem qual seria o teor delas.
Entendemos que a democracia exige um rito, demanda tempo,
transparência; deve-se discutir as coisas. Alguns não gostam.
Querem ganhar no grito, impondo, apresentando emenda de último
momento, de 2º turno. É bom que todos os que estejam nos vendo em
Minas Gerais tenham conhecimento de que é assim que deve acontecer
na democracia. Uma emenda é apresentada, discutida nas comissões,
e os segmentos da sociedade que têm interesse no tema podem ser
ouvidos em audiência pública. Mas aqueles que têm dificuldade com
a democracia querem resolver tudo no grito.
Alguns podem até estar de acordo com o conteúdo, mas não estão de
acordo com a forma. Democracia também pressupõe que a minoria deve
ter direito à fala, à expressão. É isso que fizemos. Às vezes,
alguns querem calar a voz da minoria no grito. Historicamente, não
dá certo. Temos uma Declaração Universal dos Direitos do Homem que
diz que todo cidadão tem direito de se manifestar. Ninguém vai
impedir a manifestação de ninguém nem que uma pessoa fale.
Votamos, recentemente, um código de ética. Não é possível
convivermos na Assembléia com gritos, berros, ameaças, parecendo
que vai acontecer uma agressão no Plenário. Não vai e não pode
acontecer. Democracia não é isso.
Não tenho a honra, mas gostaria de ser servidor público estadual
ou municipal, mas não o sou. Portanto, não serei beneficiado por
esse apostilamento proposto em 2º turno, sem termos tido a
oportunidade de discuti-lo.
Por isso, votamos contrariamente, mesmo sabendo que, de acordo
com o Regimento Interno, na redação final não se permite a
discussão do mérito da proposição. Não tivemos a oportunidade de
nos manifestar porque não nos foi dada liberdade de conhecer a
matéria que seria votada. A matéria que estava na pauta da
Assembléia Legislativa não previa a votação dessas duas emendas.