DEPUTADO BILAC PINTO (PFL)
Discurso
Comenta o tema : "Balanço Energético Estadual, Tendências Tecnológicas e
Comercialização de Energia."
Reunião
149ª reunião ESPECIAL
Legislatura 14ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/11/2001
Página 50, Coluna 3
Evento Fórum Técnico: "Alternativas Energéticas."
Assunto ENERGIA.
Legislatura 14ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/11/2001
Página 50, Coluna 3
Evento Fórum Técnico: "Alternativas Energéticas."
Assunto ENERGIA.
149ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª
LEGISLATURA, EM 19/10/2001
Palavras do Deputado Bilac Pinto
Desde os primórdios da história do homem, a busca por energia é
uma constante em todas as civilizações. O domínio do fogo foi uma
das grandes conquistas da humanidade. Foi por meio do
desenvolvimento da técnica de produção de energia que o homem teve
a capacidade de fazer funcionar máquinas, navios, trens e
automóveis, primeiramente movidos a vapor, depois a petróleo,
energia elétrica e gases especiais. A conquista definitiva foi o
domínio do átomo, poderosa fonte geradora de energia, mas de
complicadíssima aplicação e armazenamento.
Por isso as chamadas fontes de energia limpa, eólica e solar,
começam a ganhar força junto aos empresários e aos governos,
devido à grave crise de energia por que passa o País. Gases de
topo, ou energia gerada por meio do aproveitamento dos gases
poluentes das fábricas.
Por incompetência do Governo Federal, não há energia elétrica
suficiente, o que vem obrigando os brasileiros a agir de forma
solidária e inteligente. A crise existe, mas pode ser superada,
usando-se os recursos disponíveis no País e até energia que é,
literalmente, jogada fora.
Por exemplo: no momento em que o Governo Federal estudava a
implantação do racionamento de energia elétrica em vários Estados
das Regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e parte do Nordeste, devido
ao baixo nível das barragens das principais hidrelétricas do País,
em Minas, discutíamos mais uma solução para o grave problema
energético nacional.
Comissão de Sete Lagoas na CEMIG: no dia 4 de abril, liderados
por mim, uma comissão de Vereadores e dirigentes da Secretaria
Municipal do Meio Ambiente entregou ao Diretor de Distribuição da
CEMIG, Aloísio Vasconcelos, uma proposta de conversão em energia
elétrica dos gases emitidos pelos altos-fornos das usinas
siderúrgicas.
Segundo estudos preliminares, o monóxido de carbono sai dos altos-
fornos a altíssima temperatura, e esse calor, que hoje é
desperdiçado e contribui para aumentar a poluição atmosférica,
pode ser convertido em energia elétrica para movimentar máquinas e
produzir iluminação. Se as 35 usinas de gusa da cidade forem
adaptadas pela CEMIG, a geração de eletricidade pode atingir
70mW/mês. Para se ter uma idéia da importância desse
aproveitamento, a produção de energia usando gases de topo seria
suficiente para atender toda a cidade de Sete Lagoas, que hoje
consome cerca de 38 mW/mês.
Gases de topo já em uso: tenho informações de que experiência
neste sentido já está em curso na cidade de Ribas do Rio Pardo,
distante 90 km de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde a
companhia siderúrgica Sidersul gera energia elétrica de seus altos-
fornos. Há experiência idêntica na Alemanha.
Financiamento e produção de energia nova: segundo estudos da
CEMIG, de um modo geral, uma fonte é considerada viável quando
permite produzir energia na quantidade necessária para manter
constância no abastecimento; seu custo de produção é compatível
com os benefícios que proporciona; os riscos para o meio ambiente
são inexistentes ou pequenos, podendo ser controlados e
monitorados. Quando a fonte conjuga esses fatores, diz-se que é
capaz de oferecer “energia firme”.
No caso da energia de gases de topo, muitos desses fatores
ocorrem, tanto que a CEMIG respondeu positivamente a nossa
consulta. Podemos ressaltar que não existe entraves na legislação
para a entrada no mercado de novas empresas - devemos lembrar que
a geração seria em parceria com a CEMIG, como, recentemente, houve
o caso de Porto Estrela, onde a Vale do Rio Doce e a COTEMINAS se
juntaram para esse importante consórcio.
Os investimentos seriam em torno de US$42.000.000,00 ou
US$1.200.000,00 por alto-forno no caso de Sete Lagoas, onde
existem 35 usinas. Se se formar um consórcio, certamente, os
custos cairão consideravelmente. Os investimentos voltariam para a
cidade, com a manutenção de centenas de empregos diretos.
Fiz esse preâmbulo para demonstrar que, neste fórum, conduzido
pela Assembléia, numerosas foram as contribuições que nós,
Deputados, trouxemos. No caso deste painel, trataremos dos
financiamentos dos projetos, como, por exemplo, o que estamos
tentando viabilizar na cidade de Sete Lagoas.