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Política & Ativismo Cultural - 2° Bloco

25/04/2018

"Meu corpo é político", comentou a grafiteira Tainá Lima, mais conhecida como Criola. Ela mineira, de Belo Horizonte, formada em design de moda na UFMG e hoje vive do Grafite. "Minha arte é feita em honra aos que vieram antes de mim e foram privados de liberdade", comenta. Menina da comunidade do Morro São Lucas, estudou em uma unidade da rede particular, graças a uma bolsa. Lá sofreu constrangimentos, escutou provocações enviesadas, como "vá pentear seu cabelo", "seu cabelo é ruim", mas seguiu em frente. Adolescente entrou para o movimento hip hop. E para ela, "a cultura surge como ativadora de processos emergentes na disputa por direitos civis, políticos, sociais, econômicos e ambientais". Durante o programa, o entrevistado Kdu dos Anjos, nascido no Bairro Santa Efigênia, conta que se mudou para a Vila Cafezal, aos seis anos. "Comecei a cantar rap com 14 em Oficinas lá na comunidade", recorda o artista, cuja estreia ocorreu em uma igreja batista. Filho de pai taxista e mãe confeiteira, Kdu é um misto de empreendedor, funkeiro, dançarino, compositor, ator, costureiro, mas, acima de um tudo, um ativista cultural nato. Criador dos projetos sociais Fica Vivo e Jovens Com Uma Missão (Jocum), Kdu também é membro do grupo teatral Giramundo. E criador do projeto Là da Favelinha. "A capital mineira abriga o 2º maior conjunto de aglomerados e favelas da América Latina, o Aglomerado da Serra, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. É lá que nasceu o Centro Cultural Lá da Favelinha. Um espaço que atua na transformação desse cenário. "Sempre que alguém da área pergunta de onde você é, a gente acostumou a dizer `lá da favelinha´. É uma identificação, todo mundo conhece e isso deu nome e vida ao centro cultural. O mais importante aqui é o sentimento de pertencimento, de poder fazer", desembola Kdu. Para Kdu dos Anjos, "a ótica do ativista cultural não é a de seu sucesso pessoal. Impõe-se o coletivismo, o solidarismo, ou seja, tudo aquilo que venha a funcionar, como fomentador do processo de caldeamento cultural. E a regra é "pegar e fazer!".