Situação de greve na Fhemig mobiliza comissão do Trabalho
Trabalhadores não concordam com proposta do governo de transformar hospitais da rede em organizações sociais.
17/02/2020 - 17:30Integrantes da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) reúnem-se em audiência pública, nesta terça-feira (18/2/20), a partir das 15 horas, no Auditório José Alencar, em busca de uma solução para o impasse entre o Governo do Estado e os trabalhadores da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), que deflagraram greve na última semana.
O requerimento para a audiência é do presidente da comissão, deputado Celinho Sintrocel (PCdoB), juntamente com as deputadas Beatriz Cerqueira (PT) e Andréia de Jesus (Psol), mais o deputado Betão (PT). A comissão quer discutir, com representantes da categoria e do Executivo, a situação dos trabalhadores, diante do processo de reestruturação da rede e de precarização dos hospitais.
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Entre outras reivindicações, que envolvem o pagamento do 13º salário e melhoria das condições de trabalho, os servidores da Fhemig protestam contra a intenção anunciada pelo governador Romeu Zema de ceder a administração do hospitais da fundação para organizações sociais (OS). O assunto é objeto da Lei 23.081, de 2018, que dispõe sobre o Programa de Descentralização da Execução de Serviços para as Entidades do Terceiro Setor. O tema é polêmico e também já foi discutido pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em outubro do ano passado.
Alguns hospitais da rede já estão com o atendimento reduzido, por causa da paralisação. De acordo com representantes da Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais do Estado de Minas Gerais (Asthemg/Sindpros), a greve já tem adesão de funcionários do Hospital de Pronto Socorro João XXIII, Hospital Maria Amélia Lins, Maternidade Odete Valadares, Hospital Galba Veloso e Hospital Júlia Kubitschek.
“Os trabalhadores da saúde precisam ser ouvidos, privatizar a saúde pública não é a saída. Em outros estados, como São Paulo, o modelo proposto pelo governo de Minas para a rede Fhemig resultou na demissão de funcionários e no aumento do custo na saúde”, informou o deputado Betão, que já trouxe a discussão à ALMG, numa das audiências públicas sobre o Hospital João Penido, de Juiz de Fora (Zona da Mata), que também integra a rede.
Para a reunião desta terça-feira, foram convidados o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Otto Alexandre Levy Reis; o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral; o presidente da Fhemig, Fábio Baccheretti, além de representantes dos médicos e dos demais servidores da rede.