Moradores do Bairro Citrolândia, em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), correm o risco de estar consumindo água contaminada pelos rejeitos da barragem da Vale, em Brumadinho, que se rompeu em janeiro deste ano. A qualidade da água pode estar comprometida, uma vez que o abastecimento da região é feito através do sistema de captação do Rio Paraopeba, afetado pelo rompimento.

Para debater o problema, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) promove audiência pública nesta terça-feira (19/11/19), às 19 horas, a requerimento da deputada Beatriz Cerqueira (PT). A reunião será no Salão Santa Virgínia, à Rua Miguel Pereira, 110, Bairro Colônia Santa Isabel, em Betim. Outras duas audiências da comissão, nesta semana, também vão tratar dos impactos do rompimento da barragem.

Contaminação – Pouco depois da tragédia na mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, surgiram as primeiras suspeitas de que a água fornecida ao bairro Citrolândia, em Betim, oriunda do rio Paraopeba, estaria contaminada. Moradores começaram a perceber alteração no gosto da água, conforme denunciaram em audiência pública da comissão, realizada no dia 20 de março, menos de dois meses após a tragédia.

Na ocasião, representantes das Defensorias Públicas Federal e Estadual, do Ministério Público Federal (MPF) e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) acusaram a mineradora Vale de procrastinar o pagamento de auxílios mensais aos atingidos e de iludir famílias, de maneira a fazê-las consumir uma água que pode estar contaminada.

Segundo a defensora pública estadual Carolina Morishita Ferreira, funcionários da Vale teriam visitado o bairro Citrolândia logo após a ocorrência, assegurando, mesmo sem garantias, que a água disponível estaria própria para consumo. “Essas pessoas, em sua simplicidade, falavam para o funcionário beber a água, para ele ver como o gosto estava estranho”, relatou, na época, a defensora.

Autoridades locais e lideranças comunitárias, bem como representantes da mineradora Vale foram convidados para a reunião. Já confirmaram presença o presidente da Câmara Municipal de Betim, vereador Kléber Eduardo de Sousa Rezende, o representante da Diretoria de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Betim, Raimundo Loyola Júnior e integrantes MAB.

Debate será realizado também em Mário Campos

As consequências do rompimento da Barragem em Brumadinho serão discutidos em outras duas audiências públicas da Comissão de Direitos Humanos, ambas, novamente, a requerimento da deputada Beatriz Cerqueira.

Na quarta-feira (20/11/19), a comissão vai a Mário Campos, na Região Central, para debater os impactos no município. A reunião será às 19 horas, na Câmara Municipal (Av. Petrina Augusta de Jesus, 100, Vila São Tarcísio).

Entre as presenças já confirmadas está a de Nery Alves Ribeiro, representante dos produtores rurais da região de Tangará e da Comissão dos Impactos Ambientais de Mário Campos. Também são aguardados membros do Ministério Público e da Defensoria Pública, além de autoridades locais.

Já na quinta-feira (21/11/19), às 9h30, a comissão recebe convidados na ALMG, no Espaço José Aparecido de Oliveira, para discutir, de forma mais ampla, os impactos ambientais, sociais e econômicos, bem como as violações de direitos humanos, nos municípios da Bacia do Rio Paraopeba.

Acompanhe essa reunião ao vivo e participe do debate, enviando dúvidas e comentários.

Já estão confirmadas as presenças do procurador Regional dos Direitos do Cidadão da Procuradoria da República de Minas Gerais, Helder Magno da Silva, e da assessora da Secretaria de Estado Adjunta de Planejamento e Gestão Gerlainne Cristine Diniz Romero.

Consulte a lista completa de convidados para as reuniões de terça (19), quarta (20) e quinta-feira (21).