Antonio Carlos Arantes se mostrou alarmado com violência no Sul de Minas
Deputado Sargento Rodrigues acusou o governo de fazer campanha eleitoral disfarçada
Falhas do governo são evidentes em todas as áreas, para o deputado João Leite
Bonifácio Mourão disse que o setor da saúde sofre com calote bilionário do Estado.

Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 25/4/2018

Deputados criticaram o Governo do Estado por precariedades nas áreas da segurança, educação e saúde.

25/04/2018 - 17:30

Assalto a bancos
Mais um arrombamento de agência bancária no município de Jacuí, no Sul de Minas, na madrugada desta quarta-feira (25), levou o deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) a lamentar a falta de segurança no interior do Estado, durante seu pronunciamento em Plenário. “O Estado está à mercê desses bandidos”, declarou o parlamentar. Desde 2012, já foram oito ataques a agências bancárias, apenas em Jacuí, incluindo arrombamentos, explosões e assaltos com reféns. “Minas não está muito diferente do Rio de Janeiro”, afirmou Antonio Carlos Arantes, referindo-se à situação do estado vizinho, que está sob intervenção federal. O deputado disse suspeitar que algumas regiões do Sul de Minas se tornaram base de criminosos paulistas, vinculados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele lembrou que os carros utilizados em um recente assalto no município de Passos (Sul de Minas) tinham placas de Hortolândia, município próximo a Campinas, no Estado de São Paulo.

 

Fóruns regionais
O deputado Sargento Rodrigues (PDT) criticou a iniciativa do Governo do Estado de iniciar, esta semana, os Fóruns Regionais no interior do Estado. Em sua avaliação, é falso o objetivo de realizar esses eventos para ouvir sugestões da população para elaboração de políticas públicas. “É uma farra com o dinheiro público, no momento em que está faltando merenda nas escolas estaduais. Isso é campanha disfarçada”, acusou o parlamentar. Para ele, esse gasto é descabido, levando em conta a situação precária da segurança, da saúde e da educação no Estado. Ele lembrou que, enquanto avançam os assaltos a banco no interior de Minas, no chamado “novo cangaço”, o governador já trocou seis vezes o chefe da Polícia Civil. Em apartes, os deputados Coronel Piccinini (PSB) e Bonifácio Mourão (PSDB) também condenaram o desempenho administrativo do governo estadual, principalmente nas áreas de segurança e saúde.

 

Saúde
O deputado João Leite (PSDB) disse que é desnecessário o Governo do Estado realizar os Fóruns Regionais para descobrir quais são as necessidades da população, tendo em vista que se tornam evidentes as carências nos mais diversos setores. Ele destacou, entre outras, a área da saúde. “Os hospitais estão fechando”, exclamou. Em aparte, o deputado Arlen Santiago (PTB) reforçou a fala do colega. “Os hospitais já têm quase R$ 1 bilhão para receber do governo Fernando Pimentel”, criticou o parlamentar, relatando reunião realizada pela Comissão de Saúde. Ele acrescentou que os representantes dos hospitais planejam recorrer ao Ministério Público e ao Judiciário para cobrar essa dívida. O deputado João Leite, por sua vez, também criticou a insegurança no interior de Minas, a falta de merenda escolar e a demissão de agentes penitenciários, que teria levado a fugas na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

 

Piso da Educação
O deputado Bonifácio Mourão (PSDB) disse que a oposição na Assembleia mineira pretende apresentar uma emenda parlamentar à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 49/18, do deputado Rogério Correia (PT) e outros, para que o atual governo seja obrigado a pagar o piso nacional da educação. A PEC 49/18 inclui no texto constitucional a obrigatoriedade de o Estado respeitar esse piso, mas o deputado Mourão avalia que isso não garante em nada que o atual governo cumpra esse compromisso, tendo em vista que prometeu o mesmo durante a campanha eleitoral e não vem fazendo. O deputado também lamentou a situação da saúde, relatando que o Estado deixou R$ 3,5 bilhões de restos a pagar na área da saúde, relativos ao ano de 2017. Ele comparou o valor com a dívida registrada no ano de 2009, quando estava em R$ 300 milhões. “Esse governo não tem nenhum compromisso com o que falou em sua campanha”, avaliou Bonifácio Mourão.


Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.