Segundo informação de sindicalista, foram 360 demissões em Nova Lima e região, entre janeiro e março de 2018
Marcelino Edwirges disse que a AngloGold foi responsável por 181 dos 360 desligamentos

ALMG atuará contra demissões no setor da mineração

Comissão do Trabalho e sindicatos buscarão mediação do Ministério Público do Trabalho para suspender desligamentos.

04/04/2018 - 16:45

A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) apoiará os sindicatos de trabalhadores do setor de mineração na busca de uma suspensão das centenas de demissões que atingiram a categoria desde o início de 2018. O apoio foi oferecido pelo presidente da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social, deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (4/4/18) para discutir a questão.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Extração de Ouro e Metais Preciosos de Nova Lima e Região, Marcelino Antônio Edwirges, foram 360 demissões entre janeiro e março de 2018.

A categoria incluía 5 mil trabalhadores nos sete municípios onde atua o sindicato. Essas demissões, portanto, acarretam um corte de mais de 7% no número total de trabalhadores que atuam na produção de ouro e metais preciosos nessa região.

Após ouvir os representantes sindicais, o deputado Celinho do Sinttrocel recomendou que os sindicatos busquem a mediação do Ministério Público do Trabalho, com o apoio da comissão parlamentar, com o objetivo de conseguir um termo de ajustamento de conduta (TAC) que suspenda as demissões e abra negociações com as empresas.

AngloGold demitiu 181 trabalhadores

A empresa que realizou o maior número de demissões foi a AngloGold Ashanti, que atua em Nova Lima e Sabará (Região Metropolitana de Belo Horizonte), além de Santa Bárbara (Região Central do Estado). Também realizaram cortes a Jaguar Mining Inc. e sua subsidiária, a Msol, que atuam em Caeté (RMBH). As mineradoras não enviaram representantes à reunião.

De acordo com Marcelino Edwirges, a AngloGold foi responsável por 181 dos 360 desligamentos ocorridos desde janeiro nos municípios de Nova Lima, Sabará, Caeté, Conceição do Pará (Centro-Oeste de Minas), Rio Acima (RMBH), Itabirito e Pitangui (ambos na Região Central do Estado), que formam a base territorial de seu sindicato.

O deputado Celinho do Sinttrocel criticou as alegações das empresas, de que as demissões são uma consequência da elevação dos custos de produção. “Disseram que a recente reforma trabalhista geraria empregos e estamos vendo o contrário”, afirmou o parlamentar. Ele considera que as empresas precisam abrir negociações e verificar alternativas, tais como a flexibilização das condições de contratação, a fim de evitar o extremo das demissões.

Reforma trabalhista - Assim como Marcelino Edwirges, o presidente da Federação dos Trabalhadores da Indústria Extrativa de Minas Gerais (CNTI-MG), José Maria Soares, também se queixou da fragilidade em que a recente reforma trabalhista deixou os sindicatos, dificultando ainda mais a reação a essas demissões.

O vereador Nilo Teixeira Filho, de Caeté, criticou a inação e a ausência de representantes de prefeituras de Sabará e Nova Lima nessa mobilização contra as demissões. Marcelino Edwirges afirmou que, apesar de continuarem arrecadando com a atividade dessas empresas, as prefeituras perdem da mesma forma, uma vez que as demissões reduzem o volume de recursos que circulam nesses municípios.

Consulte o resultado da reunião.