Oradores – Reunião Ordinária de Plenário de 1º/2/18
Críticas ao Governo de Minas predominam, apesar de um deputado petista ter defendido candidatura de Lula à Presidência.
01/02/2018 - 20:14 - Atualizado em 02/02/2018 - 12:00Democracia falha
A notícia publicada pela revista The Economist de que o Brasil regrediu no Índice Global de Democracia foi repercutida pelo deputado Rogério Correia (PT). Ele divulgou que o País caiu para a 49ª posição no ranking. “Nos governos petistas, o Brasil era porta-voz dos emergentes no Brics e tornou-se a quinta economia do mundo. Um país que avançava, após sair do Mapa da Fome, sendo festejado na ONU (Organização das Nações Unidas) e na FAO", referindo-se ao braço da organização que trabalha no combate à fome e à pobreza. "Após o golpe, o Brasil segue ladeira abaixo”, lamentou. Ele reforçou o pessimismo afirmando que, depois do golpe contra a presidente Dilma Rousseff, o novo governo adota uma agenda que inclui a entrega dos recursos nacionais, por meio da privatização; o desmanche do estado, com as reformas trabalhista e da previdência; e a retirada dos programas sociais. Para barrar esse movimento, o deputado propôs a candidatura de Lula para presidente. “Vamos adotar um programa que anule os atos impopulares de Temer”, concluiu.
Agentes socioeducativos
Numa linha crítica ao governador Fernando Pimentel, o deputado João Leite (PSDB) discordou do veto à proposição de lei que permite o porte de arma para agentes socioeducativos. “Este governo não respeita ninguém; acha que os agentes podem ir para a rua de peito aberto, sem qualquer defesa”, condenou. Dirigindo-se aos membros dessa categoria presentes nas galerias, ele disse que os deputados devem rejeitar o veto do governador, sendo logo aplaudido. João Leite também criticou a fala do secretário de Estado de Governo, Odair Cunha, que, na reunião de reabertura dos trabalhos na ALMG nesta quinta (1º), teria atacado a oposição. Segundo o parlamentar, a gestão petista usa como pretexto a chamada “herança maldita” de governos tucanos para justificar o atual caos. “Essa herança não é nossa; é dos 13 anos do petismo no País”, apontou ele, acrescentando que Minas Gerais terá que trabalhar muito para se recuperar do “estrago monumental” promovido pelo PT no poder.
IPSM
O deputado Sargento Rodrigues (PDT) disse que a oposição ficou indignada com a fala de Odair Cunha na reunião solene. O deputado questionou a atitude do atual governo, que apesar de encontrar o Estado com deficit de R$ 7 bilhões, criou mais secretarias e ampliou gastos com propaganda. “Este (des)governo estragou Minas Gerais. Os prefeitos estão desesperados, pois não recebem os recursos devidos pelo Estado no IPVA, transporte escolar e saúde”, criticou. Por último, lastimou o atraso de cinco meses nas contribuições do governo ao Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM), o que tem provocado o descredenciamento de hospitais e profissionais de saúde. Como providências, Sargento Rodrigues informou que a Comissão de Segurança Pública vai visitar o IPSM e, logo após, realizar protesto exigindo os repasses. Além disso, ele propôs a instauração de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar essas irregularidades.
Norte de Minas
Para o deputado Arlen Santiago (PTB), não deve ser cumprida a promessa de Fernando Pimentel de construir uma ponte de 1 km atravessando o Rio São Francisco, entre as cidades de São Francisco e Pintópolis, no Norte de Minas. "Só agora saiu o edital e, ainda assim, feito para desclassificar empresas, com o governo criando uma grande desculpa para não fazer a obra", afirmou. "A gestão petista não fez nenhuma estrada asfaltada na região e também não vai fazer a ponte!", duvidou. Em contrapartida, de acordo com o parlamentar, no governo anterior, centenas de estradas foram asfaltadas. Arlen Santiago divulgou ainda que prefeitos de vários municípios estão se mobilizando para ir nesta sexta (2) à Cidade Administrativa, em protesto contra os atrasos nos repasses na saúde, no ICMS e no IPVA. E advertiu que uma força-tarefa do governo estaria pressionando presidentes de associações regionais para que não promovam a manifestação.