Participantes da audiência relataram defasagem de trabalhadores da área frente ao aumento da população carcerária
Parlamentares ressaltaram trabalho desenvolvido pelos agentes contratados

Agentes penitenciários defendem manutenção de contratos

Comissão de Segurança Pública recebeu esses profissionais nesta terça (20); eles reivindicam ainda novo concurso.

20/06/2017 - 13:44 - Atualizado em 20/06/2017 - 14:46

Dezenas de agentes penitenciários e socioeducativos foram recebidos, nesta terça-feira (20/6/17), em reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir a possível extinção dos seus contratos temporários e a nomeação de aprovados em concurso público. Como solução para a questão, eles defenderam a manutenção dos contratos até que um novo concurso público seja realizado.

O agente socioeducativo de Belo Horizonte e membro do Sindicato dos Agentes Socioeducativos, Rômulo Assis, afirmou que as mais de 800 vagas abertas no concurso público da categoria não foram completadas. Agregado a isso, ele disse que já existe no sistema uma defasagem de cerca de 1.300 agentes.

“Como vamos fechar essa conta? A carga horária já é pesada e, sem recursos humanos, como vamos fazer? O número de agentes que sai é maior que o número que entra”, afirmou. Nesse sentido, Assis defendeu que as demissões não aconteçam enquanto não for resolvida a possibilidade de um novo concurso público.

Reforçando o mesmo posicionamento, o agente penitenciário de Manhuaçu (Zona da Mata), Márcio José do Nascimento, pediu respeito à categoria e lembrou que o sistema prisional do Estado é considerado um dos melhores. “Mas se deixarmos a peteca cair hoje, infelizmente eu não posso responder o que será do futuro do sistema”, disse o agente, que também defendeu a renovação dos contratos até a resolução de um próximo concurso. Ele também agradeceu o apoio dos agentes concursados à causa.

Integração - O agente penitenciário de Vespasiano (Região Metropolitana de Belo Horizonte), Wellington Soares, reforçou que o objetivo da categoria é a não demissão dos agentes cujos contratos vencem nos próximos meses. "O sistema, hoje, é o que é graças aos agentes contratados que iniciaram o trabalho”, disse.

A manutenção dos contratos temporários e a integração no sistema prisional entre concursados e contratados até a realização de um novo concurso também foi defendida por outros representantes da categoria que participaram do debate.

Deputados apoiam permanência de agentes contratados

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) considerou inadmissível o que ele chamou de descarte de agentes contratados que estão atualmente na ativa. O parlamentar ainda completou que a manutenção dos contratados não interfere na nomeação dos concursados, que também é defendida por ele, uma vez que há uma sobrecarga de trabalho em virtude do aumento da população carcerária. “Se fizer a demissão agora de 2 mil agentes de uma vez só, quem vai sofrer são os efetivos, pois haverá sobrecarga para eles e também para os contratados que permanecerem”, disse.

Ao fim da reunião, o deputado apresentou um requerimento assinado por ele e outros parlamentares, pedindo a tramitação em caráter de urgência do Projeto de Lei (PL) 4.249/17, do deputado Cristiano Silveira (PT), que admite a contratação temporária em função da calamidade financeira do Estado. Acredita-se que a proposição possa beneficiar os agentes penitenciários, embora não seja direcionada especificamente a eles.

O deputado Lafayette de Andrada (PSD) lembrou que conviveu com o problema vivido pelos agentes na época em que foi secretário de Estado de Defesa Social. “A situação do sistema prisional hoje permite a absorção de novos agentes concursados sem a necessidade de demissão de contratados. Não só pela quantidade, mas pela experiência dos agentes na função”, disse.

O deputado Missionário Márcio Santiago (PR) também apoiou a causa da categoria e ratificou a cobrança pela realização de um novo concurso público. “Sabemos da situação do sistema prisional e a solução não é demitir os agentes contratados”, disse.

O deputado Léo Portela (PRB) defendeu mais dignidade em todo o sistema e disse que os agentes penitenciários trazem eficiência à área de segurança.

Consulte o resultado da reunião.