Oradores - Reunião Ordinária de Plenário de 23/3/17
Deputados repudiam projeto de terceirização total do trabalho, aprovado na última quarta (22), na Câmara dos Deputados.
23/03/2017 - 16:09Terceirização I
A aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto que permite a terceirização do trabalho em todas as funções das empresas, mereceu fortes críticas do deputado Geraldo Pimenta (PCdoB). Para o parlamentar, a medida é um duro golpe contra os trabalhadores. Ele apontou estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) segundo o qual, no Brasil, um em cada quatro trabalhadores é terceirizado, correspondendo a 12 milhões contra 35 milhões contratados regularmente. Os terceirizados, disse, recebem 30% a menos e trabalham três horas a mais por dia. Além disso, sofrem uma rotatividade muito maior, permanecendo no serviço, em média, 2,7 anos, contra quase o dobro entre os regulares e são as maiores vítimas dos acidentes de trabalho. “Oito em cada dez acidentados são terceirizados”, destacou, criticando o governo Temer, que chamou de golpista, e conclamando os trabalhadores a protestar contra as propostas de reformas trabalhista e da Previdência.
Terceirização II
A deputada Marília Campos (PT) também criticou o projeto de terceirização aprovado na Câmara dos Deputados, enfatizando que essa era uma ofensiva que ela já enfrentava quando era bancária e presidente do sindicato dessa categoria. Para a parlamentar, trata-se de um ataque violento aos trabalhadores. “A vida real do terceirizado tem aumento de rotatividade, insegurança, falta de proteção e precarização na execução dos trabalhos”, frisou. A deputada acredita que a medida abre caminho para a reforma trabalhista, que aprofundará ainda mais o desamparo do trabalhador, e atinge também a Previdência, que fica enfraquecida com a informalidade. “Se a reforma da Previdência desampara o trabalhador na aposentadoria, na doença ou invalidez, a reforma trabalhista atinge a relação entre o empregado e o capital”, sintetizou. Marília Campos abordou também o Ciclo de Debates Pela Vida das Mulheres: Educação, Enfrentamento do Machismo e Garantia de Direitos, que será realizado no próximo dia 30 e está com inscrições abertas.