Fortalecimento da comunicação pública e reorganização da Rede Minas foram outros temas abordados na reunião

Jornalistas cobram implantação de Conselho de Comunicação

Participação popular é considerada fundamental para a democratização dos meios de comunicação.

13/12/2016 - 20:05

O pleno funcionamento do Conselho Estadual de Comunicação e a consequente elaboração de um Plano Estadual de Comunicação foram as duas solicitações principais que nortearam a reunião da Comissão de Participação Popular da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada nesta terça-feira (13/12/16).

Autora do requerimento para a realização da reunião e presidente da comissão, a deputada Marília Campos (PT) falou da conquista recente no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) de uma emenda destinada à Rede de Comunicação Integrada no Estado. “Essa iniciativa mostra como a ALMG está sintonizada com uma política de comunicação mais plural, com financiamento e integração de todos os atores”, disse.

A secretária geral do Comitê pela Democratização da Comunicação de Minas Gerais, Florence Poznanski, lamentou a ausência de representantes do governo à reunião, mas disse que a política estadual nessa área tem por objetivo a democratização, o que vai na contramão do que está sendo sinalizado no cenário nacional, na sua avaliação.

“Logo quando assumiu, o presidente Michel Temer acabou com o conselho curador da Empresa Brasileira de Comunicação. Já em Minas, fizemos diversas propostas ao governo e discutimos a implementação do conselho estadual, já previsto em lei desde 1994", afirmou.

O deputado Cristiano Silveira (PT) reforçou as críticas ao atual modelo midiático. "A mídia escolhe parcialmente o que vai cobrir, sem nunca atender a nós, que ficamos fora do eixo”, disse.

Empresa Mineira de Comunicação é considerada uma conquista

O gerente de Marketing e Comunicação Social da Rede Minas, Aldany Rezende, falou da necessidade de fortalecimento da comunicação pública e de reorganização da emissora, para sua expansão e melhoria. “A Empresa Mineira de Comunicação (EMC) é uma grande conquista, mas os servidores e a sociedade precisam ocupá-la, caso contrário, vai ser uma boa ideia desperdiçada”, defendeu.

A EMC, criada pela Lei 22.294, aprovada pela ALMG em agosto, incorporou as estruturas da Rede Minas e da Rádio Inconfidência.

O representante da sociedade civil no Conselho Curador da Rede Minas, Aloísio Soares Lopes, falou da importância da participação popular no conselho curador da EMC. “Não queremos uma emissora pública para falar uma opinião só. Queremos diversas vozes, sem privilégios”, afirmou.

Isonomia - O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Kerison Lopes, apoiou a criação da EMC, mas ponderou que é preciso garantir isonomia entre os trabalhadores da rádio e da TV.

“Os profissionais das duas áreas precisam ser valorizados. Os jornalistas da Rede Minas ganham um salário defasado e fazem uma jornada de trabalho de oito horas, em claro desrespeito à legislação, que prevê cinco horas. Na Inconfidência, a jornada é regular”, comparou.

Consulte o resultado da reunião.