Moradores de São Gonçalo pedem reforço na segurança pública
Em audiência no município, a efetivação de uma Aisp é apontada como uma das soluções para reduzir a violência na região.
12/07/2016 - 13:22 - Atualizado em 12/07/2016 - 16:14Uma Área Integrada de Segurança Pública (Aisp) para os municípios de São Gonçalo do Rio Abaixo e Bom Jesus do Amparo (Região Central do Estado), e, por consequência, o reforço na infraestrutura de segurança pública foram as demandas apresentadas pela população aos deputados, nesta terça-feira (12/17/16), durante audiência sobre a violência na região.
Em reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada em São Gonçalo do Rio Abaixo, moradores reclamaram, principalmente, de explosões de caixas eletrônicos de bancos e assaltos na zona rural.
Os comerciantes locais também se queixaram de constantes ataques às lojas. "Esses crimes contra os estabelecimentos aumentaram em 20% no último ano. Minha loja foi assaltada duas vezes no mesmo dia", disse o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária do município, Tales Lopes Ribeiro.
De acordo com o delegado regional da Polícia Civil de Itabira, Paulo Tavares Neto, deveria haver um delegado exclusivo para São Gonçalo e Bom Jesus, com equipe própria, o que compõe uma Aisp. Segundo ele, essa equipe deveria ser composta de quatro investigadores e um escrivão.
No entanto, o delegado de São Gonçalo, Domiciano Monteiro de Castro Neto, relatou que atualmente são três investigadores para cobrir quatro municípios. "Se a Polícia Militar consegue fazer cinco flagrantes em um mês, as outras centenas de crimes devem ser apurados pela Polícia Civil, mas do jeito que está, fica complicado”, criticou.
Domiciano completou que, com a atual equipe, são encerrados anualmente 300 inquéritos com indiciamentos, número que considerou alto, diante da estrutura precária.
Comércio - As parcerias feitas com a sociedade civil foram ressaltadas pelo comandante do 26º Batalhão de Polícia Militar, em Itabira, tenente-coronel Jair Antônio Pontes Neto.
Ele lembrou da Rede de Comércio Protegido firmada com os estabelecimentos situados nas imediações da BR-381, o que teria garantido, por meio de denúncia, a prisão em flagrante de dois homens que roubavam gado.
O oficial afirmou, ainda, que se os números indicam aumento da criminalidade, a Polícia Militar não pode ser responsabilizada, já que tem feito o melhor trabalho possível, dentro das condições atuais da corporação. "O que não é viável é montar guarda em frente a bancos, por exemplo. Temos que patrulhar uma área grande, inclusive a zona rural", destacou.
Banco - Representante da Caixa Econômica Federal, Miguel Magno Faria de Oliveira salientou que a instituição tem investido bastante em segurança. Ele informou que, a cada roubo, novos dispositivos são adicionados.
Miguel citou como exemplo o gerador de neblina, que torna impossível o enxergar qualquer coisa no local. Mas, no último assalto da agência do banco em São Gonçalo, ocorrido no mês passado, os criminosos teriam quebrado o vidro, para que a neblina se dissipasse.
Agora, acresentou Miguel, a agência está em reforma e novos itens de segurança serão instalados. "Nossa vontade era ter 10 ou 20 vigilantes armados o tempo todo, mas isso não é possível", concluiu.
Vigilância - O deputado João Leite (PSDB) disse que a população e a ALMG devem pressionar para que os bancos deixem, pelo menos, um vigia armado nas agências permanentemente. Ele lembrou que a principal preocupação é com a segurança dos moradores de São Gonçalo que vivem no segundo andar do mesmo prédio da Caixa Econômica Federal. João Leite defendeu, ainda, o endurecimento das leis penais.
Já o deputado Nozinho (PDT), autor do requerimento da audiência pública, defendeu o aumento do efetivo policial no município.