Deputados acompanham situação das barragens de Mariana para avaliar risco de novo rompimento e situação de distrito afetado
Deputados da comissão manifestaram compromisso de apurar todas as informações de modo independente

Comissão cobra providências sobre situação de barragens

Parlamentares pediram explicações à Samarco sobre risco de rompimento das duas barragens remanescentes em Mariana.

19/11/2015 - 20:15

Parlamentares reuniram-se nesta quinta-feira (19/11/15) com a diretoria da mineradora Samarco, no escritório das minas de Germano e Santarém, em Mariana (Região Central do Estado), para pedir providências com relação à possibilidade de rompimento das duas barragens remanescentes após a tragédia do último dia 5, após o rompimento da Barragem de Fundão. A visita da Comissão Extraordinária das Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) incluiria ainda visita às barragens e ao município de Barra Longa (Zona da Mata), vizinho a Mariana, para verificar as condições da cidade, mas, devido ao mau tempo, a programação restringiu-se à reunião.

Participaram dela os deputados Agostinho Patrus Filho (PV), presidente da Comissão; Tito Torres (PSDB); Iran Barbosa (PMDB); Rogério Correia (PT), que solicitou a visita; Gustavo Valadares (PSDB); Gustavo Corrêa (DEM); Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e Thiago Cota (PPS). Agostinho Patrus Filho frisou os grandes esforços que a empresa tem feito para impedir que as outras duas barragens, impactadas pelo primeiro rompimento, também apresentem problemas. “O presidente da Samarco foi muito direto nas suas colocações, dizendo que a empresa, se necessário, gastará todo o recurso que tem para atender as pessoas e para melhorar de novo o meio ambiente, que foi tão afetado”, afirmou.

Germano e Santarém estão com níveis de segurança abaixo dos padrões e o risco de rompimento é grande. Conforme a comissão apurou, a empresa está trabalhando para estabilizar as barragens, trazendo os melhores especialistas em georreferenciamento do mundo para atuar no local. Equipamentos de ponta e toda a tecnologia disponível estão sendo utilizados no local. “Nós, como deputados, temos que entender as questões técnicas. Nos apresentaram que, o prazo que precisam, mesmo trabalhando de manhã, à tarde e à noite, é de 45 dias para que seja feita a contenção dessas barragens, para que o risco que hoje existe delas se romperem possa ser completamente afastado”, afirmou o presidente da comissão.

O parlamentar explicou também que os próximos passos da comissão envolverão audiência pública em Governador Valadares (Vale do Rio Doce) na próxima segunda-feira (23) - município seriamente afetado devido ao comprometimento das águas do Rio Doce -, a ida de representantes da Samarco à ALMG para audiência pública e remarcação da visita às barragens e a Barra Longa. “O que a comissão entende é que nós temos que ter um pouco mais de estudos técnicos para que possamos ter uma reunião produtiva. Não adianta ouvirmos o presidente sem termos os dados técnicos, para que o questionamento seja efetivo”, ponderou Agostinho Patrus Filho.

O presidente afirmou, ainda, o compromisso da Comissão das Barragens de apurar todas as informações de maneira independente, funcionando inclusive nos meses de dezembro e janeiro, mesmo durante o recesso da Casa. “As informações serão apuradas por técnicos do Ministério Público e técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e, em conjunto, teremos acesso a esse conhecimento. Já estabelecemos uma parceria, tanto com o Ministério Público quanto com o Governo do Estado e com o Tribunal de Justiça, para uma atuação conjunta. Além disso, a Assembleia vai criar um site na qual irá divulgar todas essas informações, não só para a imprensa, como também para que a população possa ter acesso a tudo que estamos recebendo”, destacou.

Rio Doce - O deputado Agostinho Patrus Filho explicou também que a Samarco irá contratar uma empresa para estudar os impactos ambientais da contaminação do Rio Doce. Esses dados serão apresentados à comissão, ao Ministério Público e serão avaliados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Não tenho dúvidas de que esse seja o maior desastre ambiental que o País já teve. Por isso, há a necessidade da consultoria para sabermos o que pode acontecer, não com relação ao que ocorreu essa semana, que faltou água, e sim ao que pode acontecer à biodiversidade nos próximos anos”, finalizou.

Consulte o resultado da visita.