“Passar trote para a polícia e bombeiros não tem graça. Não prejudique quem realmente precisa de ajuda”. A frase, que consta da linha do tempo do Facebook da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), faz parte da campanha permanente da corporação contra a prática do trote, comum em várias cidades, mas sobretudo nas capitais e cidades de grande porte. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), só na Região Metropolitana de Belo Horizonte, das quase 20 mil ligações diárias efetuadas para o número 190 da PM, cerca de cinco mil são trotes.

Esse alto índice preocupa as autoridades e motivou o pedido de realização de audiência pública da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na próxima terça-feira (17/11/15), às 9 horas, no Plenarinho I. O autor do requerimento é o deputado Dalmo Ribeiro Silva (PSDB). “Quem custeia essas ligações é o cidadão, que paga pelo serviço e também deixa de ser atendido. Quero, juntamente com as autoridades competentes, discutir mecanismos e meios de tentar diminuir esse problema, que pode ser através de campanhas educativas”, afirma o parlamentar.

Segundo informações da corporação, as denúncias falsas acabam gerando uma demanda e um deslocamento totalmente desnecessário, além de comprometer o funcionamento pleno do serviço, já que uma ocorrência real pode deixar de ser atendida porque o efetivo policial disponível foi desviado. A PM relata ainda que 20% da demanda no 190 correspondem à perturbação do sossego, referindo-se a ocorrências que, muitas vezes, são de responsabilidade da prefeitura.

O Centro Integrado de Comunicações Operacionais da PM alerta que trote é crime, ressalta a importância de acionar o 190 somente em casos de necessidade e pede que os pais orientem seus filhos e amigos a usarem corretamente o número, pois os trotes podem colocar em risco a vida das pessoas que realmente precisam de atendimento.

O 190 é um serviço de emergência da Polícia Militar de Minas Gerais, que pode ser acionado, gratuitamente, de qualquer aparelho de telefone, fixo ou celular, em caso de real necessidade. As situações em que se deve acionar o 190 da Polícia Militar são as seguintes: quando alguém foi vítima da ação de marginais; quando alguém está em situação de risco; e para informar ação de marginais que esteja ocorrendo no momento ou em momento imediatamente anterior ao contato telefônico. A transmissão dos dados é de extrema importância para o atendimento da solicitação. “Evite ligar sem motivo ou passar trote no telefone 190. Diga não ao trote, salve vidas”, adverte a campanha da PM.

Convidados – Foram convidados a participar da reunião o procurador-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais, Carlos André Mariani Bittencourt; o comandante de Policiamento da Capital da Polícia Militar, coronel PM Cícero Leonardo da Cunha; o superintendente de Investigações e Polícia Judiciária da Polícia Civil, Alexandre Andrade de Castro; o comandante do 1º Comando Operacional de Bombeiros Militar, coronel BM Maurício de Lima Ramos; e o presidente da Minas Gerais Administração e Serviços S.A.(MGS), Carlos Vanderley Soares.

Além desses, também receberam convite para compor a mesa de debates o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente-coronel PM Ailton Cirilo da Silva; o vereador de Belo Horizonte e presidente do Clube dos Oficiais da Polícia Militar, Coronel Edvlado Piccinini Teixeira; o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares (Aspra-PM/BM), 3º sargento PM Marco Antônio Bahia Silva; o presidente do Centro Social dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiros Militares, cabo BM Álvaro Rodrigues Coelho; o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil (Sindpol), Denilson Aparecido Martins; o presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado Minas Gerais (Sindepominas), Marco Antonio de Paula Assis; e os jornalistas Eduardo Costa e Carlos Viana, ambos da Rádio Itatiaia.