Deputados governistas e de oposição debatem crise política
Pronunciamentos acalorados foram a tônica da Reunião Ordinária de Plenário desta quinta-feira (17).
17/09/2015 - 19:47A discussão entre deputados governistas e da oposição em torno do desempenho da presidente Dilma Rousseff (PT) marcou a Reunião Ordinária de Plenário desta quinta-feira (17/9/15) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Enquanto parlamentares da oposição lembraram denúncias de corrupção e a ameaça de impeachment, os que apoiam o governador Fernando Pimentel, que também é do PT, revezaram-se em pronunciamentos defendendo a presidente e atribuindo as hostilidades a ressentimentos que perduram desde a derrota nas urnas, ainda no ano passado.
As críticas de ambos os lados começaram ainda no discurso dos oradores inscritos. O deputado João Leite (PSDB) criticou a suposta arrogância dos adversários, que acusam seu partido de golpismo, enquanto o pedido de impeachment foi formulado por um dos fundadores do PT, o jurista Hélio Bicudo. “Se tem alguém de esquerda neste País, é ele. Até a esquerda pede o impeachment da presidente”, criticou.
Em resposta, a presidente foi defendida na tribuna pelo deputado Rogério Correia; pelo líder de Governo, deputado Durval Ângelo; e pelo deputado Doutor Jean Freire, todos do PT. O primeiro leu trechos do manifesto “Minas contra o Golpe”, assinado por deputados do Bloco Minas Melhor. Os demais associaram o comportamento da oposição a uma tentativa de subverter à força o resultado da vontade popular expresso nas eleições. “Quem quer ser presidente, que ganhe no voto, pois não dá para achar que o voto dos mais pobres vale menos”, ironizou o deputado Durval Ângelo.
O deputado João Leite foi contemplado com mais duas oportunidades de se pronunciar, em atendimento ao artigo 164 (direito de resposta) do Regimento Interno da ALMG, já que seu partido foi criticado pelos colegas. “Fomos acusados de querer vender a Petrobras, mas quem está acabando com a empresa é o PT”, afirmou, lembrando denúncias de corrupção.
Na sequência, o deputado Durval Ângelo também pôde se pronunciar pelo mesmo artigo do Regimento Interno. Ele lamentou o clima tenso no Plenário, que pode acabar prejudicando a votação de matérias importantes para a população, lembrando que o PT também era acusado de golpismo ao criticar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Obstrução - Na sequência, os deputados de oposição obstruíram a votação de pareceres de redação final de matérias aprovadas na véspera em Plenário. A cada votação, os parlamentares oposicionistas se revezavam na tribuna para discutir os pareceres e encaminhar a votação, hipóteses previstas no Regimento Interno, o que atrasou o andamento da pauta até que não houvesse mais quórum para a continuidade dos trabalhos.
Com isso, apenas dois pareceres de redação final foram votados, dos Projetos de Lei (PLs) 2.545/15, do governador, que autoriza a abertura de crédito suplementar em favor da Defensoria Pública; e 274/15, do deputado Paulo Lamac (PT), que institui a Semana de Conscientização e Combate à Automedicação. Ocuparam a tribuna nessa fase os deputados Gustavo Corrêa (DEM), líder do bloco de oposição Verdade e Coerência; Sargento Rodrigues (PDT), Dilzon Melo (PTB) e Bonifácio Mourão (PSDB), todos reforçando críticas à presidente Dilma Roussef e ao PT.