Comissão de Direitos Humanos visita Ceresp de Betim
Falta de água e superlotação teriam motivado protestos de detentos no início da semana em presídio da RMBH.
12/03/2015 - 16:25Os deputados da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitarão nesta sexta-feira (13/3/15) as instalações do Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Betim (Região Metropolitana de Belo Horizonte). A inspeção está programada para começar às 14 horas, atendendo a requerimento do deputado Cristiano Silveira (PT), presidente da comissão.
O principal objetivo dos parlamentares é verificar suposta violação dos direitos humanos em virtude das condições precárias do local, sobretudo a falta de água e a superlotação, o que motivaram uma rebelião de presos no início desta semana, com problemas registrados na noite de segunda (9) e tarde de terça-feira (10). O presídio fica situado às margens da BR-262, em região rural na divisa entre as cidades de Betim, Juatuba e São Joaquim de Bicas.
Com a normalização do abastecimento de água na região, a situação seria de tranquilidade desde então, mas os parlamentares da Comissão de Direitos Humanos consideram importante ouvir os presos e a direção da unidade para que a ALMG possa intervir. É o que ressalta o deputado Cristiano Silveira, que coordenará a visita. “Recebemos denúncias de parentes de detentos sobre a situação na unidade. Não bastasse a superlotação, há também a falta de água. Vamos até o local verificar o que está ocorrendo", ressaltou.
Protestos - Por volta das 20 horas da última segunda-feira (9), os detentos do Ceresp Betim teriam protestado contra a falta de água. Segundo informações da Secretaria de Estado de Defesa Social, responsável pela unidade por meio da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi), o problema também afeta os bairros da região, reflexo da crise hídrica que assola o Estado. Ainda de acordo com a Secretaria, o abastecimento teria sido normalizado duas horas depois e os ânimos serenados após negociação entre a direção da unidade e representantes dos presos.
Mas, no início da tarde do dia seguinte, outro motim teria sido deflagrado. Os presos teriam queimado colchões, que foram jogados no pátio da unidade. Novamente, a reclamação dos presos era a falta de água, agravada pela superlotação. O protesto teria durado cerca de 30 minutos, sendo rapidamente contornado pela direção da unidade, que acionou ainda o Comando de Operações Especiais (Cope) da Suapi para fazer buscas nas celas.